Dom Carlos Silva: ‘Somos a favor da fraternidade e de uma boa Educação’

Taise Cortes

A Região Episcopal Brasilândia se reuniu na noite da sexta-feira, 4, para a missa de abertura da Campanha da Fraternidade 2022, na Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap. Houve a participação de padres e diáconos, bem como de representantes de movimentos, pastorais e comunidades, além de educadores, dado que o tema deste ano é “Fraternidade e Educação”.

Um grupo de representantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) trouxe a reflexão sobre a Educação, recordando, de forma especial, o trabalho e obra do educador brasileiro Paulo Freire. Os educadores da região foram lembrados e representados em reflexão sobre a realidade da Educação e sua importância na transformação social.

Na homilia, Dom Carlos Silva refletiu sobre a Campanha deste ano, destacando que o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” é uma exortação e um convite para que se possa viver na prática a Educação como um ato de amor e esperança no ser humano. Lembrou, também, que a Educação prepara para o bem comum, para a convivência e o serviço em comunidade. “A educação traz igualdade de oportunidades”, disse o Bispo. “Estamos falando com sabedoria e ensinando com amor?”, indagou.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia falou também sobre o Pacto Educativo Global, um chamado do Papa Francisco para que todas as pessoas no mundo, instituições, igrejas e governos priorizem a Educação humanista e solidária, de modo a transformar a sociedade. Trata-se de um amplo convite para colocar em prática, discutir e tornar concreto as políticas públicas educacionais e institucionais, tendo como compromisso colocar as pessoas como o centro da Educação, ouvir as novas gerações, pro- mover a mulher, responsabilizar as famílias, abrir-se à acolhida, fazer a renovação no âmbito político e econômico e, principalmente, cuidar da casa comum.

Dom Carlos refletiu ainda sobre a quebra de relações entre as famílias, em razão da falta do diálogo e da escuta, o que vem sendo potencializado com o uso excessivo das tecnologias, que, muitas vezes, fazem com que a conexão pessoal seja perdida em momentos simples do cotidiano familiar e social, como na hora da refeição em família sem olhar uns nos olhos dos outros, sem prestar atenção ao alimento ingerido, sem diálogo e escuta ativa à mesa, estando as pessoas distraídas no mundo virtual.

Diante disso, como gesto penitencial nesta Quaresma, o Bispo sugere que haja a redução do uso de equipamentos tecnológicos durante as refeições ou momentos de encontro em família ou ami- gos, a fim proporcionar o maior diálogo e escuta com quem está próximo fisicamente.

Por fim, exortou os fiéis a duas atitudes prioritárias: conhecer o texto-base da Campanha da Fraternidade nas comunidades e paróquias; e considerar a realidade da Região Brasilândia quanto à Educação. Ele citou o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova) como bastante atuante nas comunidades. “Somos a favor da fraternidade e de uma boa Educação”, concluiu.

Patrícia Beatriz Lopes para Região Brasilândia

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