Dom Odilo: A celebração da Paixão deve ajudar os fiéis à conversão e ao aprofundamento da fé

Arcebispo Metropolitano participou da programação especial na rádio 9 de Julho nesta Sexta-feira Santa

Patrícia Diniz

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, esteve nos estúdios da rádio 9 de Julho para participar da programação especial da emissora nesta Sexta-Feira da Paixão, 29. 

No programa apresentado pelo Cônego Antônio Aparecido Pereira, Dom Odilo falou sobre a “Espiritualidade da Sexta-Feira Santa”. 

No início da reflexão, o Arcebispo mencionou os momentos deste dia: a Celebração da Paixão do Senhor, as procissões do Senhor Morto e a Via-Sacra que ocorrem pelas ruas e praças da cidade. “Eu fico impressionado como em muitos dos nossos bairros, nas paróquias de periferia, estão se organizando para fazer as encenações da Via-Sacra pelas ruas”, afirmou. 

O Purpurado ressaltou que a Paixão de Cristo continua nos dias atuais. “A carne de Jesus continua a doer, a sofrer, a ter fome, a ter frio, no abandono das pessoas que sofrem hoje”, recordou, afirmando que a celebração da Paixão do Senhor deve ajudar os fiéis à conversão e ao aprofundamento da fé. 

O jejum também foi comentado por Dom Odilo. Ele lembrou que seus frutos  devem ser o de uma mudança de vida, e que o jejum não deve ser somente de alimentos, mas também de vícios, como o da internet e o “jejum da língua”, disse, aludindo a uma expressão comummente usada pelo Papa Francisco. 

Dom Odilo também respondeu dúvidas dos ouvintes, que puderam falar ao vivo com o Cardeal a respeito de diversos aspectos da Sexta-feira Santa, da Semana Santa e da piedade popular.

A CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO

O Cardeal dedicou uma parte do programa para ressaltar os aspectos litúrgicos da Celebração da Paixão do Senhor. Ele lembrou que esta ação litúrgica ocorre às 15h, justamente por este horário ser o da morte de Cristo na cruz.

O Purpurado enfatizou que na Sexta-feira Santa não há missas, mas uma comemoração da Paixão do Senhor, no sentido de fazer memória, e que é também uma  “Comemoração: se faz memória da Paixão de Jesus”. Ao falar sobre a prostração, que ocorre no início da celebração, Dom Odilo ressaltou que este momento é de súplica diante do altar. 

A seguir, acontece a Liturgia da Palavra, com as leituras bíblicas e a leitura da Paixão do Senhor. Ele falou ainda sobre a Oração Universal, que acontece após a homilia. “Nós apresentamos as intenções de toda a humanidade, todas as necessidades, à Deus pelos méritos de Jesus crucificado”, afirmou, ressaltando que Jesus, ao dar a vida na cruz, se torna o pontífice, o grande sacerdote que oferece o sacrifício da humanidade à Deus. 

Sobre o momento da Adoração da Cruz, o Arcebispo enfatizou que não se adora o objeto da cruz, mas sim Aquele que está na cruz. “A adoração é dirigida a Ele, e não à imagem dele. Nas nossas imagens recordam aquele que está significado pela imagem, e olhando para a cruz nos lembramos Dele”, ressaltou. 

O Arcebispo também explicou  sobre a realização da Coleta para os Lugares Santos, que acontece nesta Celebração; e, por fim, recomendou aos fiéis que vivam profundamente e misticamente o Tríduo Pascal, participando também da Vigília Pascal, que acontecerá na noite do Sábado Santo, e da missa do Domingo da Páscoa do Senhor. 

“Que nós, participando atentamente, com muita fé, das celebrações, possamos também obter abundantes frutos da redenção que Jesus Cristo nos mereceu e nos alcançou por meio sua Paixão, Morte e Ressurreição”, concluiu. 

ASSISTA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA 

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