Na Catedral da Sé, na noite do Sábado Santo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a solene Vigília Pascal; houve a renovação das promessas batismais e 21 pessoas receberam os sacramentos da iniciação cristã
Ao redor do fogo novo, os fiéis se reuniram na fria noite do Sábado Santo, 16, na Praça da Sé, para o início da solene Vigília Pascal, considerada a “mãe de todas das vigílias”, pois nela se anuncia a Ressurreição de Jesus.
“Ó Deus, que pelo vosso Filho trouxestes àqueles que creem o clarão da vossa luz, santificai este fogo novo. Concedei que a festa da Páscoa acenda em nós tal desejo do céu, que possamos chegar purificados à festa da luz eterna”, rezou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, ao realizar a bênção do fogo novo, no qual foi aceso, na sequência, o Círio Pascal.
Em procissão, os fiéis seguiram para o interior da Catedral da Sé. A única luz que reluzia até então era a do Círio, mas enquanto este era conduzido até o presbitério, outras velas foram acesas a partir dele. “Luz de Cristo, demos graças a Deus!”, disse o Arcebispo.
Do ambão da Palavra, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral da Sé, entoou o tradicional hino do Precônio Pascal, a proclamação solene da Páscoa: “Exulte de alegria dos anjos a multidão, exultemos, também, nós por tão grande salvação! Do grande Rei a vitória cantemos o resplendor: das trevas surgiu a glória, da morte o Libertador”.
A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
A solene Vigília Pascal prosseguiu com a proclamação de sete leituras do Antigo Testamento, iniciando-se pela narrativa da Criação no livro do Gênesis; o testemunho de fidelidade de Abrahão a Deus; a libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, relatada no livro do Êxodo; e os anúncios dos profetas Isaías, Baruc e Ezequiel, que aconselharam o povo a voltar-se para Deus, Aquele que sacia toda a fome e toda a sede, e que é a fonte da sabedoria.
Entre uma leitura e outra, foram cantados salmos, rezadas orações e o Cardeal Scherer proferiu breves comentários sobre os textos, destacando que a salvação anunciada nas leituras do Antigo Testamento realiza-se em plenitude quando Deus envia o seu Filho, Jesus Cristo.
RESSUSCITOU!
Após as leituras do Antigo Testamento, o hino de louvor, cantado por todos, ecoou pela Catedral da Sé, enquanto as velas do altar eram acesas. Na sequência, houve a proclamação da leitura da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 6, 3-11), na qual o Apóstolo indica que todos os batizados em Cristo estão mortos para o pecado, e, assim, devem ter vida nova.
O “Aleluia” foi então entoado, antes da proclamação do Evangelho Lucas (Lc 24, 1-12), no qual há o esperado relato da Ressurreição de Jesus.
“Ouvimos trechos da Palavra de Deus do Antigo Testamento, que nos falaram do anúncio dos profetas sobre a salvação e a misericórdia de Deus. Em Jesus, se realizou a misericórdia de Deus para toda a humanidade. Pela sua Paixão e Morte na cruz, Deus abriu largamente para todos as portas da misericórdia e todo o que quiser pode recebê-la”, afirmou Dom Odilo. “Jesus trouxe para nós essa vida nova que recebemos pelo Batismo”, complementou.
RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS BATISMAIS
Desde a Igreja primitiva, conforme lembrou Dom Odilo, é tradição que na noite da Páscoa aconteçam batizados, em que são acolhidos na comunidade cristã aqueles que aceitam a vida nova em Jesus.
“Cristo morreu por todos nós na cruz para nos purificar do pecado e nos dar a abundância do perdão e da misericórdia. Pelo Batismo, morremos ao pecado e revivemos, renascemos”, disse Arcebispo Metropolitano, explicando, ainda, que ao longo da Quaresma, por meio da penitência, oração e escuta da Palavra, os fiéis fazem um itinerário de conversão, que é concluído com a renovação das promessas batismais na noite da Vigília Pascal.
Nessa celebração, após a Ladainha de Todos os Santos, é realizada a liturgia batismal, com a bênção da água, na qual é mergulhado o Círio Pascal, em sinal do próprio Cristo que santifica a águas por seu Batismo. Depois, as velas dos fiéis voltam a ser acesas com a luz do Círio, para que se realize a renovação das promessas batismais.
VIDA NOVA EM CRISTO
Na Catedral da Sé, 20 acolhidos pela Missão Belém e um de seus voluntários receberam durante a Vigília Pascal os sacramentos da iniciação cristã – Batismo, primeira Eucaristia e a Crisma.
Eles foram preparados durante seis meses, seguindo uma caminhada de restauração de vida, tendo como base a espiritualidade diária, orações comunitárias e catequeses específicas sobre estes sacramentos.
Dom Odilo lembrou-lhes que uma vez batizados, agora são membros da Igreja Católica; e que crismados, receberam o Espírito Santo para dar testemunho da força da salvação do Senhor. A liturgia batismal foi concluída com a aspersão da água sobre a assembleia de fiéis.
Após a comunhão, alguns dos novos batizados deram testemunho da ação de Deus em suas vidas a partir do itinerário da vivência da fé católica proposto pela Missão Belém, cujo trabalho de evangelização foi parabenizado pelo Cardeal Scherer.
DOMINGO DE PÁSCOA
Antes de conceder a bênção pascal, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo agradeceu a todos que se empenharam para o bom êxito do Tríduo Pascal na Catedral da Sé; e ao desejar feliz Páscoa aos fiéis, exortou-lhes a participar da Missa do Domingo da Páscoa da Ressureição do Senhor.
Na Catedral da Sé, Dom Odilo presidirá a Missa do Domingo de Páscoa às 11h, com transmissão pela rádio 9 de Julho (www.radio9dejulho.com.br) e pelas mídias digitais da Arquidiocese. Também haverá missas às 9h e 16h.