Governo de SP amplia medidas restritivas com o agravamento da pandemia

Chamada “Fase Emergencial do Plano São Paulo” será entre os dias 15 e 30 deste mês. Governo paulista restringirá completamente a retirada de produtos em restaurantes e lanchonetes, abertura de lojas de material de construção, atividades esportivas coletivas e celebrações religiosas coletivas

Foto: Reprodução da internet

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 11, no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, João Doria Junior, anunciou medidas mais restritivas para tentar conter o avanço da pandemia de COVID-19 no estado.

A chamada “Fase Emergencial do Plano São Paulo” perdurará, ao menos, entre os dias 15 e 30 deste mês e valerá para todas as 645 cidades paulistas.

Atualmente, 87,6% dos leitos de UTI para a COVID-19 estão ocupados em todo o estado. Na Região Metropolitana de São Paulo, esse percentual é de 86,7%. Em 22 de fevereiro, esses índices eram respectivamente de 66% e 68,8%. Hoje, há 9.184 pessoas internadas com a doença no estado e o governo paulista afirma que de uma semana para cá abriu 1.198 leitos específicos para o tratamento da doença.

No total, 2.046 pessoas com COVID-19 estão à espera por uma vaga em UTI ou enfermaria. Em algumas cidades, há alguns dias, já não há mais leitos disponíveis. Veículos de imprensa indicaram que cerca de 40 pessoas morreram em filas à espera de um leito nos últimos dias.

Na manhã de hoje, em um vídeo pelas redes sociais, o governador disse que adoção de medidas mais restritivas de distanciamento social “é a única forma para tentarmos, neste momento, conter a aceleração das mortes e evitar que tantas famílias sejam devastadas”.

No mesmo vídeo, o governador falou sobre a abertura de leitos no estado de São Paulo, passando de 3,5 mil antes da pandemia, para mais de 9,8 mil atualmente. Disse, ainda, que não basta abrir leitos, pois há limitações na quantidade de profissionais médicos.

MUDANÇAS NA FASE EMERGENCIAL DO PLANO SP

As medidas foram propostas ao governador pelo Centro de Contingência da COVID-19 no Estado de São Paulo. A expectativa é que com isso deixem de circular 4 milhões de pessoas diariamente.

Reprodução da internet

* Restrição completa

– Serviços de retirada de qualquer natureza

– Lojas de material de construção

– Atividades esportivas coletivas

– Celebrações religiosas coletivas (os templos, porém, poderão permanecer abertos para atendimento individual aos fiéis)

* Obrigatoriedade de tele-trabalho para atividades administrativas

– Para órgãos públicos

– Para escritórios e qualquer atividade não essencial

* Proibição da entrega de alimentos e produtos ao cliente no estabelecimento comercial

– O drive-thru continua permitido bem como o delivery

Também haverá toque de recolher entre 20h e 5h; impedimento do uso de parques e praias; proibição completa de qualquer aglomeração; e obrigação do uso de máscaras em todos os ambientes.

EDUCAÇÃO

O secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse que as escolas permanecerão abertas para alimentação e entrega de itens aos estudantes e poderão manter atividades presenciais essenciais, com o limite de 35% de ocupação.

A recomendação, porém, é que as famílias que puderem manter seus filhos na modalidade de ensino remoto na rede estadual o façam. “Se puder, fique em casa, faça as atividades a distância”, afirmou.

Rossieli anunciou, ainda, que os recessos de abril e outubro serão antecipados para o período de 15 a 28 de março nas escolas estaduais. Ele orientou que isso seja feito também na rede particular e nas escolas municipais.

TRANSPORTES

Doria assegurou que não haverá qualquer tipo de restrição na circulação dos transportes sobre trilhos (trens e metrôs) no estado de São Paulo, tampouco limitação de frota. Ele pediu que também as prefeituras mantenham o serviço com o máximo da capacidade.

Na avaliação do governo paulista, com menos pessoas tendo de se deslocar ao trabalho, menor será a ocupação nos transportes públicos, diminuindo os riscos da propagação do vírus nesses ambientes.

AVANÇO DA PANDEMIA ENTRE OS MAIS JOVENS

Foto: Governo do Estado de São Paulo

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, ressaltou que este é o momento mais difícil da pandemia e que há superlotação nos hospitais. Hoje, 53 municípios do estado estão com 100% de leitos de COVID-19 ocupados. Na segunda-feira, 8, eram 32 cidades nessa condição.

“A pandemia de hoje é diferente da que vimos no ano passado”, afirmou, lembrando que antes a maioria dos internados era de idosos, mas atualmente, em muitas UTIs, 50% da ocupação é de pessoas com menos de 50 anos, muitas das quais jovens.

“O grande sentimento que estes jovens expressam é de se arrepender. De não terem acreditado nos apelos. Achado que perderiam o paladar e o olfato. Muitos deles não morrem, mas levam para casa o vírus para os seus pais e avós”, disse Gorinchteyn, pedindo que as pessoas usem máscaras, não se aglomerem e só saiam de casa se necessário.

FESTAS CLANDESTINAS

Doria assegurou que o governo paulista tem atuado para combater aglomerações, em especial festas clandestinas e que desde a retomada da fase vermelha do Plano São Paulo, em 6 de março, 259 festas clandestinas foram fechadas e os responsáveis indiciados criminalmente.

O governador pediu que a população ajude nesta fiscalização, denunciando quando souber da realização de tais eventos ilegais. A denúncia pode ser feita pelo telefone 0800-571-3541 (a ligação é gratuita) ou pelo site www.procon.sp.gov.br.

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