Há 15 anos, Dom Odilo Pedro Scherer era feito cardeal pelo Papa Bento XVI

L’Osservatore Romano

Há exatos 15 anos, Dom Odilo Pedro Scherer tornava-se cardeal da Igreja. No Consistório de 24 de novembro de 2007, na Basílica de São Pedro, sete meses depois de tomar posse como sétimo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, recebeu o barrete cardinalício das mãos do Papa Bento XVI.

Naquele ano, a Igreja em São Paulo viveu momentos históricos, como a visita do próprio Papa, em maio, quando foi celebrada a canonização de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, e o início da celebração do centenário de criação da Arquidiocese de São Paulo, comemorado em 2008. 

Ao retornar de Roma e ser acolhido na Catedral da Sé pelo povo e o clero arquidiocesano, em missa solene no dia 2 de dezembro do mesmo ano, o Cardeal Scherer afirmou: “O título cardinalício representa um presente para esta Arquidiocese na celebração de seu centenário”. 

UNIDOS AO PAPA 

A reportagem publicada no O SÃO PAULO em 27 de novembro de 2007, por ocasião do cardinalato, Dom Odilo explicou que a expressão clerici cardinales foi usada nos primeiros séculos da Igreja para designar os conselheiros dos bispos. A partir do século IX, o título de “cardeal” passou a ser dado aos clérigos mais importantes da Diocese de Roma. 

Sendo o Papa o Bispo de Roma, os cardeais passaram a constituir seus conselheiros. Eles foram divididos em categorias: os cardeais-presbíteros, que se responsabilizavam pelas paróquias importantes de Roma; os cardeais-diáconos, que administravam sete regiões de Roma; e os cardeais-bispos, responsáveis por seis dioceses suburbanas de Roma.  

Até hoje, o Colégio Cardinalício é dividido em três ordens: os cardeais-bispos são titulares das igrejas suburbicárias de Roma: Ostia, Albano, Frascati, Palestrina, Porto-Santa Rufina, Sabina-Poggio Mirteto, e Velletri-Segni. Apesar de serem sete igrejas, o número de cardeais-bispos é de seis, pois a titularidade da igreja de Ostia é reservada ao decano do colégio de cardeais. Os cardeais-diáconos cuidam das diaconias da cidade, residindo nela e servindo à Cúria Romana; e os cardeais-presbíteros, dispersos por todo mundo, que governam suas arquidioceses, como é o caso de Dom Odilo. 

Por haver esse vínculo histórico com o clero da Diocese de Roma, os cardeais recebem o título de uma das igrejas romanas. Dom Odilo recebeu o título de Sant’Andrea al Quirinale, igreja localizada no centro de Roma, próximo à sede da presidência italiana.   

SERVIÇO À IGREJA 

A palavra latina “ cardo, cardinis ”, que significa a “dobradiça” ou o “gonzo” da porta, originou a palavra “cardeal”. Daí os pontos cardeais – norte, sul, leste e oeste –  que orientam a direção dos viajantes, e as virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza e temperança – em torno das quais giram as demais virtudes humanas. Também em torno dos cardeais gira o pastoreio da Igreja Católica. 

Desde 1464, os cardeais se distinguem pelas vestes de cor púrpura, que simbolizam disponibilidade de serviço até o derramamento do próprio sangue. Além do barrete, os cardeais recebem do Papa um anel, insígnia idêntica para todos os purpurados, que simboliza a pertença ao Colégio Cardinalício e a fidelidade ao Romano Pontífice. 

A partir de 1059, foi conferido aos cardeais pelo Papa Nicolau II a prerrogativa exclusiva da eleição do Bispo de Roma. Atualmente, somente os cardeais com menos de 80 anos são eleitores em um Conclave. 

Embora a eleição do Pontífice seja a missão mais conhecida de um Cardeal, os Purpurados, como também são conhecidos pela cor da sua veste solene, assessoram o Papa no exercício de seu ministério petrino. Mesmo aqueles que residem fora de Roma possuem cargos e funções em algum organismo da Cúria Romana, além de eventualmente representarem o Santo Padre em eventos importantes. 

Nestes 15 anos, Dom Odilo exerceu inúmeras funções enquanto Cardeal da Igreja, entre as quais a participação no Conclave que elegeu o Papa Francisco, em março de 2013.

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