Irmãs Paulinas comemoram 90 anos de presença missionária no Brasil

Religiosas paulinas com o Cardeal Odilo Scherer, após missa pelos 90 anos da congregação no Brasil (foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

As religiosas da Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Paulinas) se reuniram na Catedral da Sé no domingo, 8, para celebrar a missa que marcou o início das comemorações dos 90 anos de sua presença no Brasil.

A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que agradeceu às Paulinas os anos de serviço à Igreja com a missão de anunciar o Evangelho pelos meios e pela cultura da comunicação.

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História

No dia 21 de outubro de 1931, desembarcou no porto de Santos (SP) a primeira missionária paulina em terras brasileiras, Irmã Dolores Baldi. Em 28 de dezembro do mesmo ano, uniu-se a ela a Irmã Estefanina Cillario. Ambas vieram da Itália. 

A cidade de São Paulo foi o primeiro destino missionário das Paulinas fora da Itália. Fundada em 1915 pelo Bem-Aventurado Tiago Alberione e pela Venerável Irmã Tecla Merlo, essa congregação é o segundo ramo da Família Paulina, iniciada com a fundação da Pia Sociedade de São Paulo (Padres e irmãos Paulinos), que chegou ao Brasil meses antes das Paulinas. Hoje, a Família Paulina é constituída de cinco congregações religiosas, cinco institutos seculares e uma associação de cooperadores leigos.

O primeiro trabalho das missionárias no Brasil começou pela produção editorial de materiais de evangelização e espiritualidade. Atualmente, a Paulinas Editora está entre as maiores editoras católicas do País, publicando obras nas áreas de Espiritualidade, Catequese, Psicologia educacional e familiar, Comunicação, Sociologia, Filosofia e Teologia, além de documentos da Igreja, biografias, estudos acadêmicos e literatura infantojuvenil.

Missão 

Aos poucos, começaram a surgir jovens vocacionadas para essa missão e a congregação foi se expandindo. No começo, o apostolado da difusão dos livros e revistas era feito pelas irmãs, porta a porta. Então, surgiram as primeiras livrarias que logo se tornaram referência para os católicos.

Em 1934, nasceu a edição brasileira da revista Família Cristã, inspirada na versão italiana, fundada pelo Padre Alberione. As primeiras capas da revista eram importadas da Itália e anexadas no conteúdo, no formato de folheto. Cortada, perfilada e grampeada, em um processo artesanal de acabamento, feito pelas próprias irmãs, e se tornou a revista católica de maior circulação no Brasil.  

As Filhas de São Paulo também se destacaram na produção fonográfica, quando, em 1960, fundaram a gravadora Paulinas-Comep, que lançou grandes nomes da música católica no País, entre os quais o Padre Zezinho. No campo audiovisual, as Paulinas-Multimídia já publicou inúmeros DVDs sobre a vida de santos, shows, documentários e histórias infantis e juvenis.

A congregação também conta com o Serviço de Animação Bíblica (SAB), com sede em Belo Horizonte (MG), e o Serviço à Pastoral da Comunicação (Sepac), em São Paulo, que há mais de 30 anos contribuem no estudo, aprofundamento e difusão de conteúdos bíblicos e da comunicação, formando e habilitando profissionais e agentes de pastoral nessas áreas.

As Paulinas também desenvolvem um trabalho social há mais de 20 anos no bairro do Grajaú, na periferia da zona Sul de São Paulo, por meio do Centro de Promoção Humana Irmã Tecla Merlo, voltado para o atendimento de crianças, adolescentes e suas famílias.

Filhas de São Paulo, diante de mosaico que retrata seu patrono, na Catedral da Sé (foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

Desafios da modernidade

Atualmente, as Paulinas contam com 186 religiosas que vivem nas 18 comunidades da congregação nas cinco regiões do Brasil, onde continuam a missão confiada às primeiras missionárias italianas. 

“Muitos passos foram dados para levarmos adiante nossa missão de viver e comunicar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, por este Brasil continental… A trajetória das Paulinas é marcada pelos grandes desafios da modernidade: da composição manual à editoração eletrônica, do vinil à música digital, do telefone à internet, e dos pontos de venda às livrarias virtuais”, afirmou a Superiora Provincial das Paulinas no Brasil, Irmã Marlene Konzen.

E, para acompanhar essas evoluções, as Paulinas estão em constante inovação. Desde o início de 2021, a revista Família Cristã passou a ser uma publicação inteiramente digital, reformulada para atender às necessidades das novas gerações. As músicas da Paulinas-Comep também estão disponíveis nas plataformas de streaming. No campo da formação, além dos cursos presenciais, a congregação investe em cursos na modalidade a distância (EAD), nas áreas de Bíblia, Comunicação e Catequese.

Além das 31 livrarias físicas espalhadas pelo Brasil, a Paulinas conta com uma livraria virtual que, especialmente no período da pandemia, expandiu seu alcance. 

Gratidão a São Paulo

“A cidade e a Igreja em São Paulo nos acolheram por primeiro. Daqui, as irmãs foram enviadas para todas as regiões do Brasil e assim continua. Toda a nossa missão, os meios de comunicação e produção partem de São Paulo e, por que não dizer, do coração do Apóstolo Paulo, nosso patrono”, disse a Provincial.

Irmã Marlene recordou que o Beato Alberione dizia que toda pessoa que adquire um material das Paulinas, seja um livro, revista, música ou curso, torna-se um “evangelizador, comunicador e colaborador na missão”.

O Cardeal encorajou as Irmãs Paulinas a permanecerem firmes na fé e, alimentando-se sempre do Pão da Palavra e da Eucaristia, continuem a testemunhar ao mundo o carisma que Deus lhes confiou.

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