Mestras Pias Filippini atuam na região episcopal Brasilândia com atividades pastorais e ação missionária voltadas à educação de crianças e adolescentes
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Em 2 de fevereiro, na festa litúrgica da Apresentação do Senhor do Tempo, a Igreja também celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada.
Desde os primórdios da Igreja, homens e mulheres se propuseram a seguir Jesus Cristo e a imitá-lo por meio da vida consagrada a Deus, vivendo a radicalidade da consagração recebida no Batismo.
O Catecismo da Igreja Católica destaca que “os consagrados se propõem a seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro”.
A Vida Religiosa Consagrada é na Igreja e no mundo sinal de esperança, luz e caridade. Está organizada em ordens, congregações religiosas, institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica, representando os diversos carismas e missões nas várias frentes da vida eclesial, a exemplo do que realizam as irmãs do Pontifício Instituto das Mestras Pias Filippini, fundado em 1692 por Santa Lúcia Filippini (1672-1732), com o Cardeal Marco Antonio Barbarigo. Ela foi canonizada em 22 de junho de 1930.
MÚLTIPLAS FRENTES DE AÇÃO
A ação missionária da Congregação nasce para a Catequese e se expande para outras frentes a Educação, a formação e promoção da mulher; a dimensão comunitária da ação apostólica paroquial; protagonismo e inserção dos leigos na ação pastoral.
“A ação catequética é certamente a característica que mais corresponde à personalidade e à atividade de Lúcia Filippini, porque nela encontram unidade e sentido o seu ser mestra e fundadora de escolas, mulher de ação e de oração, administradora e organizadora”, destacou Irmã Maria Helena de Carvalho, 71, Superiora Provincial.
A escola é o espaço privilegiado do carisma apostólico herdado dos fundadores. “As religiosas exercem o ministério educativo inspirado na pedagogia do amor, com olhar particular aos mais pobres, visando à formação integral da pessoa na perspectiva da visão cristã da vida”, disse a Provincial.
LEIGOS UNIDOS NA MISSÃO
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A missão do leigo no ideal de Santa Lúcia Filippini é, principalmente, a de responder à vocação pessoal à santidade, o exercício da sua profissão de maneira exemplar; a presença atuante na paróquia, participando das atividades pastorais; na colaboração com as obras do instituto (atividades apostólicas e missionárias, animação espiritual e vocacional, voluntariado e outras iniciativas.
“A presença da ação das irmãs se estende para os leigos que somam na missão de evangelizar por meio da educação e da ação social”, disse Irmã Maria Helena, ressaltando que a missão “é seguida da força da oração que sustenta as atividades, junto à educação, aos projetos sociais e pastorais”.
O protagonismo dos leigos é um elemento forte do carisma do Instituto. “Os leigos têm uma importância singular. Conhecemos, até o momento, sete comunidades espalhadas pelo Brasil que nasceram a partir da vida e obra da fundadora e todas foram idealizadas por leigos que, inspirados na fundadora, buscam manter viva a chama do carisma”, destacou Irmã Geralda Coelho, 70, secretária provincial e formadora.
ORAÇÃO E AÇÃO
Ao Brasil, o Instituto chegou em 1961, com a Madre Ninetta Jonata, que obteve a aprovação do então Arcebispo de São Paulo, Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, para iniciar a Congregação na Arquidiocese, no bairro da Freguesia do Ó, Região Episcopal Brasilândia, onde ficam a sede da Casa Vice-Provincial e Casa de Formação, o Colégio Santa Lúcia Filippini e o projeto social “Alegria de Viver”. O projeto atende 300 idosos com ações voltadas à espiritualidade, artesanato, atividades físicas, dança, entre outras.
Em Peruíbe (SP), a Congregação mantém a Casa Madre Ninetta e o Colégio Nossa Senhora da Divina Providência. Em Miracatu (SP), no Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, funciona o projeto “Lucianas”, que atende crianças e adolescentes. Em Vilhena (RO), há a Casa Nossa Senhora Auxiliadora e o Colégio Santa Lúcia Filippini.
O Instituto, no Brasil, conta com 21 freiras consagradas; destas, 11 atuam na Arquidiocese de São Paulo, há duas noviças e uma religiosa de votos temporários.
“Somos chamadas a experimentar o amor de Deus em nossa vida para que possamos nos doar para as pessoas no seguimento a Jesus, na radicalidade do Evangelho”, acrescentou Irmã Geralda, ressaltando que algumas jovens se preparam para participar de uma convivência vocacional.
A oração é um dos elementos basilares da vida das religiosas. “Nossa vocação é contemplativa na ação. Na oração, haurimos a força e o ardor para enfrentar os desafios da prática cotidiana do carisma de anunciar Cristo e evangelizar por meio da educação, catequese e projetos sociais”, disse Irmã Maria Helena, destacando que a vida orante é um dos pilares que sustentam e possibilitam tocar e chegar às realidades humanas.
ANO JUBILAR
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As Mestras Pias Filippini celebram em 2022 o ano jubilar por ocasião dos 350 anos de nascimento da fundadora.
“O ano jubilar é o momento para render ação de graças pelo dom da vida e vocação de Santa Lúcia Filippini, nossa inspiradora no seguimento a Cristo e na ação missionária de evangelizar”, evidenciou a Provincial.
A celebração jubilar contará com momentos de estudos, palestras, apresentações teatrais, entre outras atividades, para unir as religiosas do Instituto, alunos e familiares, professores, colaboradores, assistidos dos projetos sociais e benfeitores.
Ao longo do ano jubilar (de 13 de janeiro de 2022 a 13 de janeiro de 2023), a capela da Casa Geral em Roma, o Santuário de Montefiascone (onde estão conservados os restos mortais de Santa Lúcia), as capelas e paróquias em que haja devoção ou referência ao Instituto das Mestras Pias Filippini estão designados para a peregrinação de fiéis, que assim terão a oportunidade de visitar e alcançar a indulgência plenária, a si mesmos ou em sufrágio dos falecidos, conforme decreto publicado pela Penitenciaria Apostólica, em 2 de dezembro de 2021.