No Apostolado da Oração, a meta é ter as mesmas qualidades do Coração de Jesus

Associados da Rede Mundial de Oração do Papa participaram das missas da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira, 16, uma delas presidida pelo Cardeal Scherer, na Catedral da Sé

Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira, 16, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Catedral da Sé.

“O Coração de Jesus se volta para nós com todo amor e misericórdia, e nele podemos encontrar refúgio, conforto, perdão e acolhida”, disse o Arcebispo Metropolitano na saudação inicial aos fiéis.

Ao referir-se ao Dia de Oração pela Santificação do Clero, celebrada na mesma ocasião, Dom Odilo lembrou que os sacerdotes “são chamados a serem pastores conforme o Coração de Jesus, com as mesmas atitudes e sentimentos do Coração de Cristo”, e exortou os fiéis a aprenderem do Coração de Jesus sobre como amar o próximo, a terem compaixão com quem precisa, e, sobretudo, que ao celebrar o Sagrado Coração de Jesus cada pessoa deve ter o coração tocado por Deus.

“Nós precisamos do amor misericordioso de Deus, e muitas vezes precisamos da misericórdia e da compaixão dos irmãos. Que tenhamos um coração sensível para com os irmãos, porque um dia isso será retribuído”, enfatizou.

AS ORIGENS DA DEVOÇÃO

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus teve origem na Idade Média, para enfatizar os aspectos do amor e da compaixão da vida de Jesus. No século XVII, a devoção ganhou ênfase, com Santa Margarida Maria Alacoque, religiosa da ordem das Visitandinas. Tal devoção foi oficialmente aprovada pela Igreja Católica em 1765 e desde então se espalhou por todo o mundo.

As práticas para bem celebrar a devoção incluem a consagração ao Sagrado Coração de Jesus, a entronização do quadro nos lares, o uso do escapulário – divulgado pelas Ordens Carmelitas –, bem como a realização de novenas e orações especiais.

O Apostolado da Oração (AO) e sua ramificação juvenil, o Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), promovem e propagam essa devoção. Atualmente, o Apostolado da Oração está em 98 países, com aproximadamente 50 milhões de associados, dos quais 6 a 7 milhões no Brasil. Já o MEJ congrega quase 6 milhões de adolescentes e jovens, entre 10 e 25 anos, 10 mil deles no Brasil, em 19 estados.

A SERVIÇO DA IGREJA

O Apostolado da Oração (AO) é uma das associações de leigos mais antigas da Igreja. Fundado em 1844, na França, rapidamente se espalhou pelo mundo. No Brasil, chegou inicialmente a Recife (PE) e, logo depois, em 1871, a Itu (SP), a partir do impulso missionário do Padre Bartolomeu Taddei, jesuíta italiano que dedicou sua vida para fazer crescer a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus e promover a formação de fiéis.

Em 2020, o Papa Francisco constituiu o Apostolado da Oração como “Rede Mundial de Oração do Papa”, com estatuto próprio e como obra pontifícia da Santa Sé. Até então, o Apostolado era uma associação de fiéis, e continua sob a responsabilidade da Companhia de Jesus (Jesuítas).

‘CAMINHO DO CORAÇÃO’

O Apostolado é formado por pessoas imbuídas do mesmo ideal de ser, na Igreja, um sinal de presença orante e missionária por meio da fé e da caridade, inseridos em sua realidade pessoal e na comunidade paroquial.

O itinerário de preparação dos membros para a consagração ao Sagrado Coração de Jesus e o recebimento da fita percorre uma jornada de adesão e vivência da espiritualidade apostólica e eucarística, fundamentada na devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Padre Eliomar Ribeiro, SJ, Coordenador Nacional do Apostolado, destacou que o caminho formativo depende de cada pessoa, mas, geralmente, esse processo dura um ano e envolve a participação em encontros, orações e acompanhamento por um membro do AO.

“É um itinerário espiritual, que chamamos de ‘Caminho do Coração’, pelo qual se aprofunda no conhecimento, na intimidade e na vontade de doar a vida com Jesus a serviço do Reino. Um momento formativo que aproxima e incentiva os membros a viverem melhor ao modo de Jesus, desejando que as qualidades do Coração de Jesus sejam também as nossas qualidades”, disse Padre Eliomar.

Quando alguém recebe a fita do Apostolado, assume cinco compromissos mensais. “Ser membro do AO é estar aberto e disponível ao serviço da Igreja por meio, em primeiro lugar, do oferecimento da vida, diariamente rezando pela Igreja e pela missão, configurando sua vida à vida e aos ensinamentos de Cristo; rezar pelas intenções do Santo Padre; participar da Santa Missa, se possível diariamente, e todas as primeiras sextas-feiras do mês; participar das reuniões mensais promovidas pelos grupos em que os membros estão inseridos e participar de pelo menos uma adoração ao Santíssimo, mensalmente. São gestos simples de oração que vão formando o nosso coração ao Coração de Jesus, na humildade, mansidão e compaixão”, ressaltou.

O AO é uma escola de oração, um caminho de busca da santidade, pautado nos valores do Evangelho e na vivência orante da fé. As primeiras sextas-feiras do mês são dedicadas, de modo especial, à devoção, oração e difusão do movimento.

FONTE DE MISERICÓRDIA

Júlio César de Souza, 30, é natural de Viçosa (AL) e conheceu o AO por meio da sua avó, que era coordenadora. Aos 15 anos, ele ingressou no MEJ. Este ano, veio morar em São Paulo e participa do movimento no Santuário São Judas Tadeu, onde há 95 membros.

“O Apostolado faz parte da minha identidade. No AO, busco configurar meu coração ao Coração de Jesus e por meio da oração e da vida em comunidade, buscamos construir, pela oração, uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, na qual o amor prevaleça apesar de tudo”, falou.

Ana Batista Marques, 87, é membro do AO há mais de 20 anos. Com a fita no peito e emocionada, ela participou da missa na Catedral da Sé e contou à reportagem que suas cinco filhas também integram o movimento: “Meu coração se enche de orgulho em participar do AO na companhia das minhas filhas. Elas aderiram e juntas, em família, vivemos essa devoção tão bonita que eu considero que foi e é o alicerce da nossa fé e da união em nossa família”.

Ana de Fátima Batista Marques, 67, uma das filhas da Ana Batista, recordou que desde que a mãe se tornou membro, sentiu a vida e o ambiente familiar se transformarem. “Começamos a rezar em casa, participar das celebrações juntas. Que o Coração de Jesus, que é manso, humilde e misericordioso, possa ser nossa fonte de vida e inspiração”, desejou.

Na noite de sexta-feira, 16, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Butantã, os fiéis participaram da celebração por ocasião da solenidade patronal, cuja missa foi presidida pelo Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco. Na homilia, ele recordou que o Sagrado Coração representa o amor de Cristo pela humanidade, a união de todos os sentimentos e povos e a vontade de seguir a Jesus por seus gestos, palavras e ensinamentos. (por Benigno Naveira)

Na sexta-feira, 16, os membros do Apostolado da Oração do Santuário São Judas Tadeu, orientados previamente pelo Padre Aloísio Knob, SCJ, Diretor Espiritual, confessaram-se com antecedência, participaram da missa, comungaram, fizeram uma peregrinação com uma celebração penitencial à igreja antiga, dirigindo-se depois ao Santuário, entraram pela porta santa e, com o desejo de conversão, rezaram juntos as orações próprias para obter a indulgência do ano jubilar. O Apostolado da Oração é o único movimento que permanece atuante na Paróquia desde que foi criada em 1940. (por Priscila Thomé Nuzzi)

Na sexta-feira, 16, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, durante missa presidida pelo Padre Cláudio José Ribeiro, Administrador Paroquial, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Beatriz, Setor Pinheiros, foram admitidos sete membros no Apostolado da Oração. (por Marinez Raimondo)

No dia 14, o Padre Eliomar Ribeiro, SJ, Diretor Nacional da Rede Mundial de Oração do Papa – Apostolado da Oração, presidiu a missa do 2º dia do Tríduo ao Sagrado Coração de Jesus, na Basílica Nossa Senhora do Carmo, Setor Cerqueira César. (por Braulio Rocha Gonçalves)