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No combate ao câncer de mama, a fé e a prevenção podem caminhar lado a lado

Arquivo pessoal

A securitária Ana Paula Zacharias Monteiro, 51, enfrentou dois cânceres e encontrou na fé a força para vencer a doença. Diagnosticada pela primeira vez com um tumor raro no útero, passou por cirurgias e quimioterapia.

“Senti a presença de Deus comigo o tempo todo. A fé foi essencial para seguir em frente”, recordou Ana Paula, que in­tegra a Pastoral do Dízimo da Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Capela Santo Expedito, na Região Santana.

Anos depois, ela foi surpreendida com um novo diagnóstico de câncer de mama, descoberto precocemente. Foram três cirurgias em um mês e meio, segui­das de quimioterapia e radioterapia. “A fé, o autocuidado, alimentação saudável e a atividade física foram fundamentais para minha cura. A mulher precisa se olhar, se tocar, prestar atenção em si e nos sinais do próprio corpo”, destacou ao O SÃO PAULO.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a principal causa de morte por essa doença entre as mulheres no País. A campanha Outubro Rosa busca conscientizar para a necessidade do autocuidado e dos exames preventivos para enfrentá-la precocemen­te, o que é fundamental para vencê-la.

CAMINHADA PELA VIDA

No domingo, 26, Ana Paula foi uma das participantes da “Caminhada Pela Vida – Outubro Rosa”, idealizada por Domingas de Jesus Haensel, 52, cate­quista na Paróquia Nossa Senhora das Neves, também na Região Santana. Foi a segunda edição do evento: no ano passa­do eram cerca de 100 pessoas, desta vez participaram aproximadamente 400.

“A caminhada não fala apenas do câncer de mama. Ela fala da mulher por inteiro: das nossas lutas, das dificuldades de acesso à saúde, da violência, do de­semprego e da importância de sermos vistas e respeitadas”, explicou Domingas, que também é formada em Serviço So­cial e cursa Gerontologia.

A ‘Caminhada Pela Vida’ surgiu com o propósito de integrar a comunidade paroquial em torno da causa de combate ao câncer. As inscrições foram gratuitas, mas quem quisesse poderia contribuir com 1kg de alimento não perecível ou produtos de higiene pessoal, a serem re­passados a pessoas em situação de vulne­rabilidade social. Somente na Paróquia Nossa Senhora das Neves são distribuí­das cestas básicas a 35 famílias. Os itens arrecadados no evento também serão re­partidos com as demais paróquias.

MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA

Arquivo pessoal

A Caminhada do último domingo teve como ponto de partida a Avenida Comandante Antônio Paiva Sampaio, 768, e transcorreu por ruas do distrito do Tucuruvi. Houve alongamento orientado por um profissional de educação física e uma pausa para hidratação em frente à Paróquia Nossa Senhora das Neves.

A divulgação foi feita pelas paróquias parceiras — Nossa Senhora das Neves, Santa Terezinha, Nossa Senhora de Fáti­ma do Tremembé, e por meio das redes sociais do projeto.

Para Domingas, a motivação que move tudo é o amor ao próximo. “A ca­minhada é sobre fé, superação e cuidado. Quando caminhamos juntas, mostra­mos que a vida vale a pena ser celebrada, mesmo nas lutas”.

Padre Antônio Lima da Silva, Páro­co da Paróquia Nossa Senhora das Ne­ves, destacou que a iniciativa vai além da prevenção ao câncer de mama: é um chamado ao cuidado do corpo, mente e espírito.

“Quando falamos em Outubro Rosa, precisamos ver a pessoa como um todo. É necessário buscar o equilíbrio do ser, a interação com a natureza, com o mundo e consigo mesmo”, afirmou o Sacerdote.

Ainda de acordo com o Pároco, a Igreja deve ter atenção não apenas à es­piritualidade, mas também ao bem-estar integral dos fiéis: “É muito importante estarmos atentos à nossa própria saúde e à saúde dos paroquianos. A fé também se manifesta quando cuidamos do corpo que Deus nos deu”.

ESTEJA ATENTA AOS SINAIS DO CÂNCER DE MAMA

  • Nódulo (caroço) persistente na mama, no pescoço ou nas axilas;
  • Saída espontânea de líquido dos mamilos;
  • Lesão na pele da mama ou as­pecto de casca de laranja;
  • Aumento progressivo da mama;
  • Mudança no formato do mamilo;
  • Ao notar qualquer uma destas alte­rações, procure uma Unidade Bási­ca de Saúde.
  • Quanto mais cedo houver o diag­nóstico do câncer de mama, maio­res são as chances de cura.

Fonte: Ministério da Saúde

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