No dia de São Judas Tadeu, Dom Odilo destaca o testemunho dos apóstolos para a transmissão da fé

Arcebispo Metropolitano presidiu missa no Santuário São Judas Tadeu, na zona Sul, e pediu que os fiéis rezem pelas vocações sacerdotais e apoiem os padres

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Foi um dia inteiro de oração, pedidos de intercessão e gratidão por graças alcançadas. Na sexta-feira, 28, cerca de 200 mil fiéis foram ao Santuário São Judas Tadeu, na Avenida Jabaquara, na zona Sul, na data em que a Igreja celebrou a festa dos apóstolos e mártires São Judas Tadeu e São Simão.

Ao todo, aconteceram 14 missas, a primeira às 5h e a última às 19h30. Às 12h, a Eucaristia foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; às 17h, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, tendo como concelebrante o Padre Daniel Aparecido de Campos, SCJ, Pároco e Reitor. Houve ainda a procissão com a imagem do padroeiro pelas ruas do bairro, após a missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano.

Ao saudar os fiéis no começo da missa campal, Dom Odilo recordou que em 28 de outubro a Igreja celebra a festa dos apóstolos e mártires São Judas Tadeu e São Simão: “Celebremos este dia, pedindo a todos nós a perseverança da fé que eles proclamaram, derramando até o próprio sangue por amor a Cristo e pelo testemunho do Evangelho”.

ATENÇÃO E RESPEITO AOS SACERDOTES

Conforme a programação estabelecida na festa deste ano, a missa presidida pelo Cardeal Scherer foi na intenção de todos os padres da Arquidiocese, para que Deus os fortaleça em seu trabalho e missão.

Na homilia, o Arcebispo pediu aos fiéis que rezem frequentemente pelas vocações sacerdotais. Ele também recordou que em novembro terá início o 3o Ano Vocacional do Brasil, voltado a promover um ambiente mais propício ao despertar de vocações para a Igreja.

“Os que recebem o chamado de Deus para a vida sacerdotal precisam ouvir, se tornar sensíveis ao chamado. Para isso, precisamos criar um ambiente de oração, mas, sobretudo, um ambiente de fé em nossas famílias e comunidades. A nossa Igreja Católica precisa de padres, sem eles, a nossa Igreja não existirá mais. Eles são ministros de Jesus Cristo e servidores das coisas de Deus para o povo: a Santa Palavra, a Eucaristia, os sacramentos”, ressaltou.

O Arcebispo pediu aos fiéis que rezem diariamente pelos sacerdotes e os apoiem, já que, por vezes, os padres têm sido alvo de diversos atos de desrespeito. Ele recomendou que quando o fiel discordar de algo dito pelo sacerdote, que busque a via do diálogo e não do conflito.

“Muitos perderam o apreço pelo padre. Temos de aprender, de novo, a valorizar este dom de Deus. O sacerdócio não é uma profissão, é uma vocação, uma consagração de vida, um dom de Deus para toda a comunidade”, prosseguiu o Arcebispo, lembrando que o padre é o ministro dos sacramentos e indica a todos as virtudes de uma vida santa, mas que precisa ser apoiado pelos fiéis para que não desanime em seu ministério.

A FÉ TRANSMITIDA PELOS APÓSTOLOS

Também na homilia, o Arcebispo recordou que ao escolher os 12 apóstolos, Jesus deu-lhes a missão de preparar os irmãos para que alcancem o Reino de Deus, por meio da transmissão da fé.

“Se hoje estamos lembrando São Simão e São Judas Tadeu, é porque nós guardamos a mesma fé que eles transmitiram, as mesmas palavras que ouviram de Jesus, o exemplo que viram Dele. E esta é a prática da Igreja. Como é bom saber que estamos em comunhão com a fé dos apóstolos, e em união com todos aqueles que como eles caminharam com a Igreja. Isso é importante e bonito e nos dá a certeza que estamos em um caminho bom”, recordou, lembrando que muitos cristãos foram e são martirizados por testemunhar a fé. “Olhemos e imitemos o exemplo deles. Coragem, não desanimemos no caminho da nossa fé”, enfatizou.

Dom Odilo também pediu aos fiéis que caminhem junto com a Igreja, em comunhão com os padres, os bispos e o Papa Francisco: “Jesus recomendou aos seus seguidores: ‘permaneçam unidos e eu estarei com vocês’. Permaneçamos unidos em Cristo, pois isso é o mais importante em nossa vida. Todo o resto passa, mas a nossa fé e o que ela carrega permanecem para a vida eterna”.

CUIDADO COM OS ENFERMOS E GRATIDÃO PELA VIDA

O Arcebispo recordou, ainda, o pedido de Jesus para que os apóstolos cuidassem dos enfermos, missão que permanece ainda hoje. Também exortou que os fiéis rendam graças a Deus pela vida.

“Estamos saindo de um tempo muito pesado para todos, que foi a pandemia. Quantos ficaram doentes. Mas estamos aqui: sobrevivemos, graças a Deus! Quantos, porém, não estão mais aqui. Lembremos deles e por eles rezemos, e agradeçamos todos os dias o dom da vida que nos foi preservado”, exortou, desejando que os fiéis continuem a cuidar da saúde para que não coloquem em risco a própria vida e a do próximo.

Antes da bênção final, o Arcebispo de São Paulo rezou a Nossa Senhora Aparecida para que interceda pelo Brasil e pela união do povo. “Que permaneçamos unidos e que cada um faça a sua parte para que possamos ter um país melhor”, exortou.

PARÓQUIA IMPULSIONA A DEVOÇÃO AO SANTO

A Paróquia São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara, foi criada em 25 de janeiro de 1940 por Dom José Gaspar d’Affonseca e Silva, então Arcebispo Metropolitano. O primeiro Pároco, Padre João Buescher, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), tomou posse no dia 17 de março do mesmo ano.

A igreja começou a funcionar numa pequena casa, que servia de depósito e armazém. Com o tempo, a casa foi transformada em capela, onde foram celebradas as primeiras missas e demais sacramentos.

No dia 28 de outubro de 1940, aconteceu a primeira festa para o Santo Padroeiro. No ano seguinte, os festejos se tornaram mensais, sempre no dia 28.

Com a ajuda da comunidade, Padre João construiu a primeira igreja, ainda provisória, que substituía a capela improvisada. Em 1942, imediatamente após a construção da igreja provisória, ele já iniciava a definitiva, inaugurada em abril de 1944 e conhecida hoje como “Igreja Antiga”.

O mesmo sacerdote intensificou a divulgação da história de São Judas, mandando fazer muitos impressos com a imagem e a oração do Santo, e distribuía-os pessoalmente nos pontos de ônibus, nos bondes, na Praça da Sé e nas visitas às famílias dos bairros centrais.

Pouco a pouco, São Judas Tadeu se tornou conhecido em todo o Brasil. Isso explica o grande fluxo de fiéis no Santuário a cada dia 28, e de modo ainda mais intenso em 28 de outubro, na festa de São Judas Tadeu. Em 18 de novembro de 1997, a Paróquia foi elevada a santuário, conforme definiu um decreto assinado naquela data por Dom Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo.

No próximo dia 18, às 19h30, haverá a missa solene de abertura do jubileu de prata do Santuário, presidida pelo Cardeal Scherer.

(Com informações complementares da assessoria de imprensa do Santuário São Judas Tadeu)

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