Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate é pichada durante manifestação

Templo localizado no Largo da Batata foi vandalizado no domingo, 7

Pichação na fachada da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, em Pinheiros

A igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, no Largo da Batata, em Pinheiros, teve grande parte de sua fachada pichada no domingo, 7. No mesmo dia, aconteceu, naquela via pública, uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro, o racismo e a favor da democracia, conforme a pauta divulgada pelos manifestantes.

A manifestação foi transferida para aquele local após o juiz Rodrigo Galvão Medina, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), proibir o ato na Avenida Paulista, atendendo ao pedido da Fazenda Pública do Estado de São Paulo, para evitar o confronto com manifestantes a favor do presidente, que se reuniram no mesmo horário.

Os funcionários da igreja histórica, fundada em 2 de fevereiro de 1914, perceberam o vandalismo na manhã desta segunda-feira, 8, quando chegaram para trabalhar, conforme relatou à reportagem o Padre Vandro Pisaneschi, Pároco.

“O que mais nos surpreendeu é que dessa vez foi de um modo maciço e total. Isso ocorreu no domingo à tarde, pois não estava assim por volta do meio-dia, quando saí da Paróquia. É muito triste isso, pois é uma igreja tombada, que tem muita manutenção a ser feita, e nós vamos ter que utilizar o dinheiro que estava sendo arrecadado para fazer outras melhorias”, disse ao O SÃO PAULO.

PREJUÍZO DA PARÓQUIA

Padre Vandro levou o fato ao conhecimento da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Subprefeitura de Pinheiros.

“Todas as vezes em que concentrações grandes acontecem no Largo da Batata, por manifestações políticas, sociais ou mesmo no carnaval, sempre há problemas na dispersão. Por esse motivo, o carnaval realizado no local foi banido. No domingo, não foi só a Paróquia que teve problemas; outros lugares também foram depredados”, afirmou o Sacerdote.

A igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate é tombada desde 2017 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp)

DIÁLOGO COM AS AUTORIDADES

Segundo o Padre, em anos anteriores, no carnaval, pessoas urinaram nas paredes externas do templo. Nunca, porém, houve problemas com pichações ou depredações.

“Faço um pedido às autoridades públicas que parem de autorizar concentrações no Largo da Batata. Os moradores não aguentam mais, o local não tem estrutura para isso e somos nós os punidos. Espero que não só tenha mais policiamento, mas que consigam, de fato, evitar esse tipo de coisa, porque tudo isso é muito triste”, concluiu.

Procuradas pelo O SÃO PAULO, a Subprefeitura de Pinheiros, a GCM e a Polícia Militar não responderam, até a conclusão da reportagem, sobre quais ações adotarão para evitar que tais atos de vandalismo voltem a ocorrer.

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