Pessoas em situação de rua assistem ao novo documentário sobre Santa Teresa de Calcutá

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Para marcar a estreia no Brasil do documentário “Madre Teresa – Amor Maior Não Há”, exibido nos cinemas em sessões exclusivas nos dias 21 e 22 de novembro, a Arquidiocese de São Paulo, em parceria com a Kolbe Arte Produções, promoveu, na quarta-feira, 23, uma sessão especial para a população em situação de rua acolhida no Arsenal da Esperança.

Financiado e produzido pela organização Cavaleiros de Colombo, o documentário narra a história da religiosa de origem albanesa que fundou, em 1950, a congregação das Missionárias da Caridade, na cidade de Calcutá, na Índia.

A iniciativa de realizar uma sessão especial para a população em situação de rua partiu do diálogo da distribuidora com as Missionárias da Caridade, que manifestaram o desejo que aqueles que Madre Teresa mais amava, os pobres, tivessem a oportunidade de assistir ao documentário.

“Este documentário tem uma relevância muito forte neste momento, porque Madre Teresa é sinônimo de amor, e o que nós mais precisamos na nossa vida, na nossa sociedade, na nossa Igreja, na nossa família é amor”, destacou Angela Morais, diretora-executiva e fundadora da Kolbe Arte Produções, responsável pela distribuição do filme no Brasil. “Em Madre Teresa identificamos essa característica. Então, acho que nós, quando assistimos pela primeira vez ao filme, conseguimos entender imediatamente esse amor sem limites”, completou.

Filmado nos cinco continentes, “Madre Teresa – Amor Maior Não Há” conta a história dessa Santa a partir da missão por ela iniciada e permanece viva. O filme traz imagens inéditas de arquivos institucionais e do apostolado das Missionárias da Caridade em diversos países, inclusive no Brasil, como o trabalho com os imigrantes venezuelanos em Roraima e o atendimento aos dependentes de crack no Rio de Janeiro. A obra intercala imagens da própria santa, com depoimentos e testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelo testemunho de fé e caridade de Madre Teresa.

O documentário também mostra o depoimento do brasileiro Marcílio Haddad Andrino, paulista curado de uma grave enfermidade, por intercessão da Madre Teresa, fato reconhecido pela Santa Sé como o milagre que garantiu sua canonização pelo Papa Francisco em 2016.

ARSENAL

Localizado no bairro da Mooca, o Arsenal da Esperança foi fundado em 1996, por iniciativa do italiano Ernesto Olivero e de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida (1930-2006), na época, Bispo Auxiliar de São Paulo.

A instituição é administrada pela Fraternidade da Esperança, comunidade de casais e consagrados fundada em 1964, na Itália, pelo próprio Ernesto Olivero e por sua esposa Maria Cerrato.

Diariamente, são acolhidos 1,2 mil homens que antes estavam em situação de rua por razões diversas, como a falta de trabalho, moradia ou suporte familiar. Lá, eles podem descansar, tomar banho, se alimentar e frequentar cursos profissionalizantes, além de usufruir de muitos outros serviços, como o acompanhamento do serviço social.

O documentário foi exibido na tenda erguida no pátio do Arsenal da Esperança durante o período mais restritivo da pandemia. Com direito a pipoca, a sessão especial teve sala cheia e despertou o interesse a emoção dos acolhidos, como Ederson Francisco de Lima, 48, que vive há quatro meses no Arsenal da Esperança. “Eu já tinha ouvido falar em Madre Teresa, mas nunca tinha visto nada dela. O que mais me tocou foi o amor que ela tinha pelos mais vulneráveis. Ela realmente se doou pelos pobres. É incrível esse chamado”, relatou.

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

BIOGRAFIA

Agnes Bojaxhiu nasceu em Skopje, hoje capital da Macedônia do Norte, em 26 de agosto de 1910. Na adolescência, teve contato com os padres jesuítas missionários que viviam em missão na Índia, os quais lhe contaram como era a ação missionária naquele país. Daí brotou a vontade de ser missionária. Aos 18 anos, Agnes sentiu o desejo de consagrar sua vida a Deus.

Em 29 de setembro de 1928, ingressou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, na Irlanda. Fez sua profissão religiosa em 24 de maio de 1931, quando adotou o nome Teresa, em homenagem à Santa Teresa de Lisieux, padroeira dos missionários. Em seguida, foi transferida para Calcutá (Índia), onde, por 17 anos, se dedicou ao ensino como professora.

Em 1946, por ocasião de um retiro espiritual, Irmã Teresa foi a Darjeeling, onde viu de perto a realidade da pobreza. O apelo de doar-se em favor dos pobres era algo emergente em seu coração e, ao deparar-se com pessoas, entre elas crianças em situação de extrema pobreza, fome, doenças, a implorar ajuda, tomou a firme decisão de se dedicar aos pobres.

Conseguiu, em 1948, a licença para deixar as Irmãs de Loreto. Mantendo sua condição de religiosa, mudou-se para Calcutá, onde se empenhou exclusivamente à sua nova missão, ajudando aos mais necessitados. Dedicada aos pobres, vivia também sua vida de forma humilde, somente com o básico. Na Eucaristia, buscava as forças para se manter fiel.

Em 1979, foi homenageada com o Prêmio Nobel da Paz. Faleceu em 5 de setembro de 1997. Em 2002, o Vaticano reconheceu o primeiro milagre atribuído à intercessão de Madre Teresa: a cura de uma mulher de Bangladesh chamada Monika Besra, de 30 anos, que sofria de um tumor abdominal. Em 2008, a cura de Marcílio Haddad Andrino, em São Paulo.

A missão caritativa iniciada por madre Teresa de Calcutá, em 1946, é levada adiante pelas Missionárias da Caridade, presentes em mais de 130 países. Os trabalhos das irmãs variam conforme as necessidades do local: em algumas casas, assistem moradores em situação de rua; em outras, mantêm creches, abrigos para mulheres ou portadores de HIV, abrigos para idosos e pessoas em situação de rua.

Para indicar a fonte eucarística de sua missão, Santa Teresa costumava identificar as casas da congregação com os tabernáculos (sacrários) presentes em cada uma. Atualmente, portanto, são 764 tabernáculos das Missionárias da Caridade em todo o mundo.

No Brasil, a primeira obra da congregação foi fundada pela própria Madre Teresa em 1979, em Salvador (BA), que se espalhou para outras regiões do país como Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Aracaju (SE), Manaus (AM), Vitória (ES) e Brasília (DF).

Em São Paulo, a congregação atua no Jardim Peri, na periferia da zona Norte, onde um grupo de religiosas dirige um abrigo para homens enfermos. A atuação pastoral se estende às visitas às famílias, grupos de Catequese, distribuição de cestas básicas e marmitas.

SESSÕES EXCLUSIVAS

Além das exibições exclusivas nos dias 21 e 22, haverá sessões nos dias 28 e 29. Confira os cinemas aqui.

Assim como aconteceu nos Estados Unidos e em outros países, toda a renda da bilheteria no Brasil será revertida para fins caritativos e para promover o legado de Santa Teresa de Calcutá.

Assista ao trailer do documentário:

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