A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo recebeu da Paulinas Editora a doação de mais de 4 mil exemplares de livros infanto-juvenis de 14 títulos diversos, além de dezenas de exemplares de doadores anônimos. Ao todo foram direcionados mais de 4,2 mil livros para 125 projetos assistidos pela Pastoral do Menor: 34 deles são das unidades de internação da Fundação Casa e oito são de unidades de semiliberdade.
INCENTIVO À LEITURA
As doações beneficiaram e fortaleceram os espaços para leitura já implantados nos projetos e contribuíram para a implementação de novos, pois muitas dessas instituições não recebem o apoio público e vivem de doações, o que dificulta a atualização e renovação dos acervos, conforme ressaltou Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor.
Sueli destacou, ainda, que nas unidades da Fundação Casa esse material é muito utilizado para o processo de alfabetização dos internos que ingressam na instituição com dificuldades de aprendizagem ou sem escolarização.
“As cores, linguagens e conteúdos desse tipo de literatura estimulam o interesse dos adolescentes e favorecem a aprendizagem. Por isso, a doação foi bem acolhida pela coordenação pedagógica da instituição”, relatou.
Tanto os internos quanto os educadores têm acesso a essas bibliotecas e são incentivados a recorrer a tais espaços no processo socioeducativo.
PRESENÇA ATIVA
A atuação da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo na Fundação Casa se dá em três eixos. O primeiro é voltado à evangelização, por meio do Programa de Assistência Religiosa, viabilizado pelo próprio Governo, conforme prevê a Constituição Federal. Esse trabalho é realizado por meio de grupos que visitam semanalmente as unidades da instituição para atividades evangelizadoras, como catequese, orações e acompanhamento espiritual.
O segundo eixo concentra-se nas medidas socioeducativas em meio aberto, com iniciativas que acolhem e acompanham os menores que, por determinação da Justiça, gozam de liberdade assistida, prestando serviços comunitários e outras atividades. Por fim, a Pastoral também ajuda no âmbito da defesa dos direitos humanos em relação aos adolescentes em medida socioeducativa, acolhendo denúncias de violações desses direitos, feitas, por exemplo, por familiares, e encaminhando-as às autoridades competentes.
Para Sueli Camargo, a presença e o conhecimento da Pastoral do Menor sobre as necessidades da Fundação Casa viabilizaram o encaminhamento das doações dos livros. “Acreditamos que a medida socioeducativa é um processo integral e, por isso, o estímulo à leitura é fundamental”, disse.
ESTÍMULO À CRIATIVIDADE
Os livros doados também foram entregues a outras entidades e projetos acompanhados pela Pastoral. “Em muitos deles não existia uma biblioteca e, por meio dessa doação, foi possível a implantação e o fortalecimento dos es- paços já existentes com os novos livros”, enfatizou.
Segundo a coordenadora, com os livros será possível realizar trabalhos lúdicos e metodologias diversificadas. “As crianças e os adolescentes têm prazer em pegar o livro, folhear, aprender, e isso possibilita, de uma forma muito positiva, uma viagem no imaginário”, afirmou. “Os livros também são dirigidos aos educadores dessas crianças e adolescentes que podem realizar trabalhos educativos como teatro, encenação, criação de personagens etc. Isso trará um grande benefício para o desenvolvimento pedagógico”, complementou.
DIMINUIR AS DIFICULDADES
Uma das instituições beneficiadas foi o Centro de Convivência para Crianças e Adolescentes (CCA), do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), localizado no Jardim Pery Alto, na zona Norte de São Paulo.
“Era urgente diversificar o nosso acervo com temas variados e assim manter elevado o interesse na leitura”, enfatizou Angela Assis, coordenadora da instituição, destacando a importância da doação não apenas para estimular a leitura das crianças e adolescentes atendidos, mas diminuir as dificuldades de leitura e escrita que muitos possuem.
“Serão beneficiadas diretamente 120 crianças e adolescentes atendidos no contraturno escolar. Nossa biblioteca também é comunitária e as crianças e adolescentes também podem levar os livros por empréstimo para familiares e amigos”, disse à reportagem.
(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)