
Na manhã da sexta-feira, 4, no Centro Pastoral São José, no Belenzinho, dezenas de agentes pastorais reuniram-se com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e José Renato Nalini, secretário municipal de Mudanças Climáticas, para aprofundar o diálogo sobre a Ecologia Integral, tema da Campanha da Fraternidade de 2025.
Dom Odilo abriu o encontro destacando que o tema da CF 2025 – “Fraternidade e Ecologia Integral” – é “amplo, envolvente, oportuno e atual”. Ressaltou a urgência de refletir seriamente sobre as mudanças climáticas. Ele reforçou que a questão ambiental não se limita a aspectos sociais e econômicos, mas toca também a consciência e a fé. “São também demandas que a nós interpelam a consciência e a nossa fé, e isto é o fundo da questão da Campanha da Fraternidade”, disse.

O Arcebispo também chamou a atenção para as consequências das mudanças climáticas sobre os mais vulneráveis, alertando que “aqueles que pagam a conta vão ser sempre os mais vulneráveis, os mais pobres, os menos capacitados para a sua defesa contra as intempéries ou mudanças climáticas em todo o sentido”.
Representando a Comissão do Testemunho e o Vicariato Episcopal da Caridade Social, o gestor ambiental Éder Francisco apresentou questionamentos ao secretário municipal sobre o meio ambiente, ressaltando a grandeza da cidade e dos desafios ambientais: “Poluição do ar, congestionamento, falta de áreas verdes e gestão inadequada de resíduos sólidos”. Alertou para a “alta vulnerabilidade climática” e defendeu medidas eficazes, como investimentos em “arborização, resíduos sólidos e emissão de gases do efeito estufa”.

DESAFIOS
José Renato Nalini iniciou sua fala relembrando a natureza original da região paulistana, com rios e vegetação exuberantes, contrastando com a urbanização que chamou de “insensata”. Criticou a transformação do Tietê em “um condutor de imundície” e o sacrifício ambiental em favor do automóvel.
O secretário explicou que a árvore “é a maior amiga da vida” e presta serviços essenciais. Também afirmou que o cuidado ambiental não é tarefa somente da Prefeitura: “Estamos fazendo o processo de adaptação da cidade, mas não é só a Prefeitura que deve fazer”. Criticou, ainda, a falta de pessoal e a omissão de empresas terceirizadas: “Confiam na falta de fiscalização do Poder Público”.
Nalini sublinhou a importância da educação socioambiental, participação cidadã e um novo modelo democrático: “Não dá mais para confiar só na democracia representativa”. Sobre o Plano Climático de São Paulo, disse que “tem 143 metas… está na fase de revisão” e precisa da colaboração das comunidades.
(Colaborou: Fernando Arthur)