Sub-Região São Paulo realiza 5º encontro ampliado de pastorais

No sábado, 8, os bispos, coordenado­res diocesanos de pastoral e representan­tes de pastorais e organizações eclesiais das dioceses que formam a Província Eclesiástica de São Paulo – Guarulhos, Mogi das Cruzes, São Miguel Paulista, Campo Limpo, Osasco, Santos, Santo André, Santo Amaro e Arquidiocese de São Paulo (com suas seis regiões episco­pais) – participaram do 5º Encontro da Ampliada das equipes pastorais da Sub­-Região Pastoral São Paulo, no campus Ipiranga da PUC-SP.

O encontro foi coordenado pelo Car­deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente da Sub-Região Pastoral SP. Ele saudou os participantes e explicou a finalidade e natureza informa­tiva e formativa da atividade. Também destacou os fatos que marcam a vida da Igreja este ano, em especial o Jubileu – “Peregrinos de Esperança” –, a Campa­nha da Fraternidade, com a temática da Ecologia Integral, o processo de elabora­ção das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, a par­tir das conclusões da recente Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos.

CAMINHO SINODAL

Na sequência, Dom Pedro Carlos Ci­polini, Bispo de Santo André, que parti­cipou das duas sessões da assembleia si­nodal, em Roma, compartilhou reflexões sobre a sinodalidade como essência da Igreja. Ele destacou que a sinodalidade não é uma mera estrutura administrativa, mas um modo de ser da Igreja, enraizado na comunhão, participação e missão.

O Prelado recordou, ainda, que a Igreja já possui diversos instrumentos sinodais – como Conselhos Pastorais, Presbiterais e Econômicos –, mas muitos ainda são pouco utilizados.

“Precisamos criar uma cultura da sinodalidade que inclui: ouvir, integrar, rezar juntos, discernir, caminhar juntos, incentivar a comunhão e participação em todos os níveis da Igreja. O ministé­rio ordenado tem a última palavra, mas não todas as palavras!”, afirmou.

Dom Pedro enfatizou que a sino­dalidade somente tem sentido quando orientada para a missão que Cristo con­fiou à Igreja no Espírito. “Evangelizar é a missão essencial da Igreja”, disse, citando o documento.

SUPERAR O CLERICALISMO

Um dos desafios mais urgentes des­tacados por Dom Pedro Cipolini é o de superar o clericalismo, que “gera uma ruptura no corpo eclesial que benefi­cia e ajuda a perpetuar muitos dos ma­les que denunciamos hoje”. Ele alertou que essa mentalidade não está apenas entre os clérigos, mas também entre os leigos, que muitas vezes reproduzem a ideia de que a Igreja pertence exclusi­vamente ao clero.

“A estrutura clericalista impede que a Igreja viva sua verdadeira identidade de Povo de Deus. O ministério ordena­do deve estar a serviço da harmonia de todo o corpo eclesial”, explicou, citan­do a necessidade de uma Igreja mais corresponsável, na qual os leigos te­nham um papel ativo nas decisões e na missão.

Por fim, Dom Pedro Cipolini enfati­zou que o caminho sinodal não termina com a assembleia, mas se desdobra na fase de implementação e vivência con­creta nas comunidades.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

A temática da CF 2025 foi abordada por Fabiana Guardão Silva, advogada e coordenadora da Campanha na Diocese de Guarulhos. Ela destacou os desafios e a urgência de uma conversão integral frente à crise climática e às desigualdades socioambientais.

A coordenadora explicou que a Eco­logia Integral está fundamentada na in­terconexão entre o ser humano, Deus, o próximo e a criação. Segundo ela, a desi­gualdade social e a degradação ambien­tal são faces da mesma crise, agravada por um modelo econômico predatório, mudanças climáticas severas e a falta de políticas públicas eficazes.

Entre os desafios apontados, desta­cam-se a necessidade de ação concreta e compromisso pessoal e comunitário. A Campanha propõe “dez atitudes susten­táveis”, como reduzir o consumo, optar por alimentos orgânicos, utilizar trans­portes sustentáveis e promover a cole­ta seletiva. Além disso, enfatiza o papel da “Igreja e da sociedade na defesa dos direitos socioambientais”, incentivan­do redes de articulação e iniciativas de conscientização.

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