Bispo desde dezembro de 2014 e Cardeal da Santa Igreja a partir de setembro de 2023, o frade agostiano norte-americano Dom Robert Francis Prevost, OSA, eleito Papa Leão XIV na quinta-feira, 8, em Conclave no Vaticano, muito já falou sobre a realidade da Igreja e sua incidência no mundo, seja como Bispo Chiclayo, no Peru, e depois como Prefeito do Dicastério para os Bispos e Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. A seguir, leia algumas das reflexões do novo Papa nos últimos anos.
“É bom para um bispo ter uma visão muito mais ampla da Igreja e da realidade, e experimentar esta universalidade da Igreja. É preciso também saber ouvir os outros e buscar conselhos, além de ter maturidade psicológica e espiritual. Um elemento fundamental do retrato falado é ser pastor, capaz de estar próximo aos membros da comunidade, começando pelos sacerdotes dos quais o bispo é pai e irmão. Viver esta proximidade a todos, sem excluir ninguém… A autoridade que temos é servir, acompanhar os sacerdotes, ser pastores e mestres. Muitas vezes, nós nos preocupamos em ensinar a doutrina, o modo de viver a nossa fé, mas corremos o risco de esquecer que a nossa primeira tarefa é ensinar o que significa conhecer Jesus Cristo e testemunhar a nossa proximidade ao Senhor. Isto vem primeiro: comunicar a beleza da fé, a beleza e a alegria de conhecer Jesus”.
(Em entrevista ao Vatican News, em maio de 2023, após assumir o Dicastério para os Bispos)
“O Sínodo tem a ver com a espiritualidade, é uma nova maneira de fazer as coisas dentro da Igreja, uma maneira de sentar-se juntos e falar sem violência, sem ódio e, assim, superar as tensões que posam existir dentro da Igreja ou fora dela… O Sínodo é um grande convite a uma conversão que também pode servir para que nós convidemos os outros a dialogar, a escutar, a buscar juntos àquilo que é, de verdade, o bem para o povo e a superar polarizações”
(Em entrevista coletiva sobre os trabalhos da assembleia sinodal – 23/10/2024)
“Hoje, com maior perspectiva, e sob a orientação do Papa Francisco, sabemos que temos de avançar nas formas do exercício da mencionada ‘corresponsabilidade’, mais adequadas, mais evangélicas e menos clericais. Não podemos atrasar as deliberações do Sínodo sobre a sinodalidade e muito menos o discernimento que tem de realizar no momento o Sucessor de Pedro”
(Ao comentar as reformas da Cúria Romana em um evento em junho de 2023, organizado pela Pontifícia Comissão para a América Latina)
“Um missionário que veio ao Peru, certa vez, me disse uma frase que me fez pensar muito e a compartilho com vocês: ‘O missionário vai não aonde é querido, mas sim onde dele necessitam; e fica até que seja querido, mas já não é tão necessário’… Sou um missionário. Estive com vocês, com muita alegria, durante estes últimos oito anos e cinco meses, mas agora o Espírito Santo, por meio do Papa Francisco, me deu uma nova missão. Tenho que seguir adiante, tenho de responder ao Senhor, dizer sim ao Senhor. A vocês, peço as orações e que sigam adiante como Igreja… O Espírito Santo a todos acompanha quando estamos vivendo com fé, quando, de verdade, queremos experimentar essa alegria de Cristo ressuscitado e quando nós temos, como os discípulos ao chegar ao sepulcro e vê-lo vazio, a fé de que Cristo jamais nos abandona. Cristo ressuscitado continua caminhando conosco”
(Na missa de despedida como Bispo da Diocese de Chiclayo – 09/04/2023)
“Quando os cristãos buscam Jesus, nunca O encontram sozinho; encontram Jesus nos braços de Maria… [ela], verdadeira serva e discípula do Senhor, nos acompanha neste caminho até a Páscoa e nos ajuda a compreender que quem nos perdoa não é somente o Senhor do mundo, mas também o Juiz misericordioso e nosso irmão”.
(Homilia da missa por ocasião dos 448 anos do achado da imagem de Nossa Senhora dos Milagres – 11/03/2024)
“Devemos considerar a importância dos avós e idosos em nossas vidas e na vida da família. Deus quis que aquela que daria à luz o Salvador nascesse em uma família de fé, e que Maria, chamada pelo Senhor a ser a mãe do Salvador, conhecesse o amor de Deus também pelos ensinamento de seus pais”.
(Homilia da missa do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos – 27/07/2024)
“[A Igreja universal não é] simplesmente como uma soma total das partes, pois está presente em cada uma das igrejas locais… Não devemos entender isso como uma questão de Matemática ou de Geografia, mas sim em um nível mais profundo de comunhão. A Igreja vive em todas as partes”
(Discurso no Fórum Teológico Pastoral realizado em Roma – 17/10/2024)
