Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco diz que a escuta é um primeiro passo indispensável na comunicação humana e uma dimensão do amor

Depois de se concentrar no ano de 2021 em ver a realidade e transmiti-la aos outros, o Papa Francisco na Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2022, a ser celebrado em 29 de maio, enfatiza a qualidade da escuta, que “é decisiva na gramática da comunicação e é uma condição para um diálogo genuíno”.
O Papa observou que as pessoas estão perdendo rapidamente a capacidade de ouvir umas às outras, ao mesmo tempo em que a escuta está passando por novos desenvolvimentos, especialmente devido às novas formas de comunicação. Essas tendências demonstram que “ouvir ainda é essencial na comunicação humana”.
OUVINDO COM O CORAÇÃO
O título da mensagem deste ano – “Ouvir com o ouvido do coração” – convida a refletir que ouvir envolve mais do que simplesmente o sentido da audição. A verdadeira escuta é um fundamento de relacionamentos genuínos e é fundamental para o relacionamento entre Deus e a humanidade.
O Papa, citando São Paulo, comentou que “a fé vem pelo ouvir”. De fato, observou, “a escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, que se revela falando e escutando homens e mulheres os reconhece como seus parceiros de diálogo.
Os seres humanos são chamados, por sua vez, “a sintonizar, a estar dispostos a ouvir”, como Deus os chama para uma aliança de amor. Fundamentalmente, disse o Papa, “a escuta é uma dimensão do amor”.
UMA CONDIÇÃO DE BOA COMUNICAÇÃO
Em muitos relacionamentos, no entanto, falta comunicação verdadeira, pois os diálogos acabam como monólogos concorrentes, onde os dois lados se recusam a ouvir um ao outro. Isso é evidente hoje em dia também na vida pública, disse o Papa, onde muitas vezes as pessoas acabam “falando” umas das outras.
O Papa Francisco insistiu, no entanto, que “ouvir é o primeiro ingrediente indispensável do diálogo e da boa comunicação”.
Sem ouvir, disse ele, não há bom jornalismo; os jornalistas precisam ouvir muitas vozes para garantir a “confiabilidade e seriedade” das informações que transmitem.
Ouvir, continuou ele, permite que as pessoas exerçam a arte do discernimento, a capacidade de “orientar-se em uma sinfonia de vozes”.
OUVINDO NA IGREJA
Há também “uma grande necessidade de ouvir e ouvir uns aos outros” na Igreja, disse o Papa, acrescentando: “Doar gratuitamente o nosso próprio tempo para ouvir as pessoas é o primeiro ato de caridade”.
Ele apontou para o processo sinodal em andamento, pedindo orações “para que seja uma grande oportunidade de ouvir uns aos outros”.
Comparando a comunhão na Igreja a um coro, o Papa disse que “a unidade não requer uniformidade, monotonia, mas pluralidade e variedade de vozes, polifonia”.
Ele continuou: “Ao mesmo tempo, cada voz do coro canta enquanto ouve as outras vozes e em relação à harmonia do todo”.
O Santo Padre concluiu: “Com a consciência de que participamos de uma comunhão que nos precede e nos inclui, podemos redescobrir uma Igreja sinfônica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com sua própria voz, acolhendo as vozes dos outros como um dom de manifestar a harmonia do todo que o Espírito Santo compõe”.
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Fonte: Vatican News