Francisco pede ‘um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros’

Pontífice conclui no domingo, 30, a viagem apostólica à Hungria

“Um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros.”

Em pé, mas idealmente de joelhos diante do ícone de Nossa Senhora Magna Domina Hungarorum, venerada como protetora e padroeira da Hungria, o Papa eleva uma súplica universal à Mãe de Deus por um continente, o europeu, dilacerado por conflitos, divisões, tensões, perspectivas nefastas para o futuro.

“Virgem Santa, olhai para os povos que mais sofrem. Olhai sobretudo para o vizinho povo ucraniano martirizado e para o povo russo, a Vós consagrados. Vós sois a Rainha da paz”.

A CAUSA DA PAZ

Francisco reza o Regina Caeli com os 50 mil fiéis reunidos na Praça Kossuth Lajos, em Budapeste, último evento da manhã de domingo antes de seguir para a Nunciatura.

Antes da oração mariana, ele se dirige a Nossa Senhora. Ao seu Imaculado Coração, em 25 de março de 2022, consagrou a Rússia e a Ucrânia, implorando o fim do conflito. Agora volta a pedir sua intercessão:

“A partir desta grande cidade e deste nobre país, quero colocar no seu Coração a fé e o futuro de todo o Continente Europeu, sobre o qual tenho pensado nestes dias, e de modo particular a causa da paz”

Virgem Santa – é a súplica do Bispo de Roma – “infundi nos corações dos homens e dos líderes das nações o desejo de construir a paz, de dar às jovens gerações um futuro de esperança, não de guerra; um futuro cheio de berços, não de túmulos; um mundo de irmãos, não de muros”.

REUNIÃO DE DIFERENTES RELIGIÕES

A fraternidade, portanto, é o caminho que o Papa indica para prevenir as tragédias que tornam o mundo instável. A mesma fraternidade da qual são exemplo as religiões e confissões cristãs da Hungria:

“Obrigado pela vossa presença! E obrigado porque, neste país, diferentes Confissões e religiões se encontram e apoiam mutuamente.”

Aqui, acrescenta o Pontífice, citando as palavras do cardeal Peter Erdö, arcebispo de Esztergom-Budapeste, “aqui se vive na fronteira oriental do cristianismo ocidental, há mil anos”:

“É belo que as fronteiras não representem confins que separam, mas áreas de contato; e que os crentes em Cristo ponham em primeiro lugar a caridade que une e não as diferenças históricas, culturais e religiosas que dividem. Une-nos o Evangelho e é voltando lá, às fontes, que o caminho entre os cristãos continuará segundo a vontade de Jesus, Bom Pastor que nos quer unidos num só rebanho”.

ORAÇÃO PELA IGREJA EUROPEIA

O Papa Francisco reza, portanto, pela Igreja de toda a Europa “para que reencontre a força da oração” e redescubra em Maria “a humildade e a obediência, o ardor do testemunho e a beleza do anúncio”.

Daí as saudações à presidente Katalin Novák, ao primeiro ministro Viktor Orbán – ambos sentados nas primeiras filas -, bem como aos bispos e pessoas consagradas e a todo o querido povo húngaro “pela acolhida e afeto que senti nestes dias: ” Aproximando-se agora o momento de regressar a Roma, desejo expressar meu reconhecimento…”, diz o Papa Francisco, acrescentando:

“Exprimo a minha gratidão a quantos vieram de longe e a quem trabalhou tanto e tão bem para esta visita. A todos digo: obrigado; Deus vos recompense”.

GRATIDÃO AOS HÚNGAROS

Uma recordação especial vai para os doentes e idosos, para “quem se sente sozinho e quantos perderam a fé em Deus e a esperança na vida. Estou unido convosco, rezo por vós e vos abençoo.”

Por fim, o desejo para que possa “espalhar a alegria de Cristo” e o agradecimento pelos três dias passados ​​na capital húngara: “Levo-vos no coração e peço que rezeis por mim”.

Isten éltessen! [Felicidades] Isten áld meg a magyart! [Deus abençoe os húngaros!]

Fonte: Vatican News

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