Na saudação aos jornalistas, Papa recorda migrantes que atravessam Sahara

No momento em que o avião que o leva à República Democrática do Congo sobrevoava o deserto do Sahara, Francisco saudava os jornalistas presentes no voo, convidando-os a rezar em silêncio por aqueles que atravessavam o deserto em busca de uma vida melhor e não sobreviviam.

Momento em que Francisco recebe uma pedra congolesa da jornalista espanhola Eva Fernández
Vatican Media

Como costuma fazer, o Papa Francisco fez uma breve saudação aos 75 jornalistas de 12 países, 2 dos quais africanos, presentes no voo que o leva à Kinshasa, concluindo com uma oração silenciosa:

Bom Dia! Sejam todos bem-vindos e obrigado por acompanhar nesta viagem. Esperei um ano, hein. É uma bela viagem, eu gostaria de ter ido a Goma, mas com a guerra não dá para ir. Será somente Kinshasa e Juba, de lá faremos tudo. Obrigado por estarem aqui comigo, estar todos juntos, obrigado pelo seu trabalho que é tão bom, ajuda muito porque permite chegar às pessoas que se interessam pela viagem, as imagens, também os pensamentos, as reflexões de vocês sobre a viagem. Muito obrigado.

Francisco disse então que gostaria de passar entre os jornalistas pelo corredor, saudando um a um, “mas hoje não posso”, acrescentando:

Eu posso ficar aqui (aponta para a poltrona onde vai sentar mais tarde, NDR), mas sinto um pouco de vergonha de fazer vir todo mundo aqui, podemos nos saudar de longe, não sei…

Após saudar os jornalistas, e antes de retornar ao assento, disse:

Neste momento que estamos atravessando o Saara, em silêncio façamos uma oração por todas as pessoas que, procurando um pouco de bem-estar, um pouco de liberdade, o atravessaram e não conseguiram. Tantos sofredores que chegam ao Mediterrâneo depois de terem atravessado o deserto e são mantidos em campos de concentração e sofrem. Rezemos por todas essas pessoas…. (oração silenciosa).

Ao saudar o Santo Padre, a jornalista da COPE – a rede de rádios da Conferência Episcopal Espanhola –  Eva Maria Fernández Huescar, ofereceu-lhe um fragmento de rocha Kiwu, da qual é extraído o coltan, explicando que para cada quilo extraído, morrem duas pessoas. Em seguida, um fragmento de lava do vulcão Nyiragongo, que costuma provocar desastres.

Fonte: Vatican News

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