Óbolo de São Pedro sustenta a caridade do Papa

Coleta será feita em 4 de julho e viabiliza doações feitas diretamente pelo Pontífice às igrejas locais, instituições, famílias ou pessoas necessitadas

Vatican Media

Todos os anos, a Igreja recolhe doações para o Óbolo de São Pedro na Solenidade de São Pedro e São Paulo. No Brasil, a coleta ocorre no domingo, 4 de julho. Em entrevista ao site Vatican News, o Prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano, o Padre jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves, explicou como são gastos os recursos.

Caridade do Papa

“A caridade [do Papa] é oferecer doações às igrejas locais, instituições, famílias ou pessoas necessitadas”, resumiu. “Mas não se trata somente de dinheiro que chega a Roma e que o Vaticano distribui em diversas partes do mundo”, afirmou. Além disso, são enviados recursos para sustentar os dicastérios da Cúria Romana, que está “a serviço da Igreja universal”.

Nas palavras do Padre Guerrero, os fiéis “têm direito de saber como gastamos o dinheiro que nos é dado”, e o Papa Francisco pediu a ele, que está no papel de supervisão e controle das finanças do Vaticano, que garanta total transparência no uso dos recursos.

Entre os projetos apoiados estão hospitais infantis, escolas em áreas pobres do mundo, comunidades religiosas em locais difíceis por causa da violência e pobreza, projetos de formação de agentes pastorais, entre outros.

Serviço à Igreja

Uma parte do orçamento é destinada à manutenção de instituições que não têm uma fonte própria de receitas. “Pensemos no serviço da unidade da fé, na liturgia, nos tribunais da Igreja, na comunicação do Papa, no cuidado do patrimônio recebido ao longo dos séculos, na Biblioteca ou nos Arquivos, onde documentos importantes da história da humanidade são conservados, as representações papais no mundo etc.”, explicou.

Outro montante fica guardado em um fundo que pode ser utilizado em situações de emergência. “Naturalmente, essas economias devem ser administradas com cuidado, de acordo com os princípios da Doutrina Social da Igreja, com a prudência de um bom pai de família e com a consciência de que o que recebemos a cada ano não cobre todas as despesas da missão.”

Óbolo depende dos fiéis

Em 31 de dezembro de 2020, o fundo do Óbolo tinha cerca de 205 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão), sendo parte aplicada em investimentos. Desde 2015, no entanto, ele vem diminuindo, pois “foram gastos, em média, 19 milhões de euros a mais do que as entradas”.

O Óbolo de São Pedro é uma instituição histórica que existe desde o século VII, mas ganhou o formato atual em 1871, quando foi sistematizado pelo Papa Pio IX. É considerado um gesto concreto na comunhão de todos os membros da Igreja com o Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, o Papa. Por isso, também a coleta simbólica na festa de São Pedro e São Paulo.

Historicamente, o Óbolo se faz de pequenas doações dos fiéis de todo o mundo que querem ajudar o Papa a sustentar a missão. “A proclamação do Evangelho em todo o mundo, com tudo o que isso implica, pressupõe uma estrutura de apoio. A Igreja sempre viveu desta maneira”, disse o Padre Guerrero.

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