Aos participantes da Plenária da Comissão Teológica Internacional, Francisco falou sobre o Ano Santo, o Concílio Ecumênico de Niceia e a sinodalidade
O iminente Jubileu e o Sínodo sobre a sinodalidade foram os temas do discurso do Papa aos participantes da Plenária da Comissão Teológica Internacional, recebidos na manhã desta quinta-feira em audiência no Vaticano.
O Ano Santo de 2025 coincide com os 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecumênico de Niceia, e Francisco manifestou o desejo de visitar a Turquia para esta celebração. Este Concílio, explicou o Papa, constitui uma pedra fundamental no caminho da Igreja e de toda a humanidade, porque a fé em Jesus foi formulada e professada como luz que ilumina o significado da realidade e o destino de toda a história.
O Concílio de Niceia, afirmando que o Filho é da mesma substância do Pai, evidencia algo essencial: em Jesus pode-se conhecer a face de Deus e, ao mesmo tempo, também a face do homem, descobrindo-nos filhos no Filho e irmãos entre nós. Esta fraternidade, radicada em Cristo, torna-se para nós uma tarefa ética fundamental.
Os trabalhos da Plenária, aliás, foram dedicados em parte a preparar um documento sobre o significado atual da fé professada em Niceia. Para Francisco, este documento poderá oferecer reflexões úteis para um novo paradigma cultural e social, inspirado justamente na humanidade de Cristo.
“Hoje, com efeito, num mundo complexo e muitas vezes polarizado, tragicamente marcado por conflitos e violências, o amor de Deus que se revela em Cristo e doado no Espírito se torna um apelo dirigido a todos, porque aprendemos a caminhar na fraternidade e ser construtores de justiça e de paz. Somente deste modo podemos espalhar sementes de esperança onde vivemos.”
Unido à centralidade de Cristo, o convite de Francisco é realizar um passo corajoso: desenvolver uma teologia da sinodalidade, uma reflexão teológica que ajude, encoraje e acompanhe o processo sinodal para uma nova etapa missionária, mais criativa e audaz, que seja inspirada pelo kerygma e que envolva todos os membros da Igreja.
O Pontífice concluiu citando sua Encíclica Dilexit nos: “Permanecendo apoiada no Coração do Senhor, a teologia beberá da fonte e dará frutos na Igreja e no mundo! E algo muito fundamental para fazer uma teologia fecunda é não perder o senso de humor, por favor. Isso ajuda muito. O Espírito Santo é quem nos ajuda nesta dimensão de alegria e de humorismo”.
Estava presente na audiência o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Luiz Catelan, que comentou a Plenária da Comissão e o encontro com o Santo Padre.
Fonte: Vatican News