Papa encontra a equipe paraolímpica da Athletica Vaticana: a deficiência é um recurso

Três atletas da equipe do Vaticano participaram da audiência geral da quarta-feira, 25, no dia do início das Paraolimpíadas de Tóquio. No final, o encontro com o Papa e a troca de presentes. Presente Tiziano Monti, paraciclista e membro do projeto Obiettivo3 de Alex Zanardi: “renasci graças ao esporte depois de um acidente que causou a amputação de minhas pernas. Aos jovens eu digo: não se joguem no sofá, mas coloquem-se em jogo”

Vatican Media

Pequena mas aguerrida, como se define, a equipe paraolímpica da Athletica Vaticana que participou na quarta-feira, 27, da audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paulo VI, no mesmo dia em que tiveram início os Jogos Paraolímpicos de Tóquio. Após saudar e agradecer os atletas de Tóquio como “testemunhas de esperança e coragem”, Francisco, no final da audiência, pôde ver com seus próprios olhos a audácia que arde na alma dos atletas que fazem parte da “sua” equipe paraolímpica oficial, legalmente constituída e reconhecida. Eles, como disse, “manifestam como o compromisso esportivo ajuda a superar dificuldades aparentemente intransponíveis”.

O Papa recebeu a camiseta de inclusão “We Run Together”

Dois atletas, acompanhados pelo presidente Giampaolo Mattei, apertaram a mão do Papa e receberam seu incentivo para “ir avante”: Gianluca Palazzi, aposentado vaticano em cadeira de rodas, treinador de basquete e Sara Vargetto, com seus 13 anos de idade a “mascote” da Athletica Vaticana, ou melhor “o ícone”, jogadora de basquete da Série A e membro honorário da equipe, que apresentou ao Pontífice as atividades e projetos para dar uma oportunidade àquelas vidas que foram feridas. Deram de presente ao Papa Francisco a camiseta de solidariedade da Athletica, destacando a imagem inclusiva: as palavras “We Run Together” – “Nós corremos juntos” – (“Simul currebant”, em latim) e um atleta em uma cadeira de rodas competindo com outros atletas.

Mattei: a deficiência não é uma desgraça, mas um recurso

“O primeiro objetivo de nossa associação esportiva”, explica Mattei, “é contribuir para mudar a mentalidade da percepção da deficiência, incentivando a inclusão em todos os sentidos”. Queríamos criar uma seção paraolímpica quando ainda não tínhamos um atleta, justamente porque queríamos dar o sinal de que a deficiência não é uma vergonha, mas pode ser um recurso. Para todos… Ver alguém conseguir saltar 2 metros com uma perna só, quanto estímulo pode ser na vida? Se você pode fazer isso no esporte, imagine na escola ou no escritório. “Mattei explica: “Esta é nossa pequena missão que tentamos levar a outras associações com as quais construímos pontes, sempre com a Fratelli tutti em mãos, pois o primeiro objetivo é a fraternidade e a inclusão”.

Tiziano Monti, paraciclista: “Um encontro irrepetível com o Papa”

Junto com Sara e Gianluca, manhã desta quarta-feira, estava também Tiziano Monti, paraciclista, “amigo” da equipe do Vaticano e membro do projeto Obiettivo3 de Alex Zanardi, o conhecido campeão paraolímpico que fez da deficiência “uma lição de humanidade”, como o Papa escreveu em sua carta de junho de 2020, quando o ex-piloto de Fórmula 1 lutava entre a vida e a morte após um acidente de rodoviário muito grave em handbike.

O próprio Monti contou ao Vatican News sobre este encontro “único e irrepetível” com o Papa, que imediatamente se mostrou tão amigável. “Foi realmente comovente, cumprimentei-o com respeito e carinho”, diz Tiziano, que foi capaz de trocar algumas palavras com Francisco, sussurradas ao seu ouvido devido ao barulho do ambiente, e depois lhe deu uma camiseta do Obiettivo3, uma iniciativa que visa recrutar jovens com deficiência e colocá-los no mundo do esporte. O nome vem do objetivo de levar três atletas às Paraolimpíadas de Tóquio 2020. O que de fato já aconteceu.

Monti é membro desde 2019 e deve seu “renascimento” a este projeto, após um infortúnio, um acidente de carro em outubro de 2018, que lhe causou a amputação de ambas as pernas. “Quando lhe entreguei a camisa, o Santo Padre me agradeceu”, conta Monti, “então ele me disse: ‘Cuide-se, coragem! E vá em frente!”

(Com informações de Vatican News)

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