Papa pede a 21 novos cardeais que se empenhem pela fraternidade, comunhão e unidade da Igreja 

O Papa Francisco presidiu no sábado, 7, na Basílica de São Pedro, o décimo consistório ordinário público de seu pontificado, no qual criou 21 cardeais para a Igreja, entre os quais Dom Jaime Spengler (foto), Arcebispo de Porto Alegre (RS) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam). 

Os cardeais constituem o colégio cardinalício, o corpo de conselheiros diretos do Bispo de Roma para o desempenho de sua missão como pastor universal da Igreja. Aqueles com menos de 80 anos de idade são eleitores na escolha de um novo papa em um eventual conclave. Com esses 21 novos cardeais, o colégio cardinalício passa a contar com 253 purpurados, 140 dos quais com menos de 80 anos. 

CAMINHAR NA ESTRADA DE JESUS 

Francisco, na homilia, recomendou aos novos cardeais que jamais deixem de caminhar na estrada de Jesus, colocando o Senhor como o centro de suas vidas tanto espiritual quanto pastoral. “Jesus é o ponto de apoio fundamental, o centro de gravidade de nosso serviço, o ‘ponto cardeal’ que orienta toda a nossa vida”, enfatizou. 

O Papa lembrou-lhes de que nesse caminho, eles não devem estar isolados dos acontecimentos do mundo: “A aventura do caminhar, a alegria de encontrar os outros, o cuidado com os mais frágeis: isso deve animar o seu serviço como cardeais”. 

Neste caminhar – prosseguiu o Santo Padre – os cardeais devem ser construtores de comunhão e unidade e não protagonistas de uma competição corrosiva: “Lançando Seu olhar sobre vocês, que vêm de diferentes histórias e culturas e representam a catolicidade da Igreja, o Senhor os chama a serem testemunhas da fraternidade, artesãos da comunhão e construtores da unidade”. 

RITO DE CRIAÇÃO DOS CARDEAIS 

Após a homilia, os novos cardeais fizeram a profissão de fé e o juramento de obediência à Igreja Católica na pessoa do Papa e de seus sucessores. Depois, cada um se aproximou do Pontífice, ajoelhou-se e dele recebeu as insígnias do cardinalato: o solidéu vermelho; o barrete, uma espécie de chapéu, na cor vermelha ou púrpura, a mesma usada na veste de cardeal; e o anel cardinalício, que representa a fidelidade ao Papa. 

Por fim, Francisco atribuiu a cada cardeal uma igreja em Roma e entregou a bula de criação cardinalícia e da respectiva igreja da qual será titular. 

Depois de receberem as insígnias cardinalícias e serem saudados pelo Santo Padre com o abraço da paz, os novos cardeais foram acolhidos pelos demais membros do colégio cardinalício. A conclusão do rito foi com a oração do Pai-nosso. 

‘PORTADORES DE UMA ÚNICA SABEDORIA COM MUITAS FACES’ 

Na manhã do domingo 8, os novos cardeais participaram da missa da Solenidade da Imaculada Conceição, presidida pelo Papa Francisco na basílica vaticana. 

Na homilia, o Pontífice lembrou que os novos cardeais “são irmãos a quem pedi que me ajudassem no serviço pastoral da Igreja universal. Eles vêm de muitas partes do mundo, portadores de uma única Sabedoria com muitas faces, para contribuir com o crescimento e a propagação do Reino de Deus. Confiemo-los, de modo especial, à intercessão da Mãe do Salvador”. 

“O colégio dos cardeais é chamado a cooperar com o Santo Padre de uma forma mais intensa, mais direta, na atenção com toda a Igreja presente nos diversos continentes”, afirmou Dom Jaime Spengler em entrevista ao Vatican News, dias antes da receber o cardinalato. 

O Arcebispo de Porto Alegre que ao se tornar cardeal também recebeu o título da Igreja de São Gregorio Magno alla Magliana Nuova, no bairro Portuense, em Roma, destacou a preocupação do Pontífice para que o colégio cardinalício seja, “expressão da riqueza da Igreja presente em culturas, em realidades, as mais diversas mundo afora. Certamente, a diversidade é uma grande riqueza e a representatividade dos vários contextos eclesiais diz também da beleza que é a comunidade de fé católica no mundo”. 

Dos atuais 253 cardeais, 115 são europeus, 37 asiáticos, 32 da América Latina, 29 da África, 28 da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), 8 da América Central e 4 da Oceania. Destes, 149 foram criados pelo Papa Francisco. Dos 21 mais recentes, 11 são europeus, 6 das Américas, 3 asiáticos e 1 africano. 

(Com informações de Vatican News)