Unidade, missão e verdade: temas em destaque na Oitava Congregação Geral dos Cardeais

A Oitava Congregação Geral do Colégio Cardinalício aconteceu na sexta-feira, 2, no Vaticano. Pouco mais de 180 cardeais compareceram, dos quais mais de 120 são eleitores. Durante o intervalo do meio da manhã, às 10h30, vários cardeais recém-chegados prestaram juramento de posse, juntando-se formalmente ao trabalho da assembleia.

Fotos: Vatican Media

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, observou que foram proferidas 25 intervenções, abordando alguns dos desafios mais cruciais que a Igreja contemporânea enfrenta, em um clima de reflexão fraterna e colegial.

Entre os temas mais destacados, foi reiterada a centralidade da evangelização, entendida não apenas como tarefa permanente da Igreja, mas também como foco definidor do pontificado do Papa Francisco. Foi enfatizada a necessidade de anunciar o Evangelho com renovado vigor, especialmente entre os jovens, e fazê-lo em todos os níveis eclesiais: das paróquias locais às estruturas da Cúria.

A Igreja foi descrita como uma comunhão fraterna evangelizadora, cujo testemunho deve ser claro e coerente com a mensagem de Cristo. Nesse sentido, vários cardeais enfatizaram o dever do testemunho cristão e o risco representado pelos escândalos sexuais e financeiros, que comprometem a credibilidade da missão da Igreja. O trecho evangélico “Por como se amam, os reconhecerão” foi recordado como um chamado à unidade visível e ao amor fraterno como sinal de autenticidade.

Outro destaque foi para as Igrejas Orientais, cujos sofrimentos foram recordados, ao mesmo tempo em que se reconheceu a força do seu testemunho em contextos de perseguição e conflito.

A liturgia também ocupou lugar de destaque no debate, considerada não apenas como fonte espiritual, mas também como força motriz da missão da Igreja. Em consonância com isso, foi destacado o papel central da Eucaristia em sentido missionário.

O diálogo entre os cardeais também abordou questões relacionadas ao Direito Canônico, a necessidade de fortalecer a sinodalidade e a colegialidade episcopal e os desafios do secularismo. Houve uma reflexão importante sobre a continuidade hermenêutica entre os pontificados de São João Paulo II, Bento XVI e Papa Francisco, enfatizando a fidelidade dinâmica ao depósito da fé em contextos culturais mutáveis.

Matteo Bruni também foi questionado por jornalistas sobre rumores de um problema de saúde que o Cardeal Pietro Parolin teria sofrido no dia anterior. No entanto, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé negou categoricamente tais relatos: “Não, isso não aconteceu. Não é verdade.” Quando questionado sobre uma possível intervenção de médicos ou enfermeiros, a resposta foi clara: “Não, de jeito nenhum”.

Também na sexta-feira, a Santa Sé divulgou imagens da instalação da chaminé no telhado da Capela Sistina, pela qual durante o Conclave, com início marcado para 7 de maio, se comunicará ao mundo se houve a escolha de uma novo Papa (fumaça branca) ou se ainda não se chegou ao resultado final da eleição (fumaça preta).

(Com informações de Vatican News em espanhol)

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