4º dia da AG CNBB: missa com instituição do ministério de Catequista e o método da ´Conversa no Espírito´

O 4º dia da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), no sábado, 13, foi iniciada com a missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, presidida por Dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria e Presidente da Comissão Episcopal Bíblico-Catequética da CNBB. Durante esta celebração, 19 leigos, de diversas regiões do Brasil, receberam o ministério de Catequista. 

Foto: Gustavo Cabral/A12

Instituído pelo Papa Francisco com o motu proprio Antiquum Ministerium, em 10 de maio de 2021, o ministério de Catequista “é um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas” pelo bispo, e que devem ser desempenhadas de acordo com a condição de cristãos leigos e leigas que recebem este ministério.

Na homilia, Dom Leomar Brustolin destacou que novos ministérios surgem na Igreja para atender as necessidades da atualidade. Nesse sentido, a instituição do ministério de Catequista é um alerta para o fortalecimento do anúncio da Palavra de Deus e o acompanhamento das pessoas nas comunidades e paróquias.

Dom Leomar ressaltou a cada catequista que ser escolhido não é um prestígio, mas um chamado ao serviço e ao compromisso com a Igreja e Cristo e a colocar o próximo em primeiro lugar.

Muito obrigado! Recebam o nosso reconhecimento. O que seria da nossa Igreja sem a vossa missão. Continuem incansáveis! Vocês têm um dom, vocês não se cansam, apesar do tempo frio, da escuridão e do vento que às vezes sopra. Continuem dizendo como Maria, como Nossa Senhora, Sim ao Pai… Nesta Casa da Mãe aparecida, revigore toda a sua vida e sua vocação”, concluiu o Bispo.

O DIA DE TRABALHO

A estrutura de trabalho no sábado foi similar à da sexta-feira: com duas sessões temáticas pela manhã e outras duas à tarde. Além da missa matinal, os participantes rezaram a Hora Média, às 15h, e as Vésperas, às 18h15. A reflexão central deste ano é sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE).

Pela primeira vez em uma Assembleia Geral da CNBB tem sido adotado o método de discernimento comunitário intitulado de “Conversa no Espírito”.

Divididos em 45 pequenas comunidades, com cerca de 10 participantes cada, o método prevê três rodadas precedidas sempre por um momento de oração e silêncio.

Na primeira, todos partilham seus pensamentos e sentimentos em relação à questão apresentada. O convite é para focar na escuta do outro. Na segunda, cada pessoa fala sobre o que mais chamou atenção na escuta realizada. O convite é enfatizar sobre o que mais tocou e desafiou cada um. Na terceira rodada, identifica-se os pontos chaves e constrói-se um consenso sobre os elementos centrais que surgiram a partir do discernimento em grupo iluminado pelo Espírito.

As comunidades de oração e diálogo estão sendo conduzidas por bispos facilitadores e assessores da CNBB que, como secretários, têm a missão da relatoria dos momentos de escuta que ocorrerão durante a reflexão sobre as DGAE.

Foto: Comunicação 61 AG CNBB

ESCUTA COM CORAÇÃO

Em entrevista ao site da CNBB, Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar de São Paulo, disse que a dinâmica adotada, inspirada na etapa Continental do Sínodo sobre a Igreja sinodal e, também, na primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em Roma, em outubro de 2023, se apresenta como “um grande momento de aprendizado para desenvolver a escuta ativa” que, segundo ele, trata-se “de uma escuta reflexiva, que vai do cérebro ao coração e que leva em conta o respeito e a atenção que se deve dar para que fala”.

Uma das secretárias dos grupos, a assessora da Comissão dos Ministérios Ordenados e Vida Consagrada (CMOVIC) da CNBB, Irmã Maristela Ganassini, destacou que o momento de oração e silêncio, proposto nas pequenas comunidades antes da ‘Conversa no Espírito’, “favorece para que aconteça, primeiramente, a escuta de si, dos outros e, principalmente, da vontade de Deus”. Para ela, a tendência da dinâmica proposta “contribui para que aconteça um trabalho leve, participativo e sinodal”, finalizou.

“Temos a tendência de responder as perguntas nos trabalhos de grupo, o diálogo no Espírito favorece a escuta de cada pessoa a partir a proposição realizada. Entra em jogo não apenas as ideias, mas as reações do próprio coração”, afirmou o bispo de Rondonópolis–Guiratinga (MT) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial, dom Maurício da Silva Jardim. Ele explicou que o método adotado pela Conferência Episcopal favorece “o exercício de ouvir a cada um, enriquecerá e ampliará os horizontes para uma resposta pastoral mais qualificada que responda os desafios da ação evangelizadora no Brasil”.

Sobre a expectativa da dinâmica eclesial, o Padre Guilherme Maia Junior, também da CMOVIC e responsável pela relatoria de um dos grupos, disse que “é a de que este momento ajude a Igreja a crescer no caminho de evangelização”. Ele falou que ao auxiliar em uma das pequenas comunidades e ver todo o movimento da AG “é bonito perceber que, em união com o Papa Francisco, os bispos querem construir um caminho onde todos possam falar e escutar, possibilitando, assim, que Deus fale e continue como sempre inspirando a Igreja”.

Dom Carlos Alberto Breis Pereira, Arcebispo de Maceió (AL), facilitador de um dos grupos, enfatizou que escutar é diferente de ouvir e que o método utilizado na AG “coloca o coração em atenção e abertura diante do que o outro fala”.

Segundo a secretária-executiva do Regional Norte 2 da CNBB, Cristiane Araújo de Queiroz, a oração e o silêncio, já experimentados espiritualmente por muitas comunidades em todo o Brasil e exercidos na 61ª edição da AG, requer um movimento de escuta: “a escolha do método sinodal enriquece o trabalho da Igreja no Brasil”. Cristiane, que atua na região amazônica, indicou que no grupo que participou na tarde de hoje, “a partilha levou em consideração o protagonismo de todos na vivência da fé”.

(com informações da CNBB e portal A12)

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Aline Silva Coelho
Aline Silva Coelho
3 meses atrás

Amém!