Dia mundial do braille: instrumento essencial para milhões de pessoas com deficiência visual

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A Organização das Nações Unidas (ONU) celebra, no dia 4 de janeiro, o Dia Mundial do Braille, para destacar a importância deste método na plena realização dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência visual ou visão parcial.

Esta data foi escolhida porque, em 4 de janeiro, nasceu Louis Braille, inventor do sistema de leitura e escrita do Braille. Através do toque, as pessoas com problemas de visão têm maior acesso à integração na sociedade.

LOUIS BRAILLE

Louis Braille nasceu perto de Paris, França, em 4 de janeiro de 1809, e ficou cegou aos 3 anos de idade. Aos 20 anos, conseguiu inventar o alfabeto Braille, conhecido no mundo inteiro. Ainda hoje é usado como forma oficial de escrita e leitura por pessoas com deficiência visual.

Este sistema de escrita tátil, inventado por Braille, em meados do século XIX, consiste em uma letra, dígito ou símbolo musical representado por uma combinação de seis pontos, que garante o acesso dos cegos à leitura. No entanto, este método não permite a escritura.

DADOS DA ONU

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que há mais de 36 milhões de cegos no mundo e mais de 216 milhões com deficiência visual moderada ou grave. A ONU recorda que as pessoas com deficiência visual correm maior risco de acabar na pobreza: a perda da visão pode causar uma vida de desigualdade, saúde precária e dificuldade de acesso à educação e ao trabalho.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU em 2006, enfatiza o bem-estar das pessoas com problemas visuais, devido ao Braile, elemento essencial para a educação, a liberdade de expressão, acesso à informação e à inclusão social.

Em 2018, a Assembleia Geral da ONU decidiu dedicar um Dia Mundial do Braille, – 4 de janeiro – reconhecendo o uso da linguagem escrita como essencial para a plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Esta data prevê, anualmente, uma série de iniciativas de conscientização, para que todos os seres humanos tenham uma vida próspera e gratificante.

INICIATIVAS NA IGREJA DO BRASIL

Em janeiro de 2020, a diocese de Santo André (SP), que compreende toda a região do grande ABC no sudeste do estado de São Paulo, apresentou uma inovação voltada para pessoas com deficiência visual: a criação de uma versão em Braile do folheto ABC litúrgico, que existe há mais de 40 anos.

Segundo o bispo da diocese, dom Pedro Carlos Cipollini, e também presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a iniciativa surgiu como um apelo do oitavo Plano de Pastoral de Santo André que está baseado nos dois trilhos acolhida e missão, caminho apontado pelo 1º Sínodo da diocese, realizado de 2016 a 2017.

“Esta iniciativa vem colocar em prática este nosso plano pastoral de incluir a todos. Que possamos ter este sonho missionário de chegar a todos. Deus abençoe a Pastoral da Inclusão em nossa diocese, todas as pessoas envolvidas e todos que vão usar este folheto”, disse.

À época, o folheto em braille foi distribuído às 106 paróquias da diocese e, atualmente, por conta da pandemia, não tem sido disponibilizado, mas a ideia é que em breve retorne. A iniciativa foi desenvolvida pelo Setor de Inclusão da diocese de Santo André.

COLÉGIO VICENTINO DE CEGOS PADRE CHICO

Dentre tantas experiências do serviço eclesial com cegos há também o “Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico”, entidade sem fins lucrativos que mantêm há mais de 80 anos, uma Escola modelo de Ensino Fundamental, totalmente gratuita, para deficientes visuais e baixa visão, situado no Ipiranga, zona sul de São Paulo.

O colégio atende crianças e adolescentes cegos, com baixa visão, sem deficiências ou ainda com outros comprometimentos de aprendizagem, sendo 100% gratuito. Desde sua fundação, é dirigido por Irmãs da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

“Nossos compromissos primordiais estão relacionados à excelência da educação e ao oferecimento de condições adequadas para o desenvolvimento da autonomia e de aspectos intelectuais, físicos, sociais e cognitivos do estudante com deficiência visual”, explicam.

Para isso, o Colégio busca sempre o aprimoramento de suas metodologias, estrutura e tecnologias a fim de sustentar o tripé da inclusão escolar.

Fonte: CNBB

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