O Brasil conquistou mais nove medalhas na quarta-feira, 4, nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Agora, a delegação soma 57 pódios, sendo 15 ouros, 15 pratas e 27 bronzes.
A nadadora pernambucana Carol Santiago faturou seu terceiro ouro nesta edição, além de uma prata no revezamento 4×100 livre – 49 pontos, e chegou a nove pódios na história. Foi dia também de medalhas inéditas no atletismo com Bartolomeu Chaves, Ariosvaldo Silva, o Parré, e Wanna Brito. Na estreia do halterofilismo, Lara Lima ficou com o bronze na categoria até 41kg.
O SHOW DE CAROL SANTIAGO NAS PISCINAS
A nadadora pernambucana Carol Santiago conquistou sua terceira medalha de ouro em Paris 2024, desta vez na prova dos 100m livre, da categoria S12 (deficiência visual). Assim, ela ampliou sua marca de mulher brasileira com mais medalhas douradas em Jogos Paralímpicos, com seis no total.
Carol venceu a prova com o tempo de 59s30, superando a ucraniana Anna Stetsenko, que completou a prova em 1min00s39 e ficou com a medalha de prata. A japonesa Ayano Tsujiuchi fez o percurso em 1min01s05, e ficou com a medalha de bronze, completando o pódio. Outra brasileira na prova, Lucilene Sousa terminou em 6º lugar.
“Eu estou muito, muito feliz, muito satisfeita. São muitas emoções. Está sendo uma competição muito intensa, maravilhosa e, gente, eu só tenho a agradecer”, disse Carol. Ela nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico.
Carol também esteve em ação no revezamento 4x100m livre – 49 pontos, com Matheus Rheine, Douglas Matera e Lucilene Sousa. O conjunto conquistou a medalha de prata, terminando a prova em 3min56s94 e ficou atrás somente do revezamento ucraniano, que fez 3min53s84. O Brasil havia sido medalha de prata neste revezamento nos Jogos de Tóquio.
Outra medalha da natação veio com a mineira Patrícia Pereira na final dos 50m peito S3 (limitações físico-motoras). Patrícia fez o tempo de 58s31 e ficou atrás somente da italiana Monica Boggioni, com 53s25. Essa é a terceira medalha de Patrícia em Jogos Paralímpicos, a primeira em uma prova individual. Antes, havia sido prata nos 4x50m livre 20 pontos no Rio 2016 e bronze no mesmo revezamento em Tóquio 2020. Outra brasileira envolvida na final, a fluminense Lídia Cruz terminou na sexta colocação.
A fluminense Mariana Gesteira conquistou a medalha de bronze na final dos 100m livre S9 (limitações físico-motoras). Ela fez o tempo de 1min02s22 e ficou atrás da norte-americana Christie Crossley (1min00s18) e da australiana Alexa Leary (59s53, novo recorde mundial).
Essa é a terceira medalha de Gesteira em Jogos, a segunda em Paris. A primeira foi também um bronze na mesma prova em Tóquio 2020. Já a segunda veio nos 100m costas S9.
4 MEDALHAS NO ATLETISMO
A amapaense Wanna Britoconquistou sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos. Ela levou a prata no arremesso de peso F32, destinada a paralisados cerebrais que competem sentados, com a marca de 7,89m, novo recorde das Américas. O ouro ficou com a campeã paralímpica de Tóquio, a ucraniana Anastasiia Moskalenko, com a marca de 8,00m, novo recorde mundial.
O velocista maranhense Bartolomeu Chaves garantiu pela primeira vez o pódio em Jogos Paralímpicos nos 400m da classe T37 (paralisados cerebrais para andantes). Ele foi medalha de prata no Stade de France: “Dei tudo o que tinha, tudo mesmo. Estava com o joelho inflamado na aclimatação, mas com a ajuda do pessoal do CPB conseguimos melhorar e correr para conseguir essa medalha. Senti um pouco na reta, as pernas pesaram, mas no final deu certo”.
O paraibano Ariosvaldo Silva, o Parré, conquistou sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos ao levar o bronze nos 100m classe T53, destinado aos atletas que competem em cadeiras de rodas, com o tempo de 15s08. O saudita Abdulrahman Alqurashi levou o ouro com o tempo de 14s48, seguido pelo tailandês Pongsakorn Paeyo, que fez o tempo de 14s66.
A paulista Verônica Hipólito conquistou o bronze nos 100m classe T36 (paralisados cerebrais) com o tempo de 14s24. O ouro ficou com a chinesa Yiting Shi, com o tempo de 13s39, e a neozelandesa Danielle Aitchison ficou com a prata, com o tempo de 13s43.
1ª MEDALHA NO HALTEROFILISMO
Na estreia do halterofilismo nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, a mineira Lara Lima ficou com o bronze na categoria até 41kg. Ela suportou 109 kg no supino e ficou atrás da chinesa Zhe Cui, que bateu o recorde paralímpico da prova com 119 kg, e da nigeriana Esther Nworgu, prata com 118 kg levantados.
Esse foi o primeiro pódio de Lara em Jogos Paralímpicos. No último Mundial da modalidade, ela também ficou em terceiro lugar na mesma disputa. Ela bateu o recorde das Américas, que era da própria Lara, com 107kg levantados em Tbilisi, na etapa da Copa do Mundo da Geórgia, em junho.
OUTROS RESULTADOS DO DIA
Na bocha, o Brasil disputou as quartas de finais e perdeu por 1 a 0 no desempate para o Japão na equipe mista BC1-2, após empate por 4 a 4 na Arena Paris Sul. Nos pares BC3, o Brasil perdeu também nas quartas de finais para Hong Kong por 3 a 1.
No ciclismo, a paranaense Jady Malavazzi terminou na 4ª colocação no contra relógio da classe H3 (atletas que têm comprometimento em membros inferiores e não conseguem pedalar com as pernas). Ela fez o tempo de 26min34s29. O ouro foi para a estadunidense Katerina Brim, com o tempo de 24min14s59.
O paulista Lauro Chaman também terminou em quarto, na classe C5 (atletas que possuem comprometimento em membros superiores e/ou inferiores, mas conseguem pedalar com as pernas), como tempo de 36min59s51.
Pelas semifinais do goalball masculino, o time brasileiro foi derrotado pela Ucrânia por 6 a 4, e perdeu a chance de brigar pelo bicampeonato paralímpico. Campeões em Tóquio 2020, os brasileiros vão enfrentar a China na disputa do bronze, na quinta-feira, às 8h15 (de Brasília). A Ucrânia enfrenta o Japão na final.
Também a seleção feminina de goalball perdeu para a Turquia, bicampeã paralímpica e atual campeã mundial, por 3 a 1 na semifinal. As brasileiras lutam em Paris pela primeira medalha da história do goalball feminino nesta quinta-feira, 5, contra a China, às 10h (de Brasília). A Turquia enfrenta Israel na final.
Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro