Aos 97 anos, morre o Padre André Ozaki, SJ, missionário entre a comunidade nipônica no Brasil

A Província dos Jesuítas do Brasil comunica, com pesar, o falecimento do Padre André Massao Ozaki, SJ, aos 97 anos de idade, ocorrido na quarta-feira, 28, em São Paulo (SP).

Foto: Província dos Jesuítas do Brasil

Nascido em Cotia (SP), em 7 de junho de 1927, Padre André ingressou no noviciado da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo (RJ), em 1945, e professou os votos do biênio como escolástico em fevereiro de 1947. Ainda em Nova Friburgo, realizou a etapa do juniorado, no Colégio Anchieta. De 1950 a 1952, estudou Filosofia no Colégio Máximo Nossa Senhora Medianeira, na mesma cidade.

Em 1953, Padre André foi enviado para a etapa do magistério no Colégio São Francisco Xavier (Sanfra), em São Paulo, época em que iniciou uma missão que se estenderia por quase toda a sua vida, motivada por sua origem nipônica.

Três anos depois, foi destinado aos estudos de Teologia na Universidade Sofia, em Tóquio, Japão, onde foi ordenado presbítero em 18 de março de 1959, na Catedral de São Francisco Xavier. Ele permaneceu na Universidade Sofia durante o ano de 1960, atuando como professor de Língua Portuguesa.

EXTENSA ATIVIDADE MISSIONÁRIA NO BRASIL

De volta ao Brasil, em 1961, Padre André foi destinado para o Colégio São Francisco Xavier, em São Paulo, e ali desempenhou diversas funções, entre elas: prefeito de estudos, diretor da Congregação Mariana Nipo-Brasileira, bibliotecário, postulador da causa do Padre Anchieta, consultor, ministro, encarregado da igreja, orientador espiritual de alunos e diretor do Apostolado da Oração e da Cruzada Eucarística. Em 1965, foi nomeado reitor do Colégio e, em 1968, superior da Missão Japonesa.

Em 1975, ele foi destinado para a estação missionária da Paróquia São Judas Tadeu, em Tupã (SP). Dois anos depois, retornou à capital paulista, desta vez para a Residência São Gonçalo.

De 1977 a 1982, atuou como prefeito da Igreja São Gonçalo, consultor, diretor do Apostolado da Oração e ecônomo da Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira.

Entre 1983 e 1990, o Padre André desempenhou intensa atividade missionária entre os japoneses, alternando-se entre o Sanfra e a Paróquia de Santa Luzia, em Sertãozinho (SP). Continuou a exercer as funções de ecônomo e vigário paroquial e assumiu também a missão de promoção vocacional. Suas atividades missionárias foram brevemente interrompidas ao final de 1986 e início de 1987, quando viajou novamente a Tóquio para realizar estudos.

A partir de 1991, o Padre André permaneceu de modo mais estável na comunidade do Colégio São Francisco Xavier, continuando sua intensa atividade missionária junto à comunidade nipo-brasileira na capital e no interior de São Paulo, missão que durou cerca de 25 anos, à qual se dedicou com afinco apesar de crescentes problemas de visão.

Seus últimos anos foram vividos como membro da Comunidade Nossa Senhora da Estrada, em São Paulo, para onde foi destinado em 2015 – transformada anos depois na Casa da Saúde – e continuou apoiando na Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira até onde suas forças permitiram, por meio da oração e celebração de missas.

“Padre André era o mais japonês dos japoneses brasileiros, pela sua postura e domínio perfeito da língua. Muito reservado, mais de ouvir do que falar o que fazia ser procurado como confessor discreto e parcimonioso. A perda gradual da visão começou a dificultar a leitura tendo que recorrer a gravações que recebia dos amigos. Quando se achava muito limitado, necessitando de cadeira de rodas, a Casa de Saúde tornou-se o lugar ideal para ter os devidos cuidados e acompanhamento, gostando de habitualmente estar presente nas celebrações e atividades comunitárias”, relata o Padre Paulo de Arruda D’Elboux, SJ, da Residência Nossa Senhora da Estrada que conviveu com o Sacerdote.

O corpo do Padre André foi sepultado na Capela Santíssimo Sacramento, em São Paulo, na quinta-feira, 29 de agosto, no jazigo dos jesuítas.

Conforme relata Padre Paulo de Arruda, “os familiares, muitos amigos e membros da comunidade japonesa estiveram na celebração das exéquias, acompanhando a missa com piedosos cantos em japonês e na despedida no cemitério”.

(Com informações da Província dos Jesuítas do Brasil)

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