André, que era discípulo de João Batista, seguiu a Jesus, quando o Precursor o apontou como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,35-40). Irmão de Pedro, comunicou-lhe a descoberta do Messias (Jo 1,41-42). Ambos foram chamados pelo Mestre à beira do lago para se tornarem pescadores de homens (Mt 4,18-19). No prodígio da multiplicação dos pães, apresenta a Jesus o menino dos cinco pães e dois peixes (Jo 6,8-9). Junto com Filipe informa que alguns gregos querem ver Jesus (Jo 12,20-21). Crucificado em Patrasso, segundo a tradição, é particularmente venerado na Igreja grega. Sua memória em 30 de novembro é lembrada por todos os calendários, os orientais e os ocidentais.
Santo André, irmão de São Pedro, é Padroeiro da Igreja Ortodoxa de Constantinopla e protetor dos pescadores. Entre todos os Santos, distingue-se por ser o primeiro a seguir Jesus e por ter sido martirizado sobre uma cruz decussada. A sua festa litúrgica é celebrada pela Igreja no dia 30 de novembro.
Chamado por primeiro
“Encontramos o Messias!” Eis a expressão de alegria incomensurável e gratificante de quem descobre ter atingido a meta tão desejada! Com estas palavras, narradas no Evangelho de João, André, que vai depressa ao encontro do seu irmão Pedro, lhe transmite a emoção de ter sido chamado “por primeiro” por Jesus.
Pescador de Betsaida da Galileia e discípulo de João Batista, André reconheceu logo, no filho de José o carpinteiro, o “Cordeiro de Deus”. O evangelista recorda até a hora daquele encontro, às margens do Rio Jordão, que marcou para sempre a sua existência: “Eram cerca de quatro horas da tarde”.
Deixou as redes e o seguiu
“Mestre, onde moras?”. A resposta de Jesus à pergunta de André e de um seu companheiro, não tardou a chegar: “Venham e verão”. Era um convite ao qual não podiam rejeitar; era a prefiguração de um chamamento sucessivo, mais explícito, que Jesus faria, às margens do mar da Galileia, também a Simão, seu irmão: “Sigam-me; eu os farei pescadores de homens”. Os dois ficaram maravilhados, mas não hesitaram, como narra o evangelista Mateus: “Deixando logo as redes, o seguiram”.
Daquela primeira troca de olhares, espiritualmente rompente, brota um caminho de fé, o seguimento de Cristo na vida de cada dia. André, de fato, foi um dos Doze, que o Filho de Deus escolheu como companheiro mais íntimo.
Deve ter-lhe causado também grande transtorno presenciar à multiplicação dos pães e dos peixes: antes deste milagre, ao dirigir seu olhar à multidão faminta e aos cinco pães e dois peixes à disposição, incrédulo perguntou: “O que é isto para tanta gente?”.
Padroeiro da Romênia, Ucrânia e Rússia
Jesus aumenta, ainda mais, a fé do apóstolo André, quando, junto com Pedro, Tiago e João, o leva à parte, ao Monte das Oliveiras, onde responde as questões sobre os sinais dos últimos tempos. Sabe-se que André havia levado alguns gregos ao Messias, para conhecê-lo. Mas, os Evangelhos não dão maiores detalhes.
Contudo, os Atos dos Apóstolos afirmam que, com outros companheiros, André se dirigiu a Jerusalém, depois da Ascensão. O resto da narração sobre a sua vida é confiado a textos não canônicos e apócrifos. “Você será um dos pilares de luz no meu Reino”, teria dito Jesus a André, segundo uma antiga escrita copta.
Escritores cristãos, nos primeiros séculos do cristianismo, referem que o apóstolo André teria evangelizado a Ásia Menor e as regiões ao longo do Mar Negro, chegando até ao rio Volga. De fato, hoje, Santo André é venerado como Padroeiro na Romênia, Ucrânia e Rússia.
Mártir em uma cruz decussada
A pregação da Boa Nova prosseguia, incansavelmente, na Acaia. Por volta do ano 60, em Patras, André foi ao encontro do martírio: foi pregado em uma cruz, em forma de X, – segundo seu desejo – como se quisesse evocar a letra inicial grega do nome de Cristo. Antes de expirar, segundo a Lenda Dourada, ele teria pronunciado as seguintes palavras: “Cruz, santificada pelo corpo de Cristo. Santa cruz, por tanto tempo desejada e amada, sempre quis abraçar-te. Acolhe-me e leva-me até meu Mestre”.
Fonte: Missal Romano e Vatican News