Morre o Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Arcebispo emérito de Salvador (BA), Dom Geraldo foi padre do clero da Arquidiocese de São Paulo por mais de 20 anos

(Notícia em atualização)

Cardeal Geraldo Magella Agnelo

A Arquidiocese de Londrina (PR) comunicou o falecimento do Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo emérito de São Salvador da Bahia, aos 89 anos, na manhã deste sábado, 26, em Londrina, onde residia desde 2014.

A saúde de Dom Geraldo se agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele estava em internamento domiciliar e teve uma piora nos últimos dias, vindo a falecer na madrugada.

O Cardeal Majella Agnelo nasceu Nasceu em Juiz de Fora (MG), no dia 19 de outubro de 1933, onde fez seus estudos iniciais; em seguida, em São Paulo, cursou Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga.

Recebeu a ordenação sacerdotal em 29 de junho de 1957, na Catedral Metropolitana de São Paulo, incardinando-se no clero da Arquidiocese de São Paulo, onde desempenhou os encargos pastorais de Assistente da Juventude Estudantil Católica Feminina, Diretor Espiritual e Professor no Seminário Santo Cura d’Ars, no Seminário filosófico de Aparecida (SP) e no Seminário teológico de São Paulo. Foi Secretário do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, então Arcebispo de São Paulo, Coordenador da Pastoral da Arquidiocese, Professor e Diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e Cônego do Cabido Metropolitano de São Paulo.

Foi nomeado Bispo da Diocese de Toledo (PR) por São Paulo VI em 13 de maio de 1978 e recebeu a ordenação episcopal em 6 de agosto de 1978, na Catedral Metropolitana de São Paulo. Durante o rito de ordenação, faleceu o Papa São Paulo VI. O lema episcopal de Dom Geraldo é “caritas cum fide” – “a caridade com a fé”.

Foi Bispo de Toledo, de 1978 a 1982; Arcebispo de Londrina (PR), de 1982 a 1991, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, de 1991 a 1999; Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, de 1999 a 2011. Foi criado Cardeal da Igreja por São João Paulo II no Consistório de 21 de abril de 2001, com o Título presbiteral de São Gregório Magno alla Magliana Nuova.

Entre os encargos episcopais que desempenhou também estão os de Presidente da Comissão de Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB (1983-1987); Vice-Presidente do Regional Sul 2 e membro da Comissão Episcopal Pastoral, CEP (1983 a 1987); 2º Vice-Presidente do CELAM, Membro do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; do Pontifício Conselho dos Bens Culturais da Igreja; Presidente da CNBB (2003 a 2007). Publicou vários livros sobre Liturgia e Pastoral dos Sacramentos, além de numerosos artigos em revistas especializadas e em jornais. Desde 12 de janeiro de 2011, é Arcebispo Emérito de São Salvador da Bahia.

FUNERAIS

O funeral de Dom Geraldo acontece na Arquidiocese de Londrina (PR).

CONDOLÊNCIAS

O Regional Sul 1 da CNBB publicou uma nota de condolências pelo falecimento do Cardeal Majella. Na nota, a presidência manifesta “as mais profundas condolências a Arquidiocese de São Salvador e a Arquidiocese de Londrina”, e recordou as mais diversas contribuições de Dom Geraldo à Igreja.

TESTEMUNHO DE AMOR À IGREJA

Em artigo publicado no O SÃO PAULO em 13 de julho de 2022, por ocasião dos 65 anos de sacerdócio do Cardeal Majella Agnelo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer expressou sua estima por Dom Geraldo, com quem teve proximidade quando era jovem padre na Diocese de Toledo, quando colaboraram na Cúria Romana no mesmo período e também quando foi Secretário Geral da CNBB durante o mandato do Cardeal Majella como Presidente da entidade.

“Quem teve a sorte de conhecer e conviver de perto com Dom Geraldo pode testemunhar sua afabilidade e bondade e a virtude de criar laços de amizade e comunhão entre as pessoas. É atencioso, paciente e amoroso para com todos. Por onde passou, deixou amigos que lhe querem bem ao longo do tempo que passa. A vida sacerdotal de Dom Geraldo foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao Papa e à Igreja”, escreveu Dom Odilo.

Dom Geraldo na posse de Dom Odilo como Arcebispo de São Paulo em 2007 (foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO)
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