São José: modelo de trabalhador a todos os homens e ao próprio Jesus

“Nenhum trabalhador foi jamais tão perfeita e profundamente penetrado por ele [o Espírito do Evangelho] como o Pai adotivo de Jesus, que viveu com Ele na mais íntima intimidade e comunidade de família e de trabalho. Assim, se queres estar perto de Cristo, também hoje te repetimos ‘Ite ad Joseph’: Vai para José! (Gn 41,55)”. 

Assim exortou, em 1º de maio de 1955, o Papa Pio XII, ao dirigir-se aos trabalhadores reunidos na Praça São Pedro e instituir a festa de São José Operário, apresentar-lhes o Santo como o padroeiro dos trabalhadores: “Vocês apreciam, amados trabalhadores, este nosso dom? Temos a certeza de que sim, porque o humilde artesão de Nazaré não só encarna a dignidade do trabalhador manual diante de Deus e da Santa Igreja, mas é também sempre o guardião providente de vós e das vossas famílias”, disse o Pontífice.

Em 1º de maio, portanto, toda a Igreja celebra a memória litúrgica daquele que é apresentado nos Evangelhos como carpinteiro, ferreiro e serralheiro, o bom esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus, que ensinou ao próprio Cristo o valor do trabalho e mostrou que cada pessoa pode santificar a própria vida a partir do ofício que exerce.

Em suas atividades, São José elevava o pensamento a Deus

Na Solenidade de São José, em 19 de março de 1983, São João Paulo II, ao recordar que São José, “na humildade da oficina de Nazaré, providenciou com o trabalho das próprias mãos o sustento da Sagrada Família”, exortou: “A vós, pois, operários, camponeses, artesãos, pescadores, a vós trabalhadores da terra e do mar que com o suor cotidiano ganhais o necessário para as vossas famílias, quero dirigir de modo particular o meu pensamento e a minha palavra, para apontar à vossa reflexão o exemplo daquele que, tendo compartilhado a vossa experiência, pode compreender os vossos problemas, receber as vossas ansiedades, orientar os vossos esforços para a construção de um futuro melhor”.

O Santo Padre recordou, ainda, que muitas vezes, durante os dias de trabalho, José elevava o pensamento a Deus “para O invocar, para Lhe oferecer a sua fadiga, para implorar luz, auxílio, conforto”.

Tudo isso, ressaltou o Pontífice, foi aprendido por Cristo: “São José ensinou a Jesus o trabalho humano, no qual ele era experiente. O divino Menino trabalhava ao lado dele, e ouvindo-o e observando-o, aprendia também a usar a ferramenta própria do carpinteiro com a diligência e a dedicação que o exemplo do pai adotivo Lhe transmitia (…) se o Filho de Deus quis aprender com um homem um trabalho humano, isto indica que no trabalho há um valor moral específico, com um significado preciso para o homem e para a sua autorrealização”. 

A santificação da vida pelo trabalho

Também o Papa Bento XVI, em uma missa com a participação de trabalhadores em 19 de março de 2006, no Vaticano, mencionou São José como modelo para aqueles que desejam santificar a vida a partir do trabalho: “É preciso viver uma espiritualidade que ajude os fiéis a santificar-se por meio do seu próprio trabalho, imitando São José, que tinha de prover todos os dias as necessidades da Sagrada Família com as suas mãos e, por isso, a Igreja indica-o como Padroeiro dos trabalhadores. O seu testemunho demonstra que o homem é sujeito e protagonista do trabalho”.

Na ocasião, o Papa também rezou a Santo para que, “juntamente com Maria, sua Esposa, São José vele sobre todos os trabalhadores e obtenha a serenidade e a paz para as famílias e para toda a humanidade. Fixando o seu olhar neste grande Santo, os cristãos aprendam a testemunhar, em todos os ambientes de trabalho, o amor de Cristo, fonte de solidariedade genuína e de paz estável”. 

Pai e trabalhador

Em outubro de 2020, o Papa Francisco, na carta apostólica Patris corde, recordou em um dos tópicos a figura de São José como “Pai trabalhador”. 

“São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”. Ainda de acordo com o Pontífice, “o trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho”, e por esta razão sempre é tempo de pedir ao Santo: “Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!”.

Em 1º de maio de 2022, após a oração do Regina Caeli, na Praça São Pedro, Francisco fez um apelo mundial para que “o trabalho possa ser digno em toda a parte e para todos. E que o mundo do trabalho inspire a vontade de desenvolver uma economia de paz”. 

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ OPERÁRIO

(De autoria de São Pio X)

Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, 
Obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência
para expiação de meus numerosos pecados;
De trabalhar com consciência,
pondo o culto do dever acima de minhas inclinações;
De trabalhar com recolhimento e alegria,
olhando como uma honra empregar e desenvolver
pelo trabalho os dons recebidos de Deus;
De trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência,
sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades;
De trabalhar, sobretudo com pureza de intenção
e com desapego de mim mesmo, 
tendo sempre diante dos olhos a morte
e a conta que deverei dar do tempo perdido, 
dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos,
tão funesta à obra de Deus!
Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, oh!
Patriarca São José!
Tal será a minha divisa na vida e na morte. 
Amém!

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