Família

A Igreja Católica no Brasil celebra, de 8 a 14 de agosto, a Semana Nacional da Família, um projeto programado para acontecer a cada ano em agosto, mês vocacional, com o objetivo de lembrar que ser família é, na realidade, um chamado de Deus.

Este ano, a Comissão Nacional da Pastoral Familiar escolheu como tema “A alegria do amor na família”, oportuno diante dos desafios que a pandemia trouxe para a vida cotidiana. Segundo os dizeres de Dom Ricardo Hoepers, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o que se pretende com este tema é resgatar a alegria que deve permear os lares cristãos, alegria esta que “não é passageira, vazia de sentido ou superficial (…), mas que brota do coração, como fruto do fortalecimento dos vínculos conjugais que unem os filhos e vencem juntos obstáculos e as crises porque foram sustentados pela fé”. 

A escolha do tema da alegria está em perfeita conformidade com o desejo do Papa Francisco, recordando que o Pontífice dedicou 2021 como o Ano Família Amoris Laetitia, em comemoração ao quinto aniversário de sua exortação apostólica. Nela, em um verdadeiro resgate de sentido, o Papa recorda que “o sacramento do Matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo de um compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, por meio do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja, a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar” (AL, 72).

Na direção de resgate de sentidos, vale recordar que a família, como instituição humana, com núcleo constituído de pai, mãe e filhos, aparece como chamado de Deus no próprio ato da criação: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a uma mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2,24), mandato esse reafirmado por Jesus Cristo: “Assim, eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (cf. Mt 19).

Como fins específicos, o Matrimônio visa ao bem e à felicidade do casal – “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada” (Gn 2,18); “Eis agora aqui o osso dos meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2,23) – e a constituição de uma prole (“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos’” Gn 1,27-28), que pelo sacramento do Batismo, é consagrada a Deus (“Eu e minha casa serviremos ao Senhor” – Js 24,15), gerando, dessa maneira, a Igreja, Corpo Místico de Cristo, perpetuando a fé, a verdade sobre Deus e seus desígnios e a salvação de geração em geração. Assim, não é exagero dizer que a família é uma realidade querida por Deus, santificada por Jesus Cristo – também Ele viveu no seio de uma família e parte essencial da economia da salvação.

Pensemos que Deus constituiu um povo para si a partir de um casamento (Abraão e Sara) e da descendência dele advinda; que, no sacramento do Matrimônio, Deus une e funde duas belezas (a do homem e da mulher), que, se doando mutuamente, geram novas belezas (a dos filhos); que das famílias cristãs nascem os futuros cristãos, os futuros líderes da sociedade, os futuros religiosos e religiosas, os futuros sacerdotes e todos os futuros ministérios da Igreja, tanto os ordenados, como os consagrados, como pais, mães, catequistas, apóstolos etc.). 

Que Deus abençoe as nossas famílias!

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