O que a Igreja ensina sobre o purgatório?

O Antonio Carlos, de Itaquaquecetuba (SP), quer saber o que a Igreja nos ensina sobre o purgatório? Meu irmão, o purgatório existe. A existência dessa purificação dos pecados veniais, ou seja, daqueles pecados que não nos afastam definitivamente de Deus, é uma verdade de nossa fé.

Eu costumo explicar o purgatório para as pessoas com uma comparação. Estamos em festa em nossa casa. Preparamos um almoço bem caprichado. Na hora da festa, há quem brigou feio e comprometeu totalmente a unidade da família. Essa pessoa acaba, ela mesma, se separando, vivendo fora da comunhão familiar. A palavra excomunhão quer dizer isso: uma situação de distância da comunhão que deve existir entre as pessoas. 
Na hora do almoço, há, ainda, aqueles que também pecaram contra a união da família, mas não comprometeram definitivamente a união da mesma. Essa pessoa no momento não vai poder almoçar, porque tem de resolver algumas questões, tem que se humilhar e pedir perdão, tem que buscar os caminhos de saída para seu erro. Isso não é nada fácil. É um purgatório, isto é, a gente sofre para reparar o mal cometido. 

E, por fim, na hora do almoço há aqueles que estão de bem com o pai, com a mãe, com os irmãos. E eles fazem a festa.

Antonio, um erro que a gente comete é de imaginar aquilo que virá após a nossa morte como um lugar cheio de suplícios bem concretos. Oras: céu, purgatório e inferno são realidades espirituais. Fica melhor, então, entender tudo isso como situação e não como um lugar. O céu é a situação dos que foram fiéis e gozam da presença infinita e perpétua de Deus. O purgatório é a situação dos que têm de se purificar antes de usufruir a felicidade eterna da visão de Deus. E o inferno é a situação de eterna solidão para aqueles que decidiram viver longe de Deus. Sua condenação é continuar como sempre quiseram: isolados do Pai e dos irmãos.

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