A 4º sessão da assembleia do sínodo arquidiocesano de São Paulo, realizada no sábado, 3, foi iluminada pelo trecho da Carta de São Paulo aos Romanos (12,1-8), na qual o Apóstolo exorta os irmãos a, pela misericórdia de Deus, oferecerem seus corpos em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. Em seguida, estimula-os a não se conformarem com este mundo, mas transformá-lo “pela renovação da mente, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito”.
Portanto, não nos moldemos aos padrões deste mundo. Não nos conformemos ao que não é de Deus! Que não sejam os que têm o pecado como prioridade os nossos modelos. O mundo nos abraça para nos arrastar, para fazer esquecer o verdadeiro propósito de nossas vidas: servir, adorar, pregar com a nossa vida a Palavra do Senhor. O mundo nos arrasta e nos cospe à beira da estrada.
O primeiro ambiente em que não devemos nos conformar com o mundo é a família. Trata-se do melhor lugar para o treinamento das virtudes, para que assim realizemos em nossa vida a vontade do Pai. Porém, algumas vezes, infelizmente, são escassas as virtudes dentro dos lares. O primeiro passo, portanto, é retomar o cultivo das virtudes e dos valores do Evangelho nas “Igrejas domésticas”.
Outro ambiente é a vida comunitária, lugar de comunhão e testemunho autêntico da fé e que merece reflexão. Atualmente, vemos cristãos fugindo para a montanha no Iraque, sofrendo com fome, sede, frio, se escondendo, abaixo de tiros e bombas; na Nicarágua, há pessoas indo para a prisão simplesmente por rezarem o Terço. E nós, às vezes, brigamos porque o folheto da missa devia ser cinza e não amarelo, porque a lâmpada deveria ser amarela e não branca, porque não chegamos a um acordo se o galho na calçada deveria ser podado ou não… Qual é a essência da nossa missão?
É preciso acreditar que nossa vida é diferente quando está voltada para Deus. Saibamos superar os desafios, não nos deixemos abater diante das dificuldades.
Se nós amamos Jesus, de verdade, a melhor maneira de demonstrarmos isso ao mundo é fazendo o que Ele nos ensinou: conhecê-lo e amá-lo cada vez mais, obedecendo sempre mais à sua Palavra. É para isso que fazemos este caminho sinodal.
Se o sínodo não é um ponto de chegada, mas, antes, um caminho percorrido juntos, não esqueçamos de observar as belezas do caminho: há paisagens belíssimas a serem apreciadas nesse trajeto. Não fiquemos distraídos olhando para o horizonte aonde queremos chegar.
Aproveitemos o caminho.
Há um provérbio português que diz: “O melhor da festa é esperar por ela”. O melhor da festa, portanto, é a sua construção, são os detalhes, é a esperança de que a festa será inesquecível. O poeta espanhol Antonio Machado disse: “Caminante, no hay camino, se hace camino al andar”. Sigamos construindo nosso bonito caminho de comunhão, conversão e renovação missionária.
Que nossa esperança cristã, aquela que não decepciona, seja a esperança de cantar o renascimento de comunidades eclesiais missionárias, de pastorais fortalecidas como um mundo que se renova. Vivamos com esperança esta etapa do sínodo arquidiocesano de São Paulo.