No dia 25 de outubro, as religiosas Scalabrinianas comemoraram 130 anos de sua fundação. Em 1895, nasceu a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, as Scalabrinianas. Era o século XIX, marcado por transformações sociais e econômicas que abalaram muitíssimos povos. As pessoas sofreram enormemente com as perdas humanas dos seus entes queridos, causadas principalmente pela fome. A Europa vinha de guerras e confrontos seculares.
Findadas as guerras e os seus desdobramentos entre as nações, começava, então, a reorganização da economia e, consequentemente, o encaminhamento das questões sociais. O que fazer com os empobrecidos? A Itália do século XIX estava se organizando como nação e enfrentava a mecanização e a industrialização nas províncias ao Norte do país. Grande parte da população era composta de camponeses, que tinham famílias com muitos filhos: muitos braços sem trabalho e bocas para serem alimentadas.
Muitos italianos buscaram resolver seus dilemas familiares imigrando para países que ofereciam novas oportunidades sociais e econômicas. Nos primórdios de sua fundação, as Scalabrinianas ocuparam-se do atendimento aos órfãos dos imigrantes italianos. No Brasil, estabeleceram-se inicialmente em São Paulo e desde cedo perceberam as mazelas da sociedade, com o fim da escravidão negra e os incontáveis órfãos que perambulavam pelas ruas das cidades. A Bem-Aventurada Assunta Marchetti, notoriamente, empenhou-se em manter viva as esperanças tanto para com a orfandade dos pequenos imigrantes italianos quanto aos meninos e meninas pobres da sociedade brasileira.
O cenário social e econômico dos séculos XX e XXI apresenta um contingente enorme de migrantes e refugiados buscando refúgio e garantias melhores para si e para os seus. O que fazer diante do flagelo humanitário? Qual o papel da Igreja Católica aos migrantes e refugiados? Qual o papel das congregações religiosas – femininas e masculinas – aos migrantes e refugiados dos nossos tempos?
Seguindo os passos da Bem-Aventurada Assunta Marchetti, as Irmãs Scalabrinianas empenham-se atualmente como agentes de saúde e agentes da educação, em muitas casas religiosas edificadas nos tempos primevos da Congregação. Ainda mais, sentindo as urgências da contemporaneidade, as religiosas estão vivendo plenamente o ministério pastoral aos transeuntes do mundo em continua transformação. Muitos homens e mulheres, migrantes e refugiados, encontram na vocação Scalabriniana apoio e sustento cotidianos. Assim como as primeiras religiosas da congregação, as Scalabrinianas de hoje vivem o mesmo e intenso amor da Beata Assunta Marchetti, reconhecida como a mãe dos migrantes e refugiados. A mulher forte do século XIX, em 1895, tornou-se referência marcante para as mulheres do século XXI, que celebraram e marcaram presença atuante e corajosa, em 25 de outubro de 2025, festejando os 130 anos da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu.






