Cardeal Scherer presidirá missa que marca o início da Quaresma

Eucaristia será presidida pelo Arcebispo Metropolitano na Quarta-feira de Cinzas, 22, às 15h, na Catedral da Sé

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Tempo litúrgico de preparação para a Páscoa, a Quaresma começa na Quarta-feira de Cinzas, 22. Na Catedral da Sé, às 15h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidirá missa com o rito de imposição das cinzas. 

A celebração também marca a abertura da Campanha da Fraternidade 2023, que tem como tema “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). 

Antecede a celebração, uma entrevista coletiva de apresentação da temática da Campanha da Fraternidade deste ano, com a participação do Cardeal Scherer, de Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar de São Paulo na Região Episcopal Sé e Referencial para a Campanha da Fraternidade na Arquidiocese, e o Padre Andrés Gustavo Marengo, Coordenador da CF na Arquidiocese. 

A missa e a coletiva contam com transmissão ao vivo pela rádio 9 de Julho e também pelas mídias sociais da Arquidiocese. 

A QUARESMA

O nome deste tempo litúrgico deriva da palavra latina quadragésima. A exemplo de Jesus, que se retirou no deserto por 40 dias para orar e jejuar antes de iniciar sua vida pública, os cristãos são convidados a um “retiro e recolhimento” em vista das celebrações dos mistérios da Paixão, Morte e Ressureição do Senhor. 

Para vivenciar com profundidade o processo de conversão quaresmal, a Igreja propõe um caminho baseado em três práticas que se desdobram em muitas outras: o jejum, a oração e a esmola (caridade), que “exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros”.

CINZAS: DIA PENITENCIAL

A Quarta-feira das Cinzas é um dia especialmente penitencial, em que os cristãos manifestam seu desejo pessoal de conversão a Deus por meio do rito penitencial de imposição das cinzas. 

Durante a imposição das cinzas na cabeça do fiel, o celebrante profere uma das duas fórmulas litúrgicas retiradas da Sagrada Escritura: “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás” (Gn 3, 19) ou “Convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1, 15), recordando a condição de pecadores das pessoas que vão recebê-las. 

Tanto na Quarta-feira de Cinzas quanto na Sexta-feira da Paixão, a Igreja prescreve o jejum e a abstinência de carne como um sacrifício em memória da Paixão de Cristo, que entregou a sua carne para a salvação da humanidade. 

A abstinência de carne é prescrita a todos os maiores de 14 anos, enquanto o jejum, aos maiores de 18 anos até os 59 anos. As pessoas doentes ou que estão muito debilitadas não estão obrigadas a cumprirem esse preceito. 

FRATERNIDADE E FOME 

Há 60 anos, a Igreja no Brasil realiza, durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade (CF), como convite aos cristãos para refletirem sobre as realidades da sociedade que necessitam de atenção especial e de ações concretas na perspectiva da caridade. 

Pela terceira vez em sua história, a CF trata da temática da fome, assim como foi nos anos de 1975 e 1985. Com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), a CF 2023 tem como objetivo geral sensibilizar a sociedade e a Igreja para o enfrentamento do flagelo da fome, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho. Ao todo, são nove os objetivos específicos: 

  1.  Compreender a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo; 
  2. Desvelar as causas estruturais da fome no Brasil; 
  3. Indicar as contradições de uma economia que mata pela fome; 
  4. Aprofundar o conhecimento e a compreensão das exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome; 
  5. Acolher o imperativo da Palavra de Deus, que nos conduz ao compromisso e à corresponsabilidade fraterna;
  6. Investir esforços concretos em iniciativas individuais, comunitárias e sociais que levem à superação da miséria e da fome no Brasil;
  7. Estimular iniciativas de agricultura familiar agroecológica e a produção de alimentos saudáveis; 
  8. Reconhecer e fomentar iniciativas conjuntas entre a comunidade de fé e outras instituições da sociedade civil organizada; 
  9. Mobilizar a sociedade para uma sólida política de alimentação no Brasil, garantindo que todos tenham vida. 
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