Na Brasilândia, abertura da Campanha da Fraternidade reúne multidão de fiéis

Taíse Cortês

Mais de mil pessoas estiveram presentes ao Santuário Sião Jaraguá (também conhecido como Santuário da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt), no domingo, 26 de fevereiro, para a abertura na Região Brasilândia da Campanha da Fraternidade (CF) 2023, sob o tema “Fraternidade e fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).

O evento contou com a presença de Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia; do Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua; do Padre Luciano Andreol, SMM, Coordenador Regional da CF; membros da Sociedade de São Vicente de Paulo (Vicentinos); e do clero atuante na Região, religiosos, seminaristas e leigos.

Diversos símbolos, como uma cruz, uma faixa com o lema da Campanha e panelas vazias foram utilizados para conscientizar os presentes sobre o flagelo da fome, a falta de dignidade alimentar no Brasil e o compromisso de cada um para mudar esta realidade. A mensagem do Papa Francisco por ocasião da Campanha da Fraternidade 2023, com a sua bênção apostólica, foi lida pelo Padre Cilto José Rosembach, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, Setor Jaraguá.

Houve um ato penitencial e, após a leitura do Evangelho (Mt 14,13-21) que motiva a CF deste ano, o Padre Júlio Lancellotti exortou a todos: “A CF não é para cobrir a Quaresma e sim para produzir compromisso e conversão. Qual é o compromisso de conversão que exige e pede que se acabe com a fome? Não é mais possível tolerar viver numa cidade que tem gente comendo em saco de lixo ou tomando água em sarjeta. Vemos isso numa cidade rica como São Paulo, extremamente desigual, marcada pela injustiça”.

“Fraternidade sem fome”: essa é a proposta de Padre Júlio para reforçar de forma mais concreta o tema da Campanha. O Sacerdote ainda destacou a importância de os cristãos se colocarem a serviço dos pobres e fragilizados

“Precisamos ter discernimento, e a partir de Jesus, a partir do amor. Não é o prestígio, não é a riqueza, é a pequena comunidade feita de servidores que não descarta ninguém.” E concluiu: “Garantir e conviver. Só estaremos mais próximos dos mais pobres se houver convivência. Vocês sabem disso. Por que estão aqui hoje? Estar juntos e partilhar um sonho, vivenciar a Quaresma vale o sacrifício de sair de casa. O Papa Francisco diz que o melhor pão é o partilhado. Eu digo: pão partilhado tem gosto de amor. Partilhem o pão!”.

Houve, ainda, testemunhos dos Vicentinos e, ao final da celebração, foi feito um convite pelo Cônego José Renato Ferreira, Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, para a participação na Via-Sacra das Pastorais, no dia 1º de abril, que será feita a pé pelas ruas da região.

Como gesto concreto desta celebração, houve a arrecadação de mais de 1 tonelada de alimentos não perecíveis, que foram entregues em procissão pelos participantes após a entrada das imagens de São Vicente de Paulo, Santo Antônio, São Benedito e Santa Dulce dos Pobres, e serão destinados aos Vicentinos da Região para serem doados às famílias necessitadas.

Por Sueli Vilarinho e Taíse Cortês
Colaboração especial para a Região Episcopal Brasilândia

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