Afirmou o Papa Francisco, na Via-Sacra da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa
O Parque Eduardo VII, em Lisboa, tornou-se novamente a “Colina do Encontro” de cerca de 800 mil jovens de diversas partes na tarde desta sexta-feira, 4, para a celebração da Via-Sacra com o Papa Francisco, no quarto dia da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
O momento de oração, que recorda o caminho de Cristo rumo à crucificação no Calvário, foi preparado a partir da escuta de 20 jovens dos cinco continentes que fazem parte do “International Youth Advisory Body” (grupo de consultores) do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, criado após o Sínodo dos Bispos de 2018, cujo tema foi “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Os jovens encenaram cada uma das 14 Estações da Via-Sacra, associada a uma fragilidade da sociedade que afeta a juventude atualmente, alternada com vídeos de testemunho de alguns jovens.
Foram lembrados sofrimentos como as violências e abusos sofridos pela juventude, assim como o abandono, incertezas, exclusões, intolerância, individualismo, ansiedades, depressões, os vícios das drogas, do álcool e da pornografia, a busca desenfreada pela aparência, o cultura do descarte, a desinformação, a falta de perspectivas para o futuro.
CAMINHAR COM CRISTO
O Santo Padre iniciou a celebração com um breve discurso, no qual ressaltou que Jesus é “o caminho” (Jo 14, 6). “Olhemos para Jesus que passa e caminhemos com ele. O caminho de Jesus é o de Deus que sai de si mesmo para caminhar entre nós”, afirmou.
Referindo-se à cruz, símbolo das JMJs, Francisco a definiu como “o ícone deste caminho”. “É o sinal sagrado do amor maior, o amor com que Cristo quer abraçar a nossa vida”.
“Não se esqueçam disso: ninguém temais amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Isso nos ensinou Jesus. Por isso, quando olhamos para o Crucificado, vemos a beleza do amor que dá sua vida por cada um de nós”, continuou o Papa, citando o sacerdote italiano Primo Mazzolari: “Senhor, pela tua inefável agonia, posso acreditar no amor”.
Convidando os jovens a refletirem em um instante de silêncio sobre as razões que os levam a chorar, Francisco afirmou: “Jesus, com sua ternura, enxuga nossas lágrimas escondidas. Jesus espera preencher a tua solidão com a sua proximidade, os nossos medos obscuros com a sua consolação; impelir-nos a abraçar o risco do amor…”, disse Francisco.
O Santo Padre ainda convidou os jovens a pensarem em seus sofrimentos, angústias, misérias e no desejo de que “a alma volte a sorrir”. “Jesus morre na cruz para que nossa alma possa sorrir”, concluiu.