Católicos e ortodoxos buscam acordo para celebrar a Páscoa na mesma data

Vatican Media

Em entrevista recente, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, afirmou que estão em andamento as tratativas entre representantes das Igrejas Católica e Ortodoxa para chegar a um acordo sobre a celebração comum da data mais importante para os cristãos, ou seja, a Páscoa.

As conversas acontecem no marco da próxima celebração do 1.700º aniversário do Concílio de Niceia, ocorrido em 325, cujas disposições continuam sendo obrigatórias para ambas as Igrejas cristãs.

Uma dessas disposições estabelece os critérios para a definição da data da celebração da Páscoa a cada ano, baseada em um sistema complexo, criado para combinar diferentes calendários astronômicos com tradições hebraicas, romanas e egípcias. A partir daí, ficou definido que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia depois do equinócio (ou seja, o início) da primavera no Hemisfério Norte, ou do outono no Hemisfério Sul, o que faz com que o Domingo da Ressurreição caia sempre entre 22 de março e 25 de abril.

Hoje, os cristãos ortodoxos usam o calendário juliano para calcular a data da Páscoa, em vez do calendário gregoriano, que foi introduzido em 1582 e é usado na maior parte do mundo. O calendário juliano calcula um ano um pouco mais longo e atualmente está 13 dias atrasado em relação ao calendário gregoriano, motivo que gera a divergência em questão.

“O nosso objetivo é que, neste contexto de aniversário, possamos encontrar uma solução em relação à Páscoa. O Papa Francisco tem as melhores intenções e penso que chegou o momento, tanto para a Igreja Ortodoxa quanto para a Católica, de fixar uma data comum para celebrar a Ressurreição de Cristo. Espero que nesta ocasião possamos chegar a um acordo”, disse o Patriarca de Constantinopla.

O 1.700º aniversário do Concílio de Niceia também coincidirá com o Jubileu Ordinário da Igreja Católica de 2025, um evento eclesial de alcance global, celebrado a cada 25 anos. Neste contexto, um acordo sobre a celebração da Ressurreição de Jesus seria um dos momentos mais importantes daquele Jubileu.

Fontes: Zenit, ACI Prensa e Revista Galileu

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