Coreia do Sul: projeto ‘Igreja cotidiana’ busca trazer de volta os católicos afastados

La Croix Internacional

A pandemia do coronavírus e as restrições sanitárias afetaram profundamente a Igreja Católica na Coreia do Sul, que registou um declínio significativo na frequência à missa dominical.

Cerca de 8% dos 52 milhões de sul- -coreanos (pouco mais de 4 milhões de pessoas) são católicos. No entanto, a frequência presencial à liturgia dominical caiu 35% entre 2019 e 2022. Muitos dos que deixaram de ir à igreja não regressaram e preferem acompanhar as celebrações a distância.

Embora muitas dioceses continuem a transmitir suas liturgias pela internet e a utilizar aplicativos para acompanhar os fiéis por meio de orações e leituras diárias, os líderes da Igreja estão procurando maneiras de trazer o povo de volta à assembleia de fiéis. No início de 2024, o Centro Católico Coreano de Pesquisa publicou um livro sobre os efeitos que a pandemia teve na vida religiosa e as medidas necessárias para iniciar uma renovação espiritual.

Das sete principais orientações pós-COVID-19 descritas na obra, quatro estão particularmente centradas na renovação da vida eclesial. “A Igreja deve se adaptar. Esta é a necessidade de sinodalidade, como o Papa Francisco mencionou”, diz o Padre Stephanus Lee Cheol-soo, que dirige o Centro. “As nossas vidas foram fragmentadas, o nosso mundo mudou, porém, precisamos comungar juntos”.

Entre as medidas propostas, o livro apela às dioceses para que deem vida ao projeto “Igreja cotidiana”, que planeja incluir jovens e idosos em atividades além da missa. Em sua paróquia, o Padre Michael Kim Jong-wook tem colocado em prática estas recomendações, especialmente para os jovens adultos. Ele oferece um buffet noturno pós-missa, com música, uma ou duas vezes por mês nas dependências da paróquia. “É uma noite reservada aos jovens para que possam encontrar-se, conversar, divertir-se; este é também o espírito de uma paróquia e de uma comunidade”, explica o Padre. “Sabemos que os jovens podem sentir-se sós e isolados. Espero que isso os incentive a voltar mais vezes”, concluiu o Sacerdote.

A Igreja sul-coreana não pretende romper completamente com a vida espiritual on-line que foi desenvolvida durante a pandemia. “Sem substituir a missa na igreja, mesmo depois da crise sanitária, o serviço on-line pode ser um complemento para pacientes ou idosos com mobilidade reduzida”, argumenta o Padre Stephanus.

Fonte: La Croix International

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