Atividade iniciada na quinta-feira, 22, reúne mais de mil jovens de todo o planeta. Delegação latino-americana tem mais de 230 participantes

No primeiro dia do encontro internacional do processo da “Economia de Francisco”, que acontece em Assis, na Itália, até sábado, 24, os jovens provenientes de países latino-americanos se destacaram por sua mística e alegria.
Os caminhos que os levaram até Assis, ao longo do processo da “Economia de Francisco” são diversos: alguns vieram em comitivas de seus países, outros estão em aldeias temáticas comuns ou em projetos específicos. Entretanto, o objetivo é o mesmo: construir uma nova economia, inspirado no chamado que o Papa Francisco fez em maio de 2019 a jovens economistas, empreendedores e ativistas sociais.
O Papa estará com os jovens no sábado, onde ouvirá o testemunho de oito deles, fará seu discurso e assinará o Pacto com os jovens da “Economia de Francisco”, com vistas a desencadear processos de mudança na economia global.
A animação dos jovens com cantos, músicas e danças marcaram a sessão de abertura na manhã da quinta-feira. Nas pausas das muitas atividades de reflexão que realizaram nesse dia, alguns conversaram com as equipes de reportagem do Vatican News, em Espanhol e Português.
Veja algumas das impressões externadas pelos jovens:
Gabriel Matus, designer industrial na Guatemala, compartilhou que seu desejo central é de se conectar com outras pessoas e seguir semeando no caminho iniciado há dois anos, ainda durante a fase mais aguda da pandemia de COVID-19, que poderia se apresentar como um forte impedimento para os diálogos, mas, pelo contrário, desencadeou uma grande sinergia entre as pessoas nas vilas temáticas, apesar da distância física.
Vinda da Argentina, Fernanda Pérez Verón lembrou que o Papa pediu aos jovens um processo, que, a princípio, pensava que seria feito em menos tempo, mas que se estendeu, e acabou por proporcionar uma genuína proximidade entre os participantes.
O também argentino Iván Cabrera recordou que a juventude tem percorrido um caminho muito bonito desde a publicação da encíclica Laudato si’, que fez aumentar o eco da mensagem do Papa aos jovens.
Diego Perez, do México, destacou a multiplicidade dos perfis que compõem o mosaico latino-americano no encontro e enfatizou no que todos estão focados: um trabalho muito próximo das periferias existenciais.
Tamiris Cristina Resende está entre os mais de cem jovens brasileiros que participam do evento. Ela está coordenando a aldeia “Políticas para a felicidade”, que busca pensar como a economia deve se voltar ao bem estar das pessoas: “Políticas para o desenvolvimento humano que consigam trazer o bem estar, o respeito à natureza, o desenvolvimento que seja justo, a atenção aos mais pobres e, principalmente, o olhar às pessoas que são geralmente esquecidas pela sociedade: as que sofrem de fome, de doenças já tratáveis e de abandono, as pessoas que moram nas ruas, aquelas que não conseguem ter acesso às políticas públicas”, afirmou.
Nesta mesma aldeia temática está Peterson Prates, morador do bairro de Sapopemba, da zona Leste da capital paulista: “Na Evangelli gaudium, o Papa Francisco já dava sinais deste novo pacto econômico, para uma economia da não exclusão. Este pacto está aliado a um pacto pastoral, sinodal, ecológico e humanitário. É um prazer unir todos estes pactos com a juventude do mundo inteiro olhando para um mesmo caminho que é construído coletivamente”.
Para Hyran Azevedo, de Campo Grande (MS), que trabalha com pesquisas e projetos sobre a realidade dos indígenas em sua cidade, a “Economia de Francisco” tem como centro a busca de uma sociedade mais fraterna, solidária, sustentável, que “traz justamente essa visão de cuidar, de irmos além dos números e realmente de acolher, de entender o outro e servi-lo. Estamos pactuando essa grande rede de apoio para que construamos um mundo mais humano e solidário”.
(Com informações do Vatican News em Espanhol e em Português)