A perseguição aos cristãos tem aumentado de forma alarmante em várias partes do mundo, conforme o relatório “Perseguidos, mas não esquecidos (2022- 2024)”, publicado pela ACN – Ajuda à Igreja que Sofre. Este documento descreve a intensificação da perseguição sofrida por cristãos em 18 países. Mais de 60% desses locais registraram um aumento significativo nas violações dos direitos humanos contra cristãos desde o levantamento anterior (2020-2022).
O agravamento dessa situação se deve, em parte, à crescente atuação de grupos extremistas islamistas, que estão deslocando seu foco do Oriente Médio para a África. Em países como Burkina Faso, Nigéria e Moçambique, o terrorismo islamista provoca assassinatos, sequestros e migração em massa de cristãos, que deixam suas casas, buscando segurança. O relatório descreve essa “mudança estratégica” dos islamistas como resultado da exploração da fragilidade política e social de várias nações africanas.
É importante colocar que o relatório usa o termo “islamista” para se referir àqueles que distorcem o Islã para justificar atos de terror. Em muitos países, cristãos e muçulmanos conviveram pacificamente por séculos antes do surgimento desses terroristas.
A repressão estatal também é um ponto que tem se intensificado em países autoritários como China, Irã e Índia. Nesses lugares, os governos restringem a liberdade religiosa por meio de leis criadas para este fim específico, pela discriminação na sua aplicação, além da perseguição direta a líderes religiosos. Na China, o Partido Comunista impõe a “sinicização”, forçando a Igreja a se adaptar às regras do Partido; no Irã, os convertidos ao Cristianismo são tratados como traidores do regime islâmico; na Índia, o nacionalismo religioso intensificou a violência contra minorias cristãs, com ataques a igrejas e líderes, além das leis anticonversão que ameaçam a liberdade religiosa.
Na América Latina, o relatório destaca a deterioração na Nicarágua. A repressão do governo contra a Igreja Católica, com prisões de clérigos e fechamento de instituições religiosas, reflete uma tendência alarmante da repressão em regimes autoritários.
O relatório também revela o aumento da violência contra mulheres e meninas cristãs. Em países como o Egito e o Paquistão, cristãs enfrentam sequestros e casamentos forçados, muitas vezes com a omissão das autoridades, que colaboram com os extremistas para encobrir esses crimes.
A impunidade prevalece em muitos desses contextos. No norte da Nigéria, ataques de extremistas Fulani ocorrem com pouca ou nenhuma intervenção governamental, o que alimenta a insegurança e a desconfiança nas instituições.
A perseguição religiosa é uma ameaça não apenas para os cristãos, mas para a liberdade religiosa de todos. O silêncio e a inação apenas agravam o sofrimento de milhões de pessoas e minam os valores fundamentais da liberdade e dignidade humana.
A ACN apela à solidariedade internacional para que essa perseguição não cresça à sombra da indiferença. Governos, organizações e cidadãos devem reconhecer a gravidade da situação e proteger aqueles que, por causa da sua fé, se tornam vítimas da opressão.
Por sua vez, a ACN, graças aos seus benfeitores, continua seu trabalho de dar voz aos cristãos perseguidos, rezar e pedir orações por esses cristãos e agir concretamente. É graças aos nossos benfeitores, pessoas de bom coração como as que agora leem este artigo, que conseguimos levar ajuda pastoral e material para os cristãos que pagam um alto preço simplesmente por viverem heroicamente a sua fé.
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