Elaboração de novo estatuto da CNBB ressalta a missão e a sinodalidade

Dom Joel, Secretário-geral da CNBB (reprodução da internet)

O caminho percorrido para a formulação do Novo Estatuto da Conferência Nacional dos bispos do Brasil (CNBB) foi o primeiro assunto a ser discutido nesta quarta-feira, 14, terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da entidade, que, devido à pandemia, acontece de forma on-line.

A exposição do tema foi feita por Dom Joel Portella Amado, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário-geral da CNBB.

O atual Estatuto e Regimento da Conferência é do ano de 2002 e o seu processo de reforma foi iniciado no ano de 2017. Em 2019 foi realizada uma alteração, com a inserção de mais um membro na presidência, o 2ª vice-presidente. Em 2020, por fim, iniciou-se o processo de elaboração para o que foi chamado de “Novo Estatuto”. Uma necessidade sentida pelo episcopado para dar respostas novas e encontrar novos modos de exercer a missão, com mais assertividade e eficiência.

“Nós precisamos, com nosso Estatuto, dar uma resposta às mudanças no mundo e também àquilo que tem acontecido na Igreja nos últimos anos, a fim de tornar a nossa Conferência mais adaptada ao momento histórico em que vivemos”, explicou Dom Joel.

Etapas

O caminho de formulação desse Novo Estatuto será realizado em sete etapas. A primeira delas, já realizada, foi a produção de um material de reflexão, elaborado por uma Comissão constituída para essa finalidade. A segunda etapa, a atual, é a reflexão realizada por blocos regionais (Sul, Leste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte). Após a segunda etapa, o material será enviado para a formulação Jurídico-Canônica, que constitui a terceira etapa.

Após a redação, a quarta etapa será a apresentação da proposta estatutária e regimental aos bispos, com nova participação dos blocos regionais. A quinta etapa será o aprimoramento redacional jurídico-canônico e a prévia aprovação no Conselho Permanente. A sexta etapa, será a discussão final e aprovação na próxima Assembleia Geral da CNBB. Por fim, a sétima e última etapa será a aprovação por parte da Santa Sé.

Missão e sinodalidade

Dom Joel destacou que, neste caminho de reflexão e elaboração iniciado em setembro de 2020, houve a preocupação quanto à “mística” que o documento deve conter. “Antes de pensar na organização, nós precisamos pensar no que o Espírito Santo está pedindo à Igreja hoje. Desde o início, percebemos que apareceram as seguintes palavras: sinodalidade e missão”, disse o Secretário-geral.

Dessa forma, sinodalidade e missão constituem como uma grande moldura de todo trabalho de formulação desse Novo Estatuto, que também contempla três eixos: formação integral, gestão pastoral e diálogo com a sociedade.

  • Formação integral: uma questão a ser considerada não somente na formação dos futuros sacerdotes, mas de todo batizado e batizada. Pois, todos precisam estar preparados para enfrentar os desafios atuais e dar as razões da esperança cristã.
  • Gestão pastoral: que vai desde os bens temporais até a gestão pastoral das igrejas. Considerar as exigências novas e as compreensões legais que se transformam, como a relação entre Igreja e Estado. Neste eixo, consideram-se também as relações entre CNBB e as Igrejas Particulares.
  • Diálogo com a sociedade: um processo que começou a ser desenvolvido com a comunicação institucional, mas que precisa ser discernido e ampliado. Os bispos identificam a necessidade de que a palavra dita à sociedade, como Conferência Episcopal, tenha a força da unidade e do testemunho.

“É importante que o nosso Estatuto permita que os batizados e batizadas se preparem para enfrentar os desafios de hoje, que a nossa gestão corresponda às exigências de hoje e que possamos ser uma Igreja em diálogo com a sociedade”, concluiu Dom Joel.

O caminho percorrido até o momento para a elaboração do Novo Estatuto da CNBB foi coordenado e executado pelo Instituto Nacional de Pastoral “Pe. Alberto Antoniazzi”(INAPAZ) que, desde setembro de 2020, realizou consultas, escutou os bispos e arcebispos, assessores das comissões, secretários executivos dos regionais, coordenadores de organismos relacionados e vinculados, peritos e colaboradores de instâncias, que constituem os diversos atores da Conferência Episcopal.

O Instituto também promoveu uma série de eventos virtuais, transmitidos pelo Canal do Youtube da Conferência. Ao todo, foram abordados seis temas gerais sobre os critérios: missão e sinodalidade e os eixos: gestão pastoral, formação integral e diálogo com a sociedade, que estão norteando a elaboração do Novo Estatuto.

Ao final da exposição, o Secretário-geral recordou aos bispos que este é “o documento máximo para a administração da Conferência”. Sendo assim, neste momento é necessário manter o foco para que, juntos, formulem um estatuto que responda aos desafios do tempo presente.

(Fonte: CNBB)

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