São José de Anchieta dedicou sua vida para ‘salvar as almas para a glória de Deus’

Em 9 de junho, a Igreja celebra a memória litúrgica de São José de Anchieta, reconhecido como “Apóstolo do Brasil” e também padroeiro dos catequistas. Missionário jesuíta, foi um dos fundadores da cidade de São Paulo, em 1554.

Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, na cidade de São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, do arquipélago das Canárias, Espanha. Foi educado na ilha até os 14 anos de idade. Depois, seus pais, descendentes de nobres, decidiram que ele continuaria sua formação na Universidade de Coimbra, em Portugal. Era considerado um jovem inteligente e alegre. Exímio escritor, sempre se confessou influenciado pelos escritos de são Francisco Xavier. Amava a poesia e mais ainda, gostava de declamar.

JESUÍTA

Ingressou na Companhia de Jesus e seguiu como missionário para o Brasil em 1553, ainda como estudante. Desembarcou na Bahia junto com mais seis jesuítas, todos doentes, inclusive ele, que nunca mais se recuperou. Em 1554, chegou à capitania de São Vicente, onde, junto com o provincial do Brasil, padre Manoel da Nóbrega, fundou, no planalto de Piratininga, aquela que seria a capital paulista. No local foi instalado um colégio e seu trabalho missionário começou.

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José de Anchieta não apenas ensinava a doutrina cristã aos índios. Foi o primeiro a escrever uma “gramática tupi-guarani” e, ao mesmo tempo, ensinava-lhes noções de higiene, medicina, música e literatura. Por outro lado, fazia questão de aprender com eles, desenvolvendo diversos estudos da fauna, da flora e do idioma.

Com a morte do padre Manoel da Nóbrega, em 1567, o cargo de provincial do Brasil passou a ser ocupado por José de Anchieta. Neste posto, viajou por todo o país orientando os trabalhos missionários.

José de Anchieta morreu em 9 de junho de 1597, aos 63 anos, na pequena vila de Reritiba, atual Anchieta (ES). Os indígenas levaram seu corpo em uma viagem de 80 km até Vitória, onde foi sepultado.

BEATIFICAÇÃO

O Padre Anchieta foi beatificado por São João Paulo II em 22 de junho de 1980, em uma celebração no Campo de Marte, em São Paulo.

Na ocasião, o Pontífice se referiu à “figura fascinante” de Anchieta, que veio ao Brasil “com o único objetivo de levar os homens a Cristo”. “Salvar as almas para a glória de Deus, este era o objetivo de sua vida”, continuou o Papa. “Isso explica a prodigiosa atividade de Anchieta ao procurar novas formas de atividade apostólica, que o levavam a fazer-se tudo para todos; a fazer-se servo de todos, para ganhar o maior número possível de homens para Cristo”, completou o Santo Padre.

CANONIZAÇÃO

Anchieta foi proclamado santo em 3 de abril de 2014, por meio de um decreto do Papa Francisco, que, no dia 24 do mesmo mês, presidiu uma missa em ação de graças pela canonização, com a participação de representantes brasileiros, na Igreja Santo Inácio de Loyola, em Roma.

Nessa ocasião, o Santo Padre afirmou que São José de Anchieta soube comunicar o que ele mesmo experimentara com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido dele. “Ele, juntamente com Nóbrega, é o primeiro jesuíta que Inácio envia para a América. Um jovem de 19 anos… Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma nação: lançou os fundamentos culturais de uma nação em Jesus Cristo”, destacou.

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