Semana Santa: a porta que dá acesso à nova vida é aberta

Época importante de aprofundamento interior e renovação das experiências de fé, a Semana Santa, também chamada por muitos de “Grande Semana” ou “Semana Maior”, é considerada a mais importante do ano pelos cristãos de todo o mundo. Nela, celebra-se o mistério salvífico de Jesus, a partir do qual toda realidade humana adquire sentido pleno.

Assim, o período compreendido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, especialmente o Tríduo Pascal, traz em si a densidade do amor divino revelado a toda a humanidade, ocasião a que todo católico é convidado a vivenciar e aprofundar, com recolhimento e devoção.

O SÃO PAULO traz a seguir um apanhado do significado de cada dia da Semana Santa:

DOMINGO DE RAMOS: oficialmente chamado de Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, é nesse dia que começa a Semana Santa. Nele, a Igreja celebra dois mistérios distintos e complementares: a entrada solene de Jesus em Jerusalém para celebrar sua última e definitiva Páscoa e, também, a sua Paixão e Morte. A entrada é celebrada com a bênção e a procissão dos ramos, ao passo que sua Paixão e Morte são celebradas na missa.

Uma motivação histórica explica a situação acima: antigamente, em Roma, não havia uma Semana Santa. Celebrava-se, no sexto domingo da Quaresma, a Paixão e Morte de Cristo, e, no domingo seguinte, a Páscoa do Senhor. Foi somente no século XI que a procissão de Ramos, costume originário de Jerusalém, foi sendo disseminada na Espanha e na França, tendo chegado posteriormente a Roma e passado a fazer parte da liturgia romana.

SEGUNDA-FEIRA SANTA: o episódio central deste dia é o fato de Maria, irmã de Marta e Lázaro, ter lavado os pés de Jesus com nardo perfumado, prefiguração da unção do corpo do Senhor em sua sepultura, e a falsa indignação de Judas quanto ao “desperdício” daquele nobre material.

TERÇA-FEIRA SANTA: é o dia em que, com grande tristeza, Jesus anuncia a própria morte, causando grande sofrimento a seus discípulos. Anuncia também a traição e indica Judas como o responsável por tal ato.

QUARTA-FEIRA SANTA: na meditação evangélica deste dia, a traição de Judas é apresentada, descrevendo-se como o apóstolo traidor se dirigiu aos chefes dos sacerdotes, a quem se ofereceu para entregar Jesus em troca de 30 moedas de prata.

QUINTA-FEIRA: na celebração da Última Ceia de Nosso Senhor, Jesus interpreta o sentido de sua vida e de sua morte, instituindo o Santo Sacrifício como seu eterno memorial, vida e ápice da Igreja. Com o gesto de lavar, humildemente, os pés dos seus 12 apóstolos, deixa assim o exemplo do serviço aos irmãos. Surgem aqui dois importantes sacramentos, a Eucaristia e a Ordem, síntese de todos os dons que Deus dirige aos homens, sinal de amor como entrega e como serviço até o fim. Na ocasião, Jesus encorajou seus discípulos a amarem-se uns aos outros, como Ele o fez. Depois disso, dirigiu-se ao Getsêmani, tomou consigo três discípulos e começou sua agonia nos jardins, onde posteriormente foi preso pelos judeus.

SEXTA-FEIRA SANTA: relembra o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de ter sido preso, julgado e condenado, carrega a própria cruz até o monte Calvário e é crucificado e morto entre dois ladrões. Seu corpo foi depois retirado da cruz e colocado num sepulcro cavado na rocha. Nesse dia, pratica-se o jejum e a abstinência de carne, em sinal de penitência e respeito pela morte de Nosso Senhor

SÁBADO SANTO (VIGÍLIA PASCAL): no Sábado Santo, com a oração silenciosa, honra-se a sepultura de Jesus Cristo e a sua descida à mansão dos mortos, a fim de resgatar os justos.

A celebração da Vigília Pascal é o centro da Semana Santa. Toda a Quaresma e os dias santos são um preparativo para o momento culminante: o da Ressurreição, expressão da esperança na ressurreição final e na segunda vinda do Senhor.

Considerada “a mãe de todas as santas vigílias”, pois nela a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a celebração compreende quatro partes:

– a liturgia da luz, que celebra Cristo, luz que ilumina todo homem, simbolizada no círio pascal, imagem de Cristo Ressuscitado;

– a meditação, por meio das narrativas bíblicas, a respeito das maravilhas da história da salvação que Deus realizou desde o início pelo seu povo;

– o nascimento espiritual de novos filhos de Deus por meio do sacramento do Batismo e a renovação da fé batismal dos fiéis;

– a tão esperada comunhão pascal, na qual se rende ação de graças a Nosso Senhor por Sua gloriosa Ressurreição, na esperança de que os fiéis também possam ressurgir como Ele para a vida eterna.

DOMINGO DE PÁSCOA: considerado o ápice do ano litúrgico, é o grande dia em que se comemora o triunfo definitivo de Cristo sobre a morte, por meio de sua Ressurreição, que abriu definitivamente as portas do céu a toda a humanidade. Dia maior de celebrar a fé, considera-se a prova de amor inequívoca de Cristo, a representação do acontecimento-chave para reabilitação do ser humano decaído, a fim de reconquistar para sempre a amizade com Deus.

Páscoa é, portanto, a celebração da vitória, que conclama todo homem à sua maior dignidade. Dia da esperança universal, o dia em que, em torno do Ressuscitado, a vida humana encontra novo patamar, junto de Deus e ao lado dos irmãos!

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