‘A paróquia é o povo de Deus’, diz Dom Odilo nos 75 anos de igreja na zona Leste

Jubileu de brilhante da paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina foi comemorado entre os dias 5 e 8

Cardeal Odilo Pedro Scherer com paroquianos e clérigos após missa na Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina (Facebook Santa Marina CEJ)

Na Vila Carrão, no cruzamento da Avenida Guilherme Giorgi com a Rua Engenheiro Pegado, está localizada a matriz da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina, onde, entre os dias 5 e 8, a comunidade de fiéis rendeu graças a Deus pelos 75 anos de criação da Paróquia.

A comemoração do jubileu de brilhante, com o tema “Deus contemplou toda a sua obra e viu que tudo era bom” (Gn 1,31), se deu com intensa participação dos paroquianos, e a organização das missas teve o envolvimento dos membros das Pastorais do Batismo, Catequese e Apostolado da Oração, dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e de movimentos como o Encontro de Casais com Cristo (ECC), Renovação Carismática Católica (RCC), Vicentinos, Sopão da Misericórdia, Mãe Peregrina e Legião de Maria, além da Comunidade Nossa Senhora de Fátima e do grupo de jovens, confirmando o testemunho de fé dos católicos do bairro.

Conforme apuração do O SÃO PAULO junto ao Arquivo Metropolitano, em 1926 os católicos na Vila Carrão adquiriram um terreno onde ergueram uma pequena capelinha dedicada a Santa Marina. Em 1929, receberam a doação de uma imagem da Santa e nos anos seguintes se empenharam para a construção de uma capela definitiva, que em 8 de dezembro de 1946 foi erigida Paróquia. O templo foi ampliado ao longo das décadas.

Ao presidir a missa do 3º dia do tríduo festivo, no dia 7, o Cardeal Odilo Pedro Scherer disse que neste jubileu é oportuno recordar a história da Paróquia e relembrar todos os que ali trabalharam. A missa teve entre os concelebrantes o Pároco, Padre Marcos Roberto Souza Oliveira, SAC, e o Vigário Paroquial, Padre Emerson José da Silva, SAC, assisti- dos pelo Diácono João Bottura.

UMA COMUNIDADE DE FÉ

O Arcebispo Metropolitano lembrou que mais do que o templo, a Paróquia deve ser entendida como o conjunto do povo de Deus que dela participa. “A Paróquia, de fato, é a comunidade de fé, a comunidade dos discípulos de Cristo aqui no bairro, que receberam este encargo de Jesus: ‘Vocês são minhas testemunhas’. Aqui, na Vila Carrão, vocês são a Igreja e têm a missão de ser o sinal de que Deus está no meio de nós; sinal de Jesus Cristo que está onde dois ou mais estão unidos em nome Dele; sinal do Evangelho que se proclama e se vive. A paróquia é o povo de Deus que aqui está, por isso, ela não morre enquanto tem povo, pois é ele que vive a fé, a transmite e a proclama, e testemunha a caridade por meio das boas obras”, explicou.

Dom Odilo exortou que cada fiel renove a disposição em ser parte da Igreja viva e atuante, “uma Igreja participativa, de batizados e discípulos, não só enquanto estão aqui no templo, mas nas muitas maneiras de expressar a missão da Igreja na família, no trabalho, no ambiente cultural e nas responsabilidades públicas”.

INSPIRADOS EM JESUS E EM SANTA MARINA

O Cardeal Scherer também motivou que os paroquianos se inspirassem no exemplo de Santa Marina, que, “mesmo em meio a sacrifícios e renúncias, testemunhou sua fé com muita coragem”; e no Coração Eucarístico de Jesus, “que se entrega por nós na Eucaristia, para que tenhamos vida”.

Ao longo do jubileu, foi recordada a história de Santa Marina. Ela viveu no século VI, no Líbano, e se disfarçou de homem, adotando o nome de “Marino”, para poder ingressar na vida monástica com seu pai, Eugênio. Acusado de ter engravidado uma jovem em uma hospedaria, “Marino” foi expulso do mosteiro, cuidou da criança, e anos depois foi readmitido, sob a condição de que realizas- se como penitência os serviços mais pesa- dos e humilhantes que havia. Com a saúde frágil e já desgastado, faleceu tempos de- pois, quando, então, os monges descobriram que “Marino” era na verdade “Marina”.

TESTEMUNHAR A BONDADE DE DEUS

Em uma paróquia dedicada ao Coração Eucarístico de Jesus, a prática da oração é uma constante, seja no próprio templo, seja nas casas dos paroquianos com a reza do Terço, novenas, como a que ocorre nesta época do Natal, além da missa da família, realizada sempre na última quinta-feira de cada mês, quando também há a adoração ao Santíssimo Sacramento.

No dia 8, os fiéis puderam participar do Ofício da Imaculada Conceição, da Hora Santa Eucarística e do Terço a São José, uma vez que naquela data foram celebrados em toda a Igreja a Solenidade da Imaculada Conceição e o encerramento do Ano de São José. Na ocasião, assim como ocorrera no tríduo, os fiéis foram motivados ao gesto concreto de caridade com a doação de alimentos não perecíveis e itens de limpeza que serão destinados a famílias carentes.

A missa solene dos 75 anos foi presidida pelo Padre Marcos Roberto. Na homilia, ele expressou gratidão aos padres e leigos que já passaram pela Paróquia e a todos os que hoje mantêm as atividades da igreja: “Aos que já estão na glória de Deus, obrigado por tudo que fizeram. A vocês, leigos e leigas, que carregam a marca desta Paróquia, obrigado pelo sim, pela doação. Ser Igreja é isso: juntos – clérigos e leigos – vamos formando o povo de Deus”.

O Pároco comentou, também, que celebrar o jubileu “é oportunidade de ficarmos com o essencial, de acolher a libertação de Deus e de proclamar ao mundo a misericórdia do Senhor”, afirmou, pedindo ainda que os fiéis foquem o olhar não nas tristezas e desilusões já vividas, mas na esperança que vem do Cristo.

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