Há mais de três décadas, grupo surgido na Região Santana evangeliza os jovens por meio da música, teatro e dança
No domingo, 12, em missa presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, os membros da Comunidade Canto de Maria renderam graças a Deus pela aprovação eclesiástica “ad experimentum” por cinco anos – período de experiência – do estatuto e pelo reconhecimento canônico da Comunidade como associação privada de fiéis.
Conforme o Direito Canônico, as associações privadas de fiéis são constituídas por meio de um acordo privado entre um grupo de fiéis que, em um ato espontâneo, deseja alcançar algumas finalidades próprias da missão da Igreja. Para uma associação ser reconhecida, são necessários: empenho, mediante esforço comum, para fomentar uma vida mais perfeita ou para promover o culto público ou a doutrina cristã, ou para outras obras de apostolado, isto é, iniciativas de evangelização, exercício de obras de piedade ou caridade, e animação da ordem temporal com espírito cristão; e ter seus estatutos aprovados pela autoridade eclesial competente.
A SERVIÇO DA IGREJA
A Comunidade Canto de Maria surgiu de um grupo de jovens da Região Santana, em 1989, que participou do primeiro Congresso de Música da Renovação Carismática Católica, na cidade de Cruzeiro (SP). Ao retornar do evento, eles começaram a se reunir nas casas e iniciaram a “Comunidade de Música Canto de Maria”, com um duplo significado para a palavra “Canto”: música e lugar.
A sede e o campo de atuação da Comunidade é a Basílica Menor de Sant’Ana e tem como santos baluartes Santa Teresinha do Menino Jesus (exemplo de simplicidade e santidade) e São João Bosco (pelo seu olhar atento à juventude).
A missão da Comunidade é “evangelizar e manifestar a glória de Deus”. Atualmente, conta com 50 membros que a cada ano renovam os votos de compromisso, serviço e obediência.
O campo de atuação e missão é a evangelização por meio da arte, da música, do teatro, da dança, das atividades pastorais voltadas ao Crisma, pastoral de rua e as ações sociais na Conjunto Habitacional Cingapura da Avenida Zaki Narchi, no Carandiru, com a visita e entrega de 100 cestas básicas às famílias carentes, reforço escolar para as crianças, celebrações e oração do Terço no Conjunto. E, ainda, a doação de mais 40 cestas básicas para famílias cadastradas pelos membros.
“Nossa missão é estar a serviço da Igreja e atuar na evangelização e ação social. Com a nossa força jovem, somos impelidos a testemunhar Cristo por meio da música, da dança, do teatro e das plataformas digitais”, afirmou José Carlos dos Santos, moderador da Comunidade.
“Sabemos da importância da aprovação canônica que é a confirmação da legitimidade de um carisma e é uma grande alegria receber este documento que reconhece a Comunidade Canto de Maria como parte da Santa Igreja”, enfatizou o moderador.
“Ter a Comunidade Canto de Maria em nossa Paróquia é ver os jovens evangelizando outros jovens; manifestando a alegria, o dinamismo juvenil que cativa e atrai para o compromisso da vivência do Evangelho”, destacou o Padre José Roberto Abreu de Mattos, Pároco e Reitor da Basílica Menor de Sant’Ana, que concelebrou a missa, sendo assistido pelo Diácono Seminarista Rômulo Freire e pelo Diácono Nilo José de Carvalho Neto.
FIDELIDADE E PERSEVERANÇA
Na homilia, Dom Jorge recordou a história da Comunidade Canto de Maria e enalteceu as iniciativas evangelizadoras que realiza. “Vocês têm a fonte originária na arte. Evangelizar por meio da canção, da encenação é um dom e um compromisso para com o anúncio do Reino”, disse, convocando os membros a exemplo do Evangelho da liturgia do dia (Mateus 25,1-13), à vigilância e à oração. “Cada um de vocês seja perseverante na fé e vigilante na missão de anunciar a Jesus Cristo. A oração é a fonte que emana o verdadeiro amor. A exemplo de Maria, estejam abertos para amar a Deus e ao próximo e sempre disponíveis para servir o irmão que necessita”.
Valeria de Carvalho Rigolon, 58, é membro da Comunidade desde sua fundação, em 8 de outubro de 1989. “É emocionante ver a trajetória da Comunidade nestas mais de três décadas de existência. Lembro-me do início: quando decidimos concretizar o projeto, não tínhamos instrumentos, mas tínhamos o desejo de evangelizar com a música. E, assim, começamos na simplicidade e na alegria de servir a Igreja”, disse.
Ela ressaltou que a entrega do estatuto e o reconhecimento canônico é uma confirmação de toda a ação evangelizadora já realizada: “Recordar e viver essa história é ver a confirmação de Deus a nossa ação evangelizadora. Que ao receber o reconhecimento canônico, possamos voltar às origens, à inspiração primeira e iluminados pelo Espírito Santo, olhar para a frente, como discípulos missionários, vivendo e anunciando o Evangelho a todos”.
PERTO DE DEUS
Fernanda Scandura, 34, e Diego Nascimento, 36, se conheceram na Comunidade. Casaram-se e são pais da Maria Fernanda, 13, da Helena, 5 e do Rafael, 2. “Queremos que nossos filhos sejam testemunhas do nosso amor como família e da comunidade que nos acolheu e deu novo sentido a nossas vidas”, disse Fernanda. “Somos uma família atuante nas ações missionárias da Comunidade”, destacou.
Pedro Luiz Cruz Santos, 20, participa há sete anos. “O carisma de evangelizar por meio da arte me trouxe para a Comunidade. Como é bonito ver os jovens na Igreja expressando sua fé e evangelizando outros jovens e, acima de tudo, manifestando o amor a Deus e a Nossa Senhora”, afirmou.
Giuliana Novaes Pessighello, 24, é engenheira e participa há nove anos. “Aqui eu aprendo continuamente a solidificar a fé, a estar mais perto de Deus, e a testemunhar o carisma e a atrair novos jovens”, disse, destacando que resgatou sua família para a vivência comunitária.
