Dom Odilo cria o Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Arquidiocese de São Paulo tem, desde a terça-feira, 12, um novo vicariato. Fruto das reflexões do 1o sínodo arquidio­cesano (2017-2023), o Vicariato Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos foi instituído pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e anunciado durante a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no sábado, 9.

Este organismo arquidiocesano, com capilaridade também nas paróquias e regiões episcopais, será responsável por promover a ação missionária e pastoral da Igreja em São Paulo nos âmbitos da saúde e do cuidado aos enfermos, considerando as dimensões religiosa e evangelizadora; comunitária; e político institucional no campo da saúde.

“Os enfermos precisam de cuidados para a cura de seus males físicos, mas também de cura espiritual, na forma da oração, assistência humana e religiosa e sustento na sua fé. A Palavra de Deus e os Sacramentos são remédios espirituais que não devem ser negligenciados no cuida­do dos doentes. E a palavra da fé poderá ajudar o enfermo a compreender e viver melhor o seu estado, ainda que seja tran­sitório, como ocasião importante para to­mar consciência da própria vida e para se aproximar de Deus”, consta no decreto de criação do Vicariato (leia a íntegra abaixo).

VIGÁRIO EPISCOPAL

Confiado à intercessão do Apóstolo São Paulo e de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, este Vicariato terá como Vigário Episcopal o Cônego João Inácio Mildner, 63, Assistente Eclesiásti­co Arquidiocesano da Pastoral da Saúde e Capelão do Instituto de Infectologia Emí­lio Ribas. Ele foi nomeado pelo Arcebispo na sexta-feira, 8.

Ao O SÃO PAULO, Cônego João Mildner disse que acolheu a nomeação “com muita humildade, pois não é uma honraria, mas um serviço que se presta àIgreja em São Paulo, especialmente em fa­vor dos doentes. Portanto, ser vigário epis­copal será, acima de tudo, coordenar esta atividade do rosto misericordioso de Jesus aos enfermos, quer estejam nas casas, nos hospitais ou casas de longa permanência”.

PERSPECTIVAS DE AÇÃO

Cônego João Mildner lembrou que há décadas havia o desejo de se criar um vicariato específico para a saúde, e que a ideia ganhou força ao longo do 1o sínodo arquidiocesano, com vistas a uma melhor articulação da Pastoral da Saúde, “dando­-lhe outra forma de visibilidade por meio do Vicariato, com uma coordenação mais centrada, mas que atue em conjunto com as regiões episcopais para todo este tra­balhode serviço, de doação e de entrega em favor dos que mais sofrem. A criação do Vicariato vai ao encontro daquilo que o povo de São Paulo pediu. A nós, resta agradecer ao sínodo, a Dom Odilo e aos bispos auxiliares que acolheram esta su­gestão ao longo do caminho sinodal”.

Cônego João Mildner explicou que um dos focos do Vicariato será a prepara­ção de mais agentes de pastoral – inclusive jovens – para atuarem em favor dos en­fermos nas comunidades e nos hospitais. “Outra prioridade será a de articular me­lhor a assistência religiosa nos hospitais, o que será um desafio, pois teremos de dialogar com os diferentes segmentos para facilitar o acesso da Igreja, principalmente dos sacerdotes”, detalhou.

O Vigário ressaltou, ainda, que todo o trabalho será pensando em diálogo com o Arcebispo, os bispos auxiliares, padres, religiosos e leigos. “Nesta caminhada, será preciso ter um coração aberto, disponível e pronto para ouvir, além de muita oração para fazermos sempre a vontade de Deus. Em conjunto, queremos alcançar o objeti­vo de lutar pela saúde do povo e para que as pessoas tenham atendimento digno e assistência espiritual garantida sempre”, finalizou.

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