O tema da Campanha da Fraternidade deste ano – Ecologia Integral – foi refletido e celebrado nos últimos dias nas Regiões Episcopais da Arquidiocese de São Paulo, com apelos à conversão ecológica e alertas sobre os crescentes impactos provocados pela atual crise socioambiental
Dom Carlos Silva: ‘Não podemos ser indiferentes ao que está acontecendo ao nosso redor’

Por Robson Landim
Colaboração especial para a Região Brasilândia
Na Região Brasilândia, cerca de 800 pessoas, entre leigos, religiosos e religiosas, diáconos e sacerdotes, participaram da celebração de abertura da Campanha da Fraternidade de 2025, na tarde do domingo, 9, no Santuário Sião Jaraguá, Decanato São Barnabé.
Para que a vivência do tema da Campanha fosse prática, ocorreram diversas ações durante o evento. Um momento marcante foi a procissão com porções de terra e água das paróquias dos quatro decanatos da Região, que foram colocadas em um vaso em que estavam plantadas duas mudas de pau-brasil e em seu entorno, representando o compromisso de todos com a Fraternidade e a Ecologia Integral. As mudas foram doadas para o Santuário Sião e para a Paróquia Nossa Senhora da Expectação, do mesmo decanato.
Como gesto concreto, os participantes da celebração de abertura doaram dezenas de unidades de materiais de limpeza e higiene pessoal que, posteriormente, serão destinados à Pastoral Carcerária e à Casa de Recuperação Santa Luzia.
Dom Carlos Silva, OFMCap. ressaltou que a Quaresma é caminhada e que fazer o caminho é decisão. Sobre a temática da CF 2025 – e fazendo memória também da liturgia do 1º Domingo da Quaresma –, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia destacou que é preciso que todos se comprometam a vencer as tentações da indiferença.
“Não podemos ser indiferentes ao que está acontecendo ao nosso redor. Não podemos ser indiferentes à falta de cuidado dos governos e, muitas vezes, até das nossas comunidades e igrejas com tudo e com todos. É preciso cuidar da vida, de toda a vida, de todas as relações. É preciso cuidar da nossa casa interior, cuidar das casas das nossas famílias, cuidar da casa que é a nossa cidade, cuidar da casa que é o nosso planeta. E todos podemos cuidar, todos podemos fazer algo. Nós sabemos que tudo está interligado e se descuidamos de algo, de algum detalhe, todos sofremos as consequências”, ressaltou.
A bênção de envio dos fiéis para que vivam a Ecologia Integral e se comprometam a cuidar da Casa Comum no dia a dia foi feita por Dom Carlos e pelos sacerdotes e diáconos que participaram deste momento celebrativo.
Dom Rogério: ‘A criação nos foi entregue para que cuidássemos dela’

Por Secretariado de Comunicação
Região Sé
Em missa no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Decanato São Tiago de Alfeu, presidida por Dom Rogério Augusto das Neves na noite da sexta-feira, 7, foi realizada a abertura da Campanha da Fraternidade de 2025 na Região Sé.
Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e Referencial arquidiocesano para a Campanha da Fraternidade, destacou que a Quaresma é um tempo de graça e renovação, no qual todos são convidados a olhar para a própria vida e perceber a ação de Deus.
Dom Rogério falou, ainda, sobre a prática do jejum, um dos exercícios quaresmais recomendados aos cristãos, o qual não deve ser apenas uma prática exterior, mas um sinal autêntico de conversão. “Quando será o tempo de conversão? Que seja o hoje da nossa conversão”, desejou, recordando que, como alertava o profeta Isaías, Deus não se agrada de um jejum vazio, mas daquele que expressa uma mudança de coração.
Ao refletir sobre a Campanha da Fraternidade deste ano, Dom Rogério destacou que a temática escolhida convida à responsabilidade pelo mundo que Deus confiou ao ser humano. Também enfatizou que a Ecologia Integral vai além do simples ativismo ambiental e requer uma dinâmica de zelo pela obra do Criador: “A criação nos foi entregue para que cuidássemos dela”.
O Bispo alertou para o risco de que as pessoas percam a percepção sobre o Criador: “Hoje, o ser humano, olhando à sua volta, enxerga apenas as obras de suas próprias mãos: os prédios, os edifícios, a tecnologia desenvolvida. Temos dificuldade em enxergar que, por trás de tudo, está o Criador”.
O exemplo de São Francisco de Assis também foi mencionado pelo Prelado, ao recordar que seu Cântico das Criaturas, composto há 800 anos, “não é um cântico às criaturas, mas ao Criador”, pelo qual o Santo louva a Deus em uma situação de grande dificuldade pessoal: “Francisco elevou seu cântico não em um momento de beleza e tranquilidade, mas em uma noite difícil, de dores e tormentos”.
Durante a missa, Dom Rogério apresentou o Padre Manoel Conceição Quinta, SSP, como Assistente Eclesiástico para a Campanha da Fraternidade na Região, e o casal Dalton e Celina Rothen como membros da equipe regional da CF, à disposição para auxiliar nos assuntos relativos à Campanha da Fraternidade.
A missa teve como concelebrantes padres que atuam em paróquias da Região Sé e houve a participação de coordenadores de diversas pastorais, além de fiéis leigos e religiosas e religiosos.
Dom Edilson: ‘A Casa Comum na qual vivemos também é dom de Deus’

Por Benigno Naveira
Colaborador de Comunicação na Região Lapa
Na tarde do sábado, 8, no salão da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Leopoldina, Decanato São Simão, aconteceu o encontro de formação e de abertura da Campanha da Fraternidade de 2025 na Região Lapa, conduzido por Dom Edilson de Souza Silva. Participaram cerca de 180 pessoas, entre padres, diáconos, religiosos e fiéis leigos paroquianos dos decanatos da Região.
Ao longo do encontro, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa apresentou o conceito de Ecologia Integral e fez menção a apontamentos do texto-base da CF 2025.
A atividade foi concluída com a missa presidida por Dom Edilson na matriz paroquial, tendo entre os concelebrantes os Padres João Carlos Deschamps, Vigário-geral Adjunto da Região Lapa, e Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco.
Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa lembrou que a Quaresma é um tempo no qual se ressalta que a vida cristã é um caminho constante de conversão na esperança da vida eterna e da plenitude do Reino de Deus.
Ao tratar do tema da Campanha da Fraternidade deste ano, Dom Edilson destacou que “a Casa Comum na qual vivemos também é dom de Deus. Dela nós tiramos nosso sustento, nosso abrigo e nela nós vivemos”.
O Bispo recordou, ainda, a situação de muitas pessoas que em diferentes partes do mundo se veem obrigadas a deixar seus lares em razão das mudanças climáticas, e lembrou que toda a humanidade deve se unir para tomar providências que levem à superação da atual crise socioambiental, que afeta principalmente os mais pobres e vulneráveis, e é consequência de um mundo que se deixou levar pelas tentações do poder, da ganância e da vanglória, “coisas que nos tiram a alma, nos tiram a humanidade, nos afastam de Deus, nos afastam dos irmãos, porque nos fazem escravos dos instintos egoístas e desordenados. Na vigilância, na oração, na escuta da Palavra, nos sacramentos, no jejum e na caridade fraterna estão os nossos remédios. Somente em Deus e movidos pela fé, nós podemos enfrentar o tentador e as tentações que batem à nossa porta”, enfatizou o Bispo.
Por fim, Dom Edilson exortou que todos se empenhem em preservar a Casa Comum, “essa casa que, infelizmente, geme em dores de parto, pelos sofrimentos que enfrenta”.
(Com edição de texto da redação do O SÃO PAULO)
Dom Cícero: ‘É urgente a conversão ambiental’

Por Fernando Arthur
Colaboração especial para a Região Belém
Centenas de fiéis se reuniram na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São Roque, no Sapopemba, Decanato São Timóteo, para a missa da Quarta-feira de Cinzas, no dia 5, ocasião em que também foi celebrada a abertura da Campanha da Fraternidade na Região Belém.
A missa foi presidida por Dom Cícero Alves de França. Na homilia, ele destacou que a Quaresma é o tempo litúrgico de preparação para a Páscoa, e que os fiéis devem se preparar por meio da esmola, da oração e do jejum.
Ao falar sobre o tema da CF 2025, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém destacou: “Somos convidados a nos voltarmos a uma Ecologia Integral”.
Dom Cícero enfatizou que o homem deve se conscientizar para “não mais explorar a natureza, não mais explorar o ser humano que nela vive, mas respeitá-la. É urgente, irmãos e irmãs, a conversão ambiental, é urgente a conversão que precisamos passar nesta dimensão da ecologia”.
A missa teve como concelebrantes os Padres José Edison Biazio, OFMCap.; Pároco; e Francisco Erlânio Ribeiro, OFMCap.; Vigário Paroquial, com a assistência dos Diáconos Elias Júlio da Silva, Assistente Pastoral da Paróquia, e Marcel Martins, responsável pela Campanha da Fraternidade na Região Belém.
Cardeal Scherer: ‘A Campanha da Fraternidade nos convida a pensar, sob o olhar da fé, a respeito da verdade da criação humana’


Por Karen Eufrosino
Colaboração especial para a Região Ipiranga
Na noite da sexta-feira, 7, o clero e as lideranças paroquiais atuantes na Região Ipiranga participaram da abertura da Campanha da Fraternidade de 2025 no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, Decanato São Marcos.
Presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, a missa foi concelebrada por sacerdotes que atuam na Região Ipiranga, entre eles o Padre Jorge Bernardes, Vigário Geral e Episcopal; Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, Pároco e Reitor; e o Padre José Maria Mohomed Junior, Coordenador Regional de Pastoral.
Na homilia, Dom Odilo abordou a temática da Campanha, com uma breve análise do lema “Deus viu que tudo era muito bom (Gn 1,31)”.
“Ecologia é o cuidado da vida; é o ambiente da vida; é a casa do povo; é a nossa terra, o nosso planeta, a casa da vida neste universo de Deus. Ele fez isso e gostou do que fez, se alegrou com sua obra. A Campanha da Fraternidade nos convida a pensar, sob o olhar da fé, a respeito da verdade da criação humana. Deus continuou a olhar para as coisas que fez, a olhar para toda a criatura, e querê-la bem. Ele quer bem a todo ser humano, quer que viva bem e feliz”, afirmou.
O Arcebispo enfatizou que a Campanha tem por objetivo promover uma maior fraternidade, a partir de um eixo específico. “Este ano, somos convidados a pensar e buscar a fraternidade da Casa Comum. Nesse contexto de Casa Comum, a fraternidade é a condição para viver bem, repensar nossas relações com o mundo”, disse.
Por fim, Dom Odilo ressaltou que a Quaresma é tempo propício para a transformação do coração tempo de crescimento de fraternidade, e que o amor a Deus e aos irmãos são inseparáveis na vida cristã.