Mês das Missões: ‘O ardor missionário brota do amor incondicional a Jesus Cristo’

Destacou Dom Rogério Augusto das Neves, em missa na abertura arquidiocesana do Mês das Missões

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Uma grande representação do Rosário, com cada dezena indicando um continente, entremeadas por totens de imagens marianas, e tendo ao centro um coração de onde saíam tecidos nas cores verde, vermelha, branca, azul e amarela, em sinal da oração de toda a Igreja pelas missões e os missionários em todo o mundo.

Foi assim que a Infância e Adolescência Missionária (IAM) presente na Arquidiocese de São Paulo ornamentou a frente do presbitério da Catedral da Sé, na manhã do sábado, 7, na memória de Nossa Senhora do Rosário, para a récita do Terço Missionário.

“O Terço teve intenções próprias para a missão, lembrando os cinco continentes e também o tema do Congresso Missionário Nacional, que acontecerá em novembro”, explicou à reportagem a Irmã Elisabeth Miguel Espinhara, das Missionárias de Maria Xaverianas, responsável pela IAM na Arquidiocese.

O momento de oração e a missa às 12h, presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé e Referencial para o Conselho Missionário Arquidiocesano (Comiar), marcaram a abertura arquidiocesana do Mês das Missões.

Em 2023, a Campanha Missionária tem como tema “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo”, com a inspiração bíblica “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,13-35), temática escolhida pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado em 22 de outubro, quando haverá a Coleta Missionária, com vistas a ajudar concretamente os projetos missionários da Igreja em todos os continentes.

A EXEMPLO DA VIRGEM MARIA E COM O ESPÍRITO SANTO

Na homilia, Dom Rogério destacou que o envio é um aspecto essencial de toda a missão: “A Igreja não enviou a si mesma, ela foi enviada. E a missão não é concebida pelo próprio missionário, ele vai para onde for enviado”.

O Bispo lembrou que a Virgem Maria foi a primeira missionária da Igreja, com o seu sim a Deus para ser a mãe de Jesus e a abertura à ação do Espírito Santo, que é quem a todo o tempo sustenta a missão da Igreja.

“Somente por forças humanas, a Igreja não estaria há mais de 2 mil anos mantendo a sua missão, inclusive até os confins da terra”, enfatizou o Bispo, destacando que todo o cristão deve ter uma alma missionária, cheia do Espírito Santo. “Se essa alma, esse ânimo missionário, ainda não nos atingiu ou ainda não conseguimos perceber isso, é porque talvez não tenhamos colocado toda a nossa liberdade a serviço de Deus”, complementou.

Por fim, o Bispo observou que o ardor missionário não surge necessariamente da organização da Igreja para as missões, mas “brota do amor incondicional a Jesus Cristo. A experiência maravilhosa com Ele não nos permite guardar para nós aquilo que experimentamos”.

O AGIR MISSIONÁRIO NA ARQUIDIOCESE

Neste mês, múltiplas atividades acontecerão nas regiões episcopais, como missões populares, visitas pastorais e encontros formativos.

Padre Vidal Zapattini, da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo, é o Assistente Eclesiástico do Conselho Missionário Arquidiocesano na Região Belém. Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Sacerdote destacou que o Comiar tem buscado dialogar com as pastorais para que compreendam que todas têm uma dimensão missionária na metrópole.

“Jesus Cristo a todos chama, convoca, reúne e envia para a missão, e faz isso em um círculo contínuo: todo aquele que é chamado é enviado, e todo aquele que é enviado deve chamar a outros. Vivemos em São Paulo, com sua grande diversidade cultural. A missão ad gentes, com ida de missionários para outros países, é necessária, mas dentro da nossa própria cidade vivemos com africanos, haitianos, mexicanos, bolivianos, e com eles já podemos vivenciar a missão ad gentes, acolhendo-os, algo que nos ajudará também a nos enriquecer na fé. Para isso, a oração é fundamental: rezar pelo Papa, pelos bispos e pelos missionários. Quando rezamos por eles, também nos comprometemos com a missão”, prosseguiu o Sacerdote.

Uma das metas do Comiar é que nas paróquias sejam formados grupos da Infância e Adolescência Missionária. Os interessados podem entrar em contato com a Irmã Elisabeth Espinhara pelo telefone/WhatsApp (11) 91675-7178.

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